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TEORIA DO CONHECIMENTO EM KANT

Por:   •  8/10/2015  •  Seminário  •  3.454 Palavras (14 Páginas)  •  413 Visualizações

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INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA MATER ECCLESIAE 

Departamento de Filosofia 

Professor: Donizeti Pessi

Nome da disciplina: Teoria do Conhecimento 

Aluno: E. Lucas Oliveira; Frei Rodrigo Vogt, FMM; Frei Simão José da Silva Júnior, OFMCap

Data: 29/09/2015 

TEORIA DO CONHECIMENTO EM KANT

        BIOGRAFIA

Immanuel Kant nasceu em 22 de abril de 1724 em Königsberg, capital da província alemã da Prússia Oriental, atual Kaliningrado, na Rússia. Era filho de João Jorge e Regina Reuter, um seleiro e uma dona de casa. Kant teve uma família honesta e duramente provada com a morte de seis de seus irmãos.

Em uma carta ele recorda seus pais como modelo de honestidade e de bom caráter e reconhece ter recebido deles uma excelente educação. Educação essa que foi baseada no pietismo - movimento encetado dentro do protestantismo, pelos fins do século XVII, na Alemanha, segundo o qual a verdadeira religiosidade baseava-se na autonomia da consciência, na piedade particular e nas obras de misericórdia, sendo o dogma secundário ou supérfluo.

Ainda, Kant cursou a Universidade de Königsberg onde se formou nas áreas de filosofia e matemática, exercendo a profissão de professor na mesma instituição.

Faleceu em 12 de fevereiro de 1804 aos 80 anos na mesma cidade, de onde pouco saiu.

RACIONALISMO X EMPIRISMO

Conhece-se que para os racionalistas o conhecimento humano se encontra na consciência do homem, e que para os empiristas o conhecimento é derivado das impressões dos sentidos, como se nossa mente fosse uma folha em branco e que a cada nova experiência acrescentássemos novas informações, e que a cada experiência dispomos daquilo que já está contido nesta “folha” gerando assim novos conhecimentos. Kant acreditava que ambos os conhecimentos eram possíveis, pois tanto os sentidos quanto a razão eram importantes, como é expresso em suas palavras: “Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas.[1]

Kant concorda com Hume e os empiristas de que todos os nossos conhecimentos são oriundos das impressões dos sentidos, porém neste aspecto ele também defende os racionalistas, onde nossa razão possui certos pressupostos que determinam nossas concepções.

Tudo o que vemos está “fora de nós”, porém a forma de percepção é totalmente dependente de mim e de como as vejo. Kant também acreditava que possuímos premissas em nossa razão, e que estas deixam marcas em nossa razão.  

Kant nos trouxe a chamada revolução copernicana, que seria uma descoberta parecida com que Copérnico desenvolveu no século XV d.C. Kant trouxe a saída do foco dos estudos metafísico do objeto para o sujeito. O sujeito constrói a realidade. Isso é um giro copernicano, uma dedução transcendental das categorias (a priori). "Não é o sujeito que se orienta pelo objeto, mas o objeto que é determinado pelo sujeito"[2]. Assim como Copérnico foi um marco para as ciências, Kant o foi para a filosofia.  Foi uma "união" dos pensamentos empiristas e racionalistas. "Para o racionalismo, o conhecimento seria produto de uma simples faculdade: a razão. Para o empirismo, o conhecimento deriva de uma outra faculdade: a sensibilidade"[3]. Neste tema, "O racionalismo puro era para ele (Kant) um disparate dogmático que não resistia a nenhuma comprovação e estava condenado ao fracasso"[4]. Já "a ideia de que as leis da natureza seriam em última análise um produto do hábito humano como afirmam Hume e os empiristas, é insuportável para Kant"[5].

LÓGICA TRANSCENDENTAL

Ele foi além dessas teorias e criou sua própria. "A doutrina de Kant é chamada de Idealismo Transcendental"[6], e entende-se como transcendental a “condição da experienciabilidade e cognoscibilidade dos objetos: é aquilo que o sujeito põe nos objetos no próprio ato de experimentá-los e de conhecê-los"[7]. Dessa maneira, reafirma-se:

"Denomina-se transcendental todo conhecimento que, em geral, se ocupa não tanto com objetos, mas com o modo de conhecimento de objetos, na medida em que ele deva ser possível a priori. Um sistema de tais conceitos denominar-se-ia filosofia transcendental"[8].

A Lógica Transcendental é a transformação das percepções em concepções de experiência em ciência. A lógica transcendental estuda a origem dos conceitos e se ocupa especificamente dos conceitos que se referem a priori dos objetos. Também, a Lógica Transcendental É constituída de duas partes, a analítica e a dialética.

Por Estética Transcendental, um objeto é recebido por nós, pela Lógica Transcendental, que é pensado na mente. O primeiro usa a intuição, o último utiliza conceitos.

A Lógica Transcendental é a ciência das regras do entendimento.

A RAZÃO

        

A Razão é a faculdade do incondicionado, isto é, é metafísica e é destinada a permanecer como pura exigência do absoluto e incapaz de atingi-lo pelo conhecimento. A Razão não conhece objetos.

        Portanto, o intelecto é a faculdade de julgar, a Razão é a faculdade de silogizar, isto é, de pensar em conceitos e juízos puros, deduzindo mediatamente conclusões particulares a partir de princípios supremos e não condicionados[9].

INTELECTO E SENSIBILIDADE

"A crítica conduz necessariamente à ciência. Quando a Razão aprendeu seu poder próprio para com os objetos que se posam lhe ocorrer na experiência, será assim determinar inteira e seguramente o âmbito e os limites do seu tentado uso acima de todos os limites da experiência"[10].

        A estrutura do conhecimento, segundo Kant, parte do sujeito: "O intelecto não deriva suas leis da natureza, mas é ele que lhas prescreve"[11]. Os objetos devem se regular pelo nosso conhecimento, e desse modo seria concorde com a desejada possibilidade de um conhecimento a priori deles, o que estabeleceria algo sobre o objeto antes de sê-lo apresentado, ou seja, se regularia pelo poder de nossa intuição (sensível). O conhecimento emana de duas fontes principais: impressões sensíveis; e faculdade de conhecer os objetos. Todo nosso conhecimento, contudo, começa com a experiência; embora todo nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso se origina juntamente todo esse conhecimento da experiência.

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