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A Governança Territorial

Por:   •  19/8/2021  •  Ensaio  •  2.589 Palavras (11 Páginas)  •  120 Visualizações

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As chuvas no Rio de Janeiro e a Geografia Escolar

Leandro Augusto,

Resumo

Sabe-se que algumas regiões do Rio de Janeiro estão mais vulneráveis a sofrerem efeitos mais intensos da chuva. Este texto discute alguns aspectos desse fenômeno cíclico, que alinhado a falta de estrutura urbana para recebê-lo, se torna num grande problema para a cidade. O papel do geógrafo no estudo dessas regiões e nas possíveis articulações de prevenção a desastres decorrentes da erosão e movimentos de massa, envolve não só o aprofundamento acerca das características geomorfológicas da cidade, como também um planejamento pedagógico que dê conta de promover uma maior integração do aluno nos acontecimentos que o atinge e que possam vir a atingi-lo.

Introdução 

As chuvas desastrosas que atingiram o município do Rio de janeiro em abril de 2010 e em abril de 2019 causaram estragos na cidade levando a diversos impactos como movimentos de massas nas encostas que ceifaram diversas vidas. Contudo, é notório que a cidade do Rio de Janeiro está aquém de possuir uma infraestrutura que suporte este tipo de evento natural, que é comprovadamente cíclico. Para diminuir os impactos humanos e materiais causados pelas chuvas na cidade, é preciso entender as características naturais do município, como sua geomorfologia e pedologia. E para pôr estes conhecimentos em favor do objetivo pretendido, a adoção de uma Geografia Escolar que faça dos alunos entendedores críticos e atores das medidas de prevenção e mitigação. 

Metodologia  

Para alcançar o objetivo de diminuição drástica dos efeitos das chuvas na cidade do Rio de janeiro, como dito anteriormente, é necessário o entendimento da topologia da cidade. A análise da geomorfologia, da pedologia e do tipo de cobertura vegetal nos dá subsídios para identificar áreas mais suscetíveis a deslizamentos, inundações e outros tipos de ocorrências.

Ato contínuo, analisaremos os eventos chuvosos de 2010 e 2019 para diagnosticar os pontos mais vulneráveis e entender a magnitude desses eventos.

Por fim, será exposta a importância da Geografia escolar que dê acesso, a alunos e alunas, a conhecimentos necessários para uma leitura reflexiva e cidadã do mundo; o que, no caso aqui tratado, significa ter a consciência da importância de se conhecer e saber diagnosticar áreas de risco, cada qual em seus locais de moradia, e, juntamente com a comunidade e órgãos como a Defesa Civil, mitigarem possíveis efeitos das chuvas.

Para obter os resultados e respostas acerca da problematização das chuvas na cidade do Rio e sua gestão nas ações pré e pós chuva será necessário analisar os textos descritos nas referências bibliográficas. Além disso, utilizaremos imagens, reportagens, sites de dados, mapas e gráficos de órgãos públicos que tratam desses desastres naturais que assolam o município carioca de períodos em períodos. O método de pesquisa escolhido, favorece uma liberdade na análise. 

Tipos de Solo 

No município do Rio de Janeiro temos a presença de diversos tipos de solo, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) o solo mais presente no município é o argissolo vermelho-amarelo distróficos, que ocupa 19,7% do território carioca. Este tipo de solo está presente em áreas mais irregulares e dissecadas e é um solo com suscetibilidade a erosão. Esse tipo de solo é encontrado em áreas densamente urbanizadas, onde se localizam a maiorias das comunidades cariocas e sua suscetibilidade a erosão em períodos de grande precipitação favorece os movimentos de massa provocando desastres e até mortes. 

O latossolo Vermelho-Amarelo distrófico também está presente em boa parte do Rio de Janeiro, sua área de abrangência ocupa 8,7% do município. Observa-se que este solo está nas áreas montanhosas como no parque estadual da Pedra Branca, parque nacional da Tijuca e na serra do Mendanha. Este latossolo é caracterizado por ser bem drenado, possuir uma baixa saturação, bastante profundos e são solos em avançado estágio de intemperização. Nos picos das montanhas encontra se o chernossolo argilúvico órtico, que no geral está ladeado pelo argissolo vermelho amarelo distróficos e pelo latossolo vermelho-amarelo e este solo ocupa 1,1% do território carioca. O município possui mais alguns tipos de solo, porém eles não alteram de forma impactante nos movimentos de massas e enchentes que afetam a cidade.  

Geomorfologia da Cidade 

A formação geológica carioca corresponde ao período pré-cambriano. O município do Rio do janeiro é originado pelos três maciços cristalinos composto pela Pedra Branca, Gericinó e Tijuca, e as planícies sedimentares constituídas pelas baixadas de Jacarepaguá, Guanabara e Sepetiba, além da serra do Mendanha. Outra característica do relevo é interpretada pelos maciços de baixa de altitude e morros isolados nessas baixadas, tendo o pico da Pedra Branca como o ponto mais alto do Rio de janeiro com 1.024 metros. Essa grande quantidade de encostas, em sua maioria, está ocupada por área urbana, o que facilita o deslizamento perante a chuva, pois a vegetação serve como uma espécie de “barreira” natural que segura o deslizamento.  A vegetação dessas encostas que são desmatadas para a ocupação humana acaba se tornando suscetível ao movimento de massa quando ocorre grandes chuvas como a de 2010 e de 2019.

Cobertura Vegetal 

A cobertura vegetal da cidade foi intensamente modificada desde o período do descobrimento, ainda no período colonial no maciço da tijuca houve a ocupação e extração de madeiras além da utilização da área para o plantio do café, isto causou graves problemas ambientais já que na época toda a água para abastecimento da cidade vinha dos rios e riachos provenientes do maciço da tijuca e com a retirada da mata os mesmos secaram e com isso houve uma grande seca na cidade. Estudos afirmam que se Dom Pedro II em 1861 não tivesse dado início a desapropriação das terras e depois ao reflorestamento do maciço da tijuca hoje a temperatura média da cidade seria mais alta entre 4°c e 7°c. 

A cidade está em sua totalidade situada no domínio da Mata Atlântica, a paisagem é marcada pela presença de elevações montanhosas cobertas por florestas, nos mais variados estados de conservação e podem estar também próximos ou em contato com o arco de praia. O Rio de Janeiro possui uma distinção que é a coexistência e permanência de diversas formações vegetais típicas da mata atlântica, tornando-se um verdadeiro laboratório para estudos da fauna e flora ainda que tenha passado por intensas transformações desde o início da sua ocupação.  

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