Visiar E Punir - Resenha
Ensaios: Visiar E Punir - Resenha. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vinibct • 14/2/2015 • 6.443 Palavras (26 Páginas) • 275 Visualizações
INTRODUÇÃO
Através de sucinta exposição procuraremos transmi t i r o conhecimento
acumulado no transcorrer da l ei tura do livro vi giar e punir, aos quai s nos empreendemos
com afinco e dedicação, a fim de que não f rustrássemos as expectativas confiadas em nós
quando da incumbência desta tarefa.
Apresentado por resumos como resul tado de nossas invest i gações, referências
indispensáveis para guiar-nos no sent i do de melhor compreensão do tema, sem que para
isso haja um amontoado de textos desconexos entre si , desprovi dos de seqüência l ógi ca,
nosso estudo tem por finalidade a compreensão dos capí tul os proposta para resumo pel o
professor em seus caracterí st i cos peculiares.
Trata-se de um livro de al t í ssima indagação e de mui ta atualidade.Longe de nós
conduzi r a opinião para este ou aquel e sent i do. Vi samos com o presente trabalho buscar
uma melhor compreensão sobre o tema e ofertarsubsídi os para uma medi tação e percepção
geral sobre o assunto.
Transcreveremos no desenvolvimento do trabalho trechos que a nosso ver
transparece o pensamento emi t ido pel o autor da obra.
O obj et ivo do livro é uma históri a correl at iva da alma moderna e de um novo
poder de j ulgar; uma geneal ogia do atual complexo ci ent ífico-j udiciári o.
Foucaul t, inicia a obra narrando a históri a de Damiens, que fora condenado, a 2
de março de 1957, a pedi r perdão publicamente diante da porta princi pal da Igrej a de Paris
aonde devia ser levado e acompanhado numa carroça, nu, de camisol a, carregando uma
tocha de cera acesa de duas libras, na di ta carroça, na praça de Greve, e sobre um pat íbul o
que aí será erguido, atenazado nos mamil os, braços, coxas e barri gas das pernas, sua mão
di rei ta segurando a faca com que cometeu o di to parricí di o, queimada com fogo de enxof re,
e as partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derreti do, ól eo fervente, pi che em
fogo, cera, e enxof re derreti dos conj untamente, e a segui r seu corpo será puxado e
desmembrado por quatro caval os e seus membros consumidos ao fogo, reduzi do a cinzas, e
suas cinzas l ançadas ao vento.
Com esta narrativa Foucaul t apresenta um exempl o de suplíci o e l ogo adiante
também narra a históri a de como utilizar o tempo a exempl o da Casa dos j ovens detentos de
Pari s.
Assim, acredi tamos com a explanação que se segue, cumprimos o dever a nós
atribuí do quando da escolha do livro para resumo pel o professor.
FOUCAULT, Mi chel. Vigiar e Punir Nascimento da Prisão.
O CORPO DOS CONDENADOS
Apresentamos exempl o de suplíci o e de utilização do tempo. El es não sanci onam os
mesmos crimes, não punem o mesmo gênero de delinqüentes. Mas define bem, cada um
del es, um certo estil o penal .
Dentre tantas modificações, atenho-me a uma: o desaparecimento dos suplíci os.Em
al gumas dezenas de anos, desapareceu o corpo supliciado, esquartej ado, amputado,
marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como
espetácul o. Desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal .
No fim do sécul o XVIII e começo do XIX, a despei to de al gumas grandes foguei ras,
a melancólica festa de punição vai -se extinguindo. A punição pouco a pouco deixou de ser
uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetácul o desde então terá um cunho
negat ivo; e como as funções de cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser
compreendidas, ficou a suspei ta de que tal ri to que dava um “fecho” ao crime mant inha
com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ul trapassando-o em selvageri a,
acostumando os espectadores a uma feroci dade de que todos queri am vê-l os, afastados,
mostrando-lhes a freqüência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os
juízes aos assassinos, invertendo no úl t imo momento os papéi s, fazendo do supliciado um
obj eto de pi edade e de admi ração.
A execução pública é vista então como uma fornalha em quese ascende a vi olência.
A punição vai-se tornando, poi s, a parte mais velada do processo penal , provocando
várias conseqüências: deixa o campo da percepção quase di ária e entra no da consciência
abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade não à sua intensidade visível; a certeza de
ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável
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