Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber
Por: Marcos Henrique • 2/12/2018 • Resenha • 2.007 Palavras (9 Páginas) • 352 Visualizações
Sell, Carlos E.
"[...] entre as pessoas das quais depende a existência da Sociologia, há cada vez mais pessoas para perguntar para que serve a Sociologia. De fato, a Sociologia tem mais probabilidade de decepcionar ou contrariar os poderes do que cumprir sua função propriamente científica. Essa função não é a de servir a algo, ou seja, a alguém. Pedir à Sociologia para servir a algo é sempre um modo de lhe pedir para servir ao poder. Enquanto sua função científica é compreender o mundo social, a começar pelos poderes; operação que não é neutra socialmente e que preenche sem nenhuma dúvida uma função social. Entre outras razões, porque não existe poder que não deva uma parte - e não a menor delas - de sua eficácia ao desenvolvimento dos mecanismos que o fundam." (Bourdieu)
Sociologia Clássica: Marx, Durkheim e Weber
A Sociologia é uma ciência intimamente envolvida com a sociedade contemporânea e o capitalismo.
- Gênese: fatores sociais e epistemológicos
Então, quais são as origens da sociologia.
Fatores Históricos: transformações na estrutura da sociedade.
Fatores Epistemológicos: transformações na maneira de pensar e abordar a realidade.
- Fatores histórico-sociais
Revolução Industrial
Revolução Francesa
Revolução Científica
Emergência de uma nova ordem econômica e suas consequências sociais: revolução industrial, urbanização e proletarização da força-de-trabalho.
Surgimento da família nuclear – transformações na dinâmica tempo-espaço.
Elemento fundamental na esfera política: Revolução Francesa.
Elemento importante de ordem epistemológica: o iluminismo. Surgem pensadores que se debruçam com as questões que emergem com a nova ordem como Voltaire e Rousseau (França) e Hobbes e Looke (Grã Bretanha).
O iluminismo (século XVIII) como a expressão de um movimento intelectual e artístico que emergiu ainda no século XV, o renascimento, que se caracterizava pela primazia do homem (antropocentrismo) em lugar de Deus (teocentrismo). O iluminismo incorporou o ingrediente do racionalismo ao renascimento. Nas palavras de Kant tal movimento representou:
"O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do iluminismo".[12]
Kant: a razão como elemento potencialmente (apriorístico) capaz de emancipar o homem, Racionalismo: triunfo pela razão.
O renascimento representou um elemento de ordem cultural que ensejou a nova ordem.
Ver quadro página 17 início.
Importância dos clássicos para pensar a sociedade contemporânea a partir das transformações estruturais pelas quais passaram a humanidade desde a Antiguidade.
Ver quadro página 17 meio.
Os clássicos e a estruturação da reflexão sobre a modernidade abrangendo diversos campos, tais como: economia, política e cultura.
Pergunta-chave (pedra fundamental) do incipiente pensamento sociológico: como ocorreu a transição do feudalismo para o capitalismo tradicional?
Cada clássico da sociologia deu sua versão em resposta ao presente desafio.
As interpretações de cada pensador trilharam três desafios:
- As características da sociedade tradicional.
- Os fatores da mudança da sociedade.
- As características do mundo moderno (modernidade).
“O conjunto de transformações geradas pelas revoluções Industrial, Francesa e pelo Iluminismo precisava ser explicado e compreendido pela razão humana. Elas geravam uma sensação de que o mundo estava em ‘crise’ e de que algo precisava ser feito. Quais as causas destas transformações? Para onde elas apontam? De que modo elas alteram as formas de sociabilidade humana? O que fazer diante destes novos fatos? De que as forças sociais em luta podem se posicionar diante destes fenômenos?” (página 18)
A sociologia nasce destas incertezas que inquietavam corações e mentes no final do século XIX e início do século XX, na interminável busca de novas soluções para os novos problemas que emergiam-na contemporaneidade. Ainda inquietam no século XXI?
Para Robert Nisbet (Tradição Sociológica) a sociologia é, então, a “ciência da crise”.
Ler página 18 – Terceiro Parágrafo.
Já para Anthony Giddens a ideia segundo a qual a destinação da sociologia é reestabelecer a harmonia social perdida se fundamenta em pressupostos imprecisos.
Para Giddens existem os mitos que parte do pensamento sociológico carrega consigo:
Mito do problema: como explicar que indivíduos convivam sem conflitos (Hobbes).
Mito das origens conservadoras: ideia segunda a qual alertava que a sociologia surge a partir de ideias de autores conservadores (De Bonald e De Maistre) que se opunham à revolução francesa.
Mito da grande cisão: ideia que propugnava que os fundadores da sociologia estavam preocupados com uma explicação geral (visão geral) da sociedade (filosofia social). Já seus continuadores se debruçaram em questões mais específicas.
Mito da divisão entre integração X coerção: refuta-se a ideia que a sociologia basicamente está vinculada aos fenômenos da integração e da harmonia social versus a noção de conflito social, representadas pelas proposições de Durkheim e Marx.
1.2 Fatores epistemológicos
a) O método científico
O modelo de interpretação lógico-racional dos fenômenos tem sua origem ainda na Grécia antiga com Tales de Mileto (640 a 548 a. C.) que imaginara uma nova forma de explicar a realidade baseando-se em argumentos e na lógica.
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