Resenha Vigiar e Punir

O livro “Vigiar e punir: nascimento da prisão”, do filósofo Michael Foucault nos remete aos métodos, castigos e repressão impostos aos criminosos, tanto no sentido físico como psicológico desde o século XVII até os dias atuais.

Inicialmente o livro nos descreve as punições impostas aos criminosos da época. Estas punições eram verdadeiros suplícios, ou seja, um espetáculo de horror, pois os castigos da época tinham mecanismos meticulosos ao qual o criminoso era submetido, podendo levá-lo a morte.

Os chamados suplícios degradavam não só o corpo, mas a alma, a dignidade, a esperança da verdade e a chance de liberdade. Este método, pode -se dizer, que era aplicado de forma irracional e generalizada, pois pretendia somente mostrar através de tal punição o poder do soberano, assim descartando a menor possibilidade de justiça.

A partir disto houve uma mudança gradual, através do argumento de que tais punições não tinham nenhuma previsão, somente uma imposição. Portanto para tal seria levado em consideração o delito praticado e assim se aplicaria uma punição equivalente ao delito cometido. Com este afrouxamento os delitos passaram a diminuir e também mudaram, visto que passaram a integrar outra categoria.

Os criminosos deste período passaram a ser considerados como monstros, visto que a sociedade detinha o poder de punir e não mais o soberano, este transgressor da lei ia contra toda a sociedade. Após esta inigualável conquista para o povo, uma classificação delituosa estaria sendo pensada, embora surjam muitas dúvidas do que seria punir. Pois seria está a forma mais correta para se erradicar as malfeitorias causadas por deliquentes que irão voltar a conviver em sociedade?

Começaram-se a criar as chamadas prisões no século XIX, estas nos deixam com muitas dúvidas, visto que é um modelo usado nos dias atuais. Assim nos trazendo mais questões a toma, como por exemplo: o modelo ideal de que teriam-se guardas preparados para vigiar e ressocializar tal indivíduo, foi corrompido em uma escola do crime. Embora este sistema nos remeter a desordem e corrupção, até então foi o que se melhor encaixou na modalidade de vigiar e punir a sociedade, sem dela tirarmos o mínimo de sua dignidade.