A Formação Econômica e Territorial do Brasil
Por: Carlosalvexx • 28/9/2018 • Trabalho acadêmico • 1.282 Palavras (6 Páginas) • 361 Visualizações
Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Recife
Licenciatura em Geografia – 3º Período
Aluno: Carlos Alberto Alves da Silva Junior
Professor: Adauto Gomes
Formação Econômica e Territorial do Brasil – Resumo Cap.24 ''A Industrialização'', Caio Prado Junior.
De início o texto aborda a questão da transição entre a indústria artesanal da colônia e sobre a moderna maquinofatura, onde interpõe-se um grande hiato em relação a evolução econômica no Brasil. Várias condições, como a concorrência dos produtos da indústria europeia com a qualidade superior, a deficiência nas fontes de energia, entre outras, colocavam ao Brasil obstáculos a serem vencidos para que o processo industrial avançasse.
Segundo o autor o Brasil não tinha riqueza em carvão de pedra, as jazidas encontradas aqui eram de nível inferior quando comparadas e sua exploração em seu tempo era de forma precária. E a energia abundante é condição primordial da moderna indústria maquinofatureira; não podiam fornecê-la entre nós, em quantidade apreciável, nem a lenha nem a força motriz da água ou do vento que eram as únicas fontes que então possuíamos, fora a humana e a animal. O Brasil com seu vasto território possui bastante matéria prima para que a industrialização ocorresse, tem uma das principais reservas de ferro do universo, mas o que implicava era a dificuldade de conseguir esse material, pois se encontrava em locais de difícil acessibilidade; outra dificuldade foi devido a um elemento essencial para a industrialização moderna, a siderurgia, que consistia na fabricação e tratamento de aços e ferros fundidos.
Mas o que principalmente dificultava o estabelecimento da indústria moderna no Brasil era a deficiência dos mercados consumidores, cuja amplitude encontra na produção em larga escala, que caracteriza a maquinofatura. O nível demográfico e econômico do país e o padrão de vida da sua população eram ínfimos. Isto ainda se agravava pela estrutura compartimentada das diferentes regiões brasileiras, largamente separadas umas das outras e desarticuladas pela falta de transportes.
O que realmente determina o progresso das tarifas são as necessidades financeiras do tesouro público; o que convém destacar não somente explica convenientemente esta criação de barreiras alfandegárias num país em que a hegemonia política pertencia ainda a uma classe, a dos grandes proprietários rurais cujos interesses lhe eram naturalmente contrários, como ainda porque a política tarifária, objetivando necessidades financeiras e não especificamente proteção à indústria, onerará indiscriminadamente tantos gêneros da sua produção, como direta ou indiretamente, outros que entram para os seus custos. A maquinofatura vai se iniciar efetivamente no Brasil após a produção de algodão, onde a indústria têxtil irá apresentar sua parte substancial.
Numa economia agrária e escravista como a nossa, e onde a grande lavoura teve um papel absorvente e monopolizador das atividades rurais, a grande massa dos homens livres fica à margem. Aí a indústria nascente encontrará um amplo abastecimento de mão de obra; deficiente, é verdade, e muitas vezes precária e incerta. Mas compensando-se com seu ínfimo preço. Depois de seus modestos princípios, a indústria brasileira terá seu primeiro surto apreciável no último decênio do Império (1880-89), coincidindo com esta fase já assinalada de geral recrudescimento das atividades do país. O número de estabelecimentos industriais, de pouco mais de 200 em 1881, ascende no último ano da monarquia para mais de 600.
O brusco declínio de câmbio que então se verifica ainda virá reforçar a situação próspera da indústria; e o rompimento do equilíbrio conservador do Império abrirá as portas para uma política de mais consciente amparo à produção do país. Em uma fase de 5 anos (1890 a 1895) foram criadas 425 fábricas, com uma inversão de 50% do total no começo do período. A política do saneamento financeiro compensou a dificuldade da revalorização da moeda durante 1898, essa compensação consistia na cobrança em ouro de uma porcentagem dos direitos dos alfandegários, denominada ''cláusula do ouro''.
A Grande Guerra de 1914 á 1918 dará grande impulso à indústria brasileira. Não somente a importação dos países beligerantes, que eram nossos habituais fornecedores de manufaturas, declina e mesmo se interrompe em muitos casos, mas a forte queda do câmbio reduz também consideravelmente a concorrência estrangeira. Quanto ao caráter desta indústria recenseada em 1920, ela se conserva mais ou menos idêntica à de 1907, tanto no que diz respeito à sua dispersão como à distribuição percentual da produção. Isto se deve ao aparecimento de uma nova indústria que tomará durante a guerra grande vulto: a congelação de carnes. Esta indústria localiza-se no Rio Grande do Sul, o principal centro pecuário no país desde o séc. XVIII, e em São Paulo que conta não somente com seus rebanhos, mas com os do Triângulo Mineiro, Mato Grosso e também Goiás.
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