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Utilitarismo

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Por:   •  2/12/2013  •  Seminário  •  1.273 Palavras (6 Páginas)  •  683 Visualizações

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O UTILITARISMO

O pensamento utilitarista parte seu raciocínio baseado naquilo que foi escrito pelo filósofo escocês David Hume acerca da moralidade, colocando ela como algo que é imposto ao ser humano pela sua própria natureza. Portanto, o ser humano é um ser moral e isso é inescapável. O ser humano avalia todas as suas ações visando suas consequências, se são boas ou más para ele mesmo e para todos ao redor dele envolvidos em tal ação, sempre visando as ações boas, pois as ações más são por natureza indesejáveis.

Os utilitaristas formam a primeira escola filosófica constituída no mundo moderno. O utilitarismo surgiu com uma série de autores que se conheciam e partilhavam das mesmas ideias, sempre referindo-se uns aos outros em seus textos e dividindo interesses em comum. Segundo estudiosos do utilitarismo, as soluções propostas pelos utilitaristas eram consideradas revolucionárias para os problemas de seu tempo, fazendo com que suas propostas fossem fundamentadas numa posição chamada de radicalismo filosófico. Ou seja, os utilitaristas usavam seus princípios a fim de abordar de maneira crítica a ordem estabelecida e defender sugestões de amplas reformas sociais. Os autores que tratam do utilitarismo dividem-se em dois grandes grupos, um que atuou entre o final do século XVIII e o final do século XIX, como David Hume, James Mill e seu filho John Stuart Mill, e um grupo que atuou num período mais recente, já no século XX, retomando as teses utilitaristas.

É uma questão complexa indicar teses fundamentais que constituem o ponto de vista do utilitarismo, pois todos os autores que se utilizam desse pensamento têm produções muito originais. Mas, pode-se apontar dois pontos básicos de concordância entre os autores: a tese de que o ser humano é um ser cognitivo e que os conceitos de bondade e maldade das ações estão diretamente ligados às consequências advindas dessa ação.

A tese acerca da cognição do ser humano coloca que o conhecimento é o instrumento que o ser humano tem para construir o significado do mundo, através de representações mentais. Além disso, o conhecimento também é o instrumento para descobrir os critérios que tornam as ações do ser humano compatíveis com o sentido dado a elas.

Do segundo ponto de concordância entre os utilitaristas decorre-se que as ações moralmente justificáveis são aquelas ações que maximizam o bem estar de todos os seres que são afetados por esta ação.

O princípio que aponta para os critérios de aprovação ou reprovação das condutas foi proposto pela primeira ver por Jeremy Bentham, e foi chamado de princípio da utilidade e, posteriormente, de princípio da felicidade do maior número. Esse é o princípio que aprova ou desaprova qualquer ação conforme a tendência que ela tem de causar felicidade ou tristeza àquele cujo interesse está em questão, ou seja, conforme a tendencia da ação em promover ou não a felicidade do indivíduo. Os utilitaristas sustentam que quando se parte do princípio da maior felicidade como fundamento da teoria moral é possível sustentar que uma ação será correta quando ela promover a felicidade, o prazer ou a vantagem, e a ação será errada quando ela produzir a infelicidade, a dor e o sofrimento em todos os que são afetados de alguma forma por essa ação. Segundo Bentham, “a natureza colocou o ser humano sobre o domínio de dois senhores soberanos, a dor e o prazer. Somente eles apontam o que devemos fazer, assim como determinam o que de fato faremos. Ao trono desses dois senhores estão ligados, de um lado o padrão daquilo que é certo ou errado, de outro a cadeia de causas e efeitos"

É valido ressaltar os significados que devem ser tomados para prazer e dor. Prazer trata-se de qualquer sensação que um ser humano prefere sentir em um dado momento, ao invés de não sentir nenhuma. Dor refere-se a uma sensação que é preferível a um ser humano não sentir nenhuma do que sentí-la. John Stuart Mill introduziu a ideia de que o utilitarismo não considera que todos os prazeres são iguais e se diferenciam apenas no que se relaciona à quantidade. Segundo Stuart Mill, ”é perfeitamente compatível com o princípio de utilidade reconhecer o fato de que algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas do que outras. Enquanto na avaliação de todas as outras coisas a qualidade é tão levada em conta quanto a utilidade, seria absurdo supor que a avaliação dos prazeres dependesse unicamente da quantidade”. Então, é possível de certa forma calcular o prazer e a dor através de uma aritmética moral. Isso se faz baseado em sete características apresentadas como variáveis dessa aritmética: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão. Dessa forma, podem-se criar ações mais prazerosas, que serão realizadas com mais frequência pelo ser humano que a considera prazerosa, e as ações mais dolorosas, que serão

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