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Sociedade Indiana

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Por:   •  26/8/2014  •  1.269 Palavras (6 Páginas)  •  192 Visualizações

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A mulher numa sociedade Indiana

Numa sociedade tradicionalmente patriarcal, o machismo pode estar tão entranhado na cultura que, muitas vezes, o pior dos horrores parece naturalizado para alguns homens. Se não for isso, o que mais explica o novo estupro coletivo que, segundo a polícia indiana, aconteceu novamente no país no último dia 11? Nem mesmo a repercussão mundial da morte, em dezembro do ano passado, da estudante de medicina que foi espancada, estuprada e jogada para fora de um ônibus em movimento em Délhi foi suficiente para frear a maldade desses homens. Dessa vez o crime teria ocorrido no estado de Punjab, novamente com uma moça dentro de um ônibus público.

A questão do machismo e da violência contra a mulher na Índia, país muitas vezes procurado por ocidentais em busca de transformações espirituais, virou assunto nos principais jornais do mundo após os crimes. No último domingo, o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou sobre o assunto o artigo “Entre o coice e o estigma”, da antropóloga Débora Diniz, da Universidade de Brasília. Segundo ela, a lei indiana que proíbe a divulgação do nome da vítima de estupro (o nome da estudante Jyoti Singh Pandey só foi divulgado por seu pai dias após a morte dela) revela uma tênue fronteira entre respeitar a dor das mulheres e, na verdade, proteger a honra dos homens da família dela. No texto, a antropóloga também atenta que a repercussão internacional do caso mostra o quanto as mídias indianas e as ocidentais têm um enquadramento diferente sobre o caso. Trata-se, segundo ela, de um choque entre valores locais e uma ordem global que se anuncia como humanitária.

Para tentar atenuar os estigmas que corremos o risco de criar sobre o Oriente, ora como o paraíso da redenção espiritual, ora como o inferno para as mulheres, enviei um e-mail para uma garota indiana com quem costumava trocar mensagens no tempo em que ela trabalhava como contato de uma agência estrangeira de reportagens. Naima Talan tem 26 anos, namora há mais de três, vive com os pais e trabalha com comunicação. No depoimento que se lê abaixo, ela conta como é a vida de uma garota comum de classe média em seu país e o que é verdade e mentira sobre a Índia.

O trabalho e a vida em família

“Tenho 26 anos, namoro e trabalho no departamento de comunicação de uma empresa de tecnologia da informação. Também faço ilustração para livros infantis. Antes disso, morei sozinha por cinco anos, faz dois voltei para a casa dos meus pais. Tenho um namorado há três anos que vive na mesma cidade que eu. Moro com a minha família e tanto meu pai como a minha mãe trabalham como gerentes numa fábrica de portas de madeira. Apesar de ter uma família moderna, não durmo com meu namorado na casa dos meus pais. Isso não faz parte dos nossos costumes. Com poucas exceções, as famílias indianas não concebem a ideia de um casal vivendo junto antes do casamento.”

Já foi pior para as mulheres

Concordo que em termos de segurança e igualdade de gêneros a Índia não é o melhor lugar para ser mulher. Vivemos em uma sociedade dominada pelos homens onde a maioria das famílias acredita que é melhor ter filhos homens, pois sabem que as mulheres são reprimidas. A Índia, em sua maioria, é formada por uma população rural onde predomina a falta de educação formal e essa é a primeira razão para a violência doméstica, o infanticídio e o casamento de crianças. Mesmo assim, ainda acredito que se faz uma ideia errada do país. Nos últimos anos, reformas têm sido feitas e, pelo menos nas cidades, a Índia está mudando para melhor. Espero que isso alcance a população do campo em breve. Venho de uma família moderna, completei minha educação e, nos diversos trabalho pelos quais, passei nunca enfrentei discriminação por ser mulher. Portanto, acredito que a Índia merece crédito por aumentar as oportunidades para as mulheres no mercado de trabalho, garantir igualdade perante a lei, direito de voto e etc.

A índia ainda é antiga

Existem dois lados da Índia – um liberal, moderno e outro tradicional. Na Índia tradicional, uma garota comum de classe média não costuma completar os estudos e casa-se com um homem escolhido por sua família. Ela não costuma ser ambiciosa e foi educada para acreditar que seu papel na sociedade é o de dona-de-casa, mãe e esposa. Nesse tipo de criação, as meninas começam a ajudar a mãe com as tarefas domésticas muito cedo e assim assumem responsabilidades antes do que supostamente deveriam assumir.

Ela se torna mãe muito jovem

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