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A COMUNIDADE QUILOMBOLAS E SUAS ESTRUTURAS QUEBRADAS

Por:   •  22/1/2022  •  Resenha  •  466 Palavras (2 Páginas)  •  143 Visualizações

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Aluna: Tatiane Fernandes, 3º ano. Geografia Licenciatura

COMUNIDADE QUILOMBOLAS E SUAS ESTRUTURAS QUEBRADAS

Em todo um período histórico até os tempos atuais os quilombos veem sofrendo processos de desestruturação pelos governos, ao qual tem como principal objetivo fazer com que essas famílias não tenham direito a terra. Quando uma comunidade quilombola sofre esses acontecimentos há um choque em suas estruturas aos quais modificam toda uma dinâmica existente. A primeira estrutura a ser afetada é o pertencimento ao Lugar dentro do espaço geográfico, famílias que foram constituídas, bisnetos de escravos que cresceram ouvindo histórias sobre as lutas de seus bisavós, entes queridos enterrados dentro daquele lugar, toda uma coletividade entre os membros, expressões de valores, medos e sonhos em comum, são deixados para traz ao perderam suas terras, rompendo o pertencimento da comunidade.

Uma segunda estrutura que sofre mudanças são as dinâmicas econômicas, quando uma comunidade é arrancada de seu lugar e realocada a um outro subespaço com menos terras e exigências do que podem ou não produzir, há então mais um conflito. A comunidade passa a sobreviver do que podem, muitos precisam buscar outros caminhos para fugir da fome, deixando para trás suas histórias e raízes por uma segunda vez. A terceira e mais importante estrutura a ser confrontada é a cultura, todas as outras duas citadas até aqui estão enraizadas nessa terceira. A cultura está ligada a identidade de um povo, o pertencimento ao lugar e economia afetada é apenas uma consequência da perca cultural. A religião desses povos, seus ritos, cantos, danças e modos de produção vão perdendo força a cada realocação, uns pelo desânimo, outros por sair dos quilombos para tentar uma vida melhor, e muitos por não poderem ter ao menos animais para sacrifício.  

Cada uma dessas consequências está ligada ao conflito pela terra, o territorialismo se faz presente principalmente pelo modo de produção capitalista, onde o Estado e grandes latifundiários estão unidos para conquista de novas terras afim de obter o poder. A reforma agrária ao longo dos anos foi sofrendo mudanças que privilegiam os grandes proprietários, as lutas pela terra são vistas com maus olhos graças a mídia e ao governo, na educação a história sempre é contada pelo olhar do homem branco e não por quem possui lugar de fala e sofre com as consequências.

Por fim, essas famílias são realocadas a lugares distantes de suas origem e identidade, na maioria das vezes são postas em terras inférteis e amontoadas em poucas terras, enquanto quem detém do poder ficam com terras privilegiadas que na maioria das vezes são terras improdutivas. Ademais, com o passar dos anos toda uma história vem sendo corrompida e distorcida, não há respeito a um povo que tem sobre si todas as dores da escravidão e do colonialismo, os europeus ainda são reverenciados, enquanto nossas raízes, negada.

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