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A Geografia Política - Israel e Palestina

Por:   •  11/7/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.242 Palavras (5 Páginas)  •  229 Visualizações

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ESPAÇO POLÍTICO E TERRITÓRIOS NA PALESTINA

Para uma elucidação de uma geografia política do território Palestino, o primeiro questionamento a ser feito é o que se indica como território e povo Palestino. Essa elucidação se dará em um primeiro momento por meio das perspectivas de Ratzel sobre o Território e seu povo. O diálogo aqui estabelecido deve ter a princípio, duas análises, a do “território” (como simples localidade cartográfica) e os povos. Ao Dissociar a primeira instância, o território em que se é reivindicado pelo povo palestino, discute então a região por si só, a região do levante.

A história do Levante, é uma história de povos que ocuparam ao mesmo tempo, ou separadamente a região, essa ocupação cria-se, através de relações sociais, identidades que se refletem por meio de cultura, religião, produção, alimento e diversas outras formas. A região, entretanto, se constitui somente como um limite físico, existe uma impossibilidade, portanto de se discutir aqui o levante como território não só Palestino, mas Judaico, Canaanico, Otomano e assim por diante. Tal como apontado por Ratzel (RATZEL, 1990), o território possui uma relação direta com seu povo e suas reproduções vitais, o território Palestino, na atualidade, possui relações de gerações com uma coordenada geografia, na qual não se pode simplesmente ocorrer de uma solução que se situe além do levante, o território, muito além de uma espaço físico, é um espaço hereditário, tradicional, complexo com suas relações vitais de reprodução cultural.

Já quanto o povo palestino, que se é difícil traçar suas origens por meio das intensas relações de guerras e conquistas dentro do levante, sua origem se entende por meio da mescla de relações históricas entre povos que culturalmente partilharam mesma região, seja por meio de domínios, ou por desconhecimento da extensão territorial dos demais. Nesse sentido a formação do povo Palestino se encontra com as constantes e diversas mesclas de culturas na região do levante (KRÄMER, 2008).

Para discutir sobre o território Palestino atual, é preciso então compreender as complexas relações entre o território e seus povos. A questão Palestina não se pode ser vista somente como o território além de Israel, como uma massa amorfa, é preciso entender as perspectivas necessárias para a reprodução vital da Palestina que foram tomadas e renegadas favor da formação do Estado Moderno de Israel (CLEMESHA, 2008).

A percepção do Oriente deve ser delineada para além do Orientalismo (SAID, 2007) em que se baseou a formação do Estado de Israel e as fronteiras criticadas por Foucher (COSTA, 1981), "de fora pra dentro". Para um entendimento do espaço vital Palestino é preciso reconstruir o entendimento para além das fronteiras já constituídas, e sim fronteiras que representam essas considerações dos "Territórios Palestinos" constituídos não por um Estado fantoche, mas por uma Palestina com povos e direitos milenares que se vá muito além "espírito nacional" (BAUER,1979) e se reivindique ao povo o que se foi excluído de seu território.

Uma grande problemática da relação entre Israel e Palestina é a questão dos recursos hídricos e sua distribuição desigual, que se dá por aspectos físicos e políticos.

A hidrografia da região é evidenciada principalmente pelo rio Jordão, que é formado por diversas nascentes, sendo as principais os rios Hasbani, Dan e Banias, e se estende desde o monte Hermon até o mar Morto. As colinas de Golã e a Cisjordânia dispõem de um significante volume de água, mas que exigem tecnologias avançadas para serem retiradas (RODRIGUES JUNIOR, 2010).

Em contraponto a Faixa de Gaza apresenta uma série crise hídrica, sustentada principalmente pela ausência de fonte de água superficial e o aquífero costeiro que seria uma alternativa de abastecimento se encontra seriamente prejudicado devido a salinização proveniente de superexploração. Os aquíferos tem importância substancial para região, pois somente as águas superficiais não teriam volume suficiente para contemplar a sua demanda, existem dois grandes aquíferos: o aquífero da Montanha que se encontra no território quase que por completo da Cisjordânia e o aquífero Costeiro que abarca a faixa costeira israelense até Gaza (RODRIGUES JUNIOR, 2010).

O fator político da água é latente e pauta de forma decisiva os limites do Estado de Israel, e se torna estratégica no que se refere a partilha para ambas as populações e o uso para outros setores, como o industrial e agropecuário. O Estado de Israel administra a água do território e acaba por consumir níveis muito superiores em comparação com a população palestina, que levanta acusações não só de mal distribuição mas também de uma política discriminatória, onde a Companhia Nacional Israelense de Água (Mekorot) não

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