A Lógica Formal Lógica Dialética
Por: andressasantos96 • 15/4/2023 • Resenha • 6.185 Palavras (25 Páginas) • 108 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DAPARAÍBA[pic 1][pic 2]
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE GEOCIÊNCIAS
DOUTORADO EM GEOGRAFIA
TEORIA E MÉTODO EM GEOGRAFIA
PROF. DR. RAFAEL FALEIROS DE PÁDUA
PROF.ª DRA. DIRCE MARIA ANTUNES SUERTEGARAY
LEFEBVRE, Henri. Lógica Formal Lógica Dialética. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Ed. 15. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1991.
Andressa Santos Lôbo
Quando se fala em materialismo dialético, é preciso levar em consideração a evolução do pensamento e a compreensão do pensamento dialético. Moldados por uma determinada estrutura social, o capitalismo, e com isso, novas concepções de mundo.
Entre os que aderiram ao marxismo, isto é, ao materialismo dialético, foram muitos os que adotaram por razões parciais limitadas: práticas, políticas, econômicas, etc. Onde a universalidade do método dialético, em sua racionalidade, não suporta nenhuma restrição. Deste modo, esse método dialético vem ordenar, desobstruir e organizar a consciência do mundo e do homem, aplicando-se a vida e a arte, com essa nova consciência do homem, do indivíduo, e da universalidade racional.
O materialismo dialético esforçou-se no sentido de preencher uma lacuna e de apresentar a concepção dialética do mundo, bem como o método dialético. Por isso, é preciso ter em mente que esta obra representa apenas uma tentativa individual, no quadro geral de um grande movimento de pensamento e ação. Pois o movimento da dialética materialista vai essencialmente do abstrato ao concreto, dentro de um movimento dialético e de superação.
O capítulo 1 trata sobre a teoria do conhecimento, o qual é um fato indiscutível. Esse possui o sujeito e objeto, que estão em perpétua interação, sendo ela dialética. As características gerais do conhecimento enquanto fatos são: o conhecimento é prático, é social e tem um caráter histórico.
O autor afirma que para que o conhecimento se torne um problema, é preciso que a análise separe e isole o que é dado efetivamente como indissoluvelmente ligado: os elementos do conhecimento, o sujeito e o objeto.
Por outro lado, a metafísica se opõe completamente ao conhecimento como prática, ou seja, o conhecimento em que o sujeito e o objeto mantêm uma relação de interação contínua. É como se o conhecimento fosse algo acabado antes mesmo de ter começado, antes da experiência humana.
E essa verdade metafísica, que separa a prática e a teoria, resulta de uma inspiração ou de um raciocínio individual. Todavia, a vida social faz parte daquela realidade prática da qual o metafísico se separa e se abstrai, com a finalidade de extrair sua verdade do próprio esforço e do seu pensamento individual. A metafísica afirma-se como anti-histórica, não admitindo a experiência prática de que o homem vai dar ignorância ao conhecimento e que vai conquistando progressivamente o saber.
Já o idealista é a doutrina que eleva ao absoluto uma parte do saber adquirido, fazendo de tal parte uma ideia ou um pensamento misterioso que, segundo eles, existem antes da natureza e do homem real. Enquanto a metafísica seria o pensamento que separa o sujeito e o objeto, o homem e a natureza. A questão das relações entre o ser e o pensamento, natureza e o espírito, o objeto e o sujeito do conhecimento, foi sempre a questão fundamental de toda a filosofia.
Mas, quando procuramos compreender a relação entre metafísica e idealismo, concluímos que todo idealismo é metafísico, porém nem toda a metafísica é idealista, como no caso do materialismo. O indivíduo humano só tomava conhecimento de si através de uma espécie de desdobramento material, surgindo a divisão social do trabalho e a separação entre trabalho material e trabalho intelectual.
A separação metafísica entre sujeito e objeto reproduz e agrava, nas condições da consciência moderna, a separação imaginária, entre a parte lúcida de nosso ser (alma, espírito) e a parte natural (corpo, mundo). E o papel da lógica é examinar os instrumentos do conhecimento com objetivo de aperfeiçoar alas, pois o sujeito e o objeto são diferentes, mas ligados em uma interação incessante.
Lefebvre mostra que o problema do conhecimento é substituído por uma teoria do conhecimento. Essa teoria do conhecimento pode ser apenas como história do conhecimento, subdividida em um certo número de capítulos, notadamente:
a) a história das ciências e de seus métodos particulares;
b) história das formas, métodos e instrumento gerais do conhecimento;
c) história social das ideias.
O materialismo, de um modo geral, considera a natureza como elemento primordial. Opõe-se assim ao idealismo, que admite o primado do espírito com relação à natureza, do pensamento com relação ao mundo. O pensamento, a consciência, o espírito humano são realidades.
A oposição e a incompatibilidade do materialismo e do idealismo são absolutas. Leibniz afirma que nada existe no entendimento que não provém dos sentidos… a não ser o próprio entendimento. Kant admite que os conhecimentos provem efetivamente da experiência. Mas, as sensações, os fenômenos, são completamente transformados pelo sujeito que conhece. Já Hegel admitia que, se encontra na origem do ombro uma existência misteriosa, integralmente espiritual, a “ideia”. E para ele, os métodos humanos do conhecimento tem um alcance objetivo, e o idealismo é o idealismo objetivo.
Os sistemas idealistas foram frequentemente muito mais ricos, complexos e repletos de conteúdo vivo que as doutrinas materialistas. A discussão entre idealismo e realismo nega a história social das ideias e da produção do conhecimento. Descartes conduz a conclusões idealistas do seu sistema metafísico, justapondo seu idealismo metafísicos ser o materialismo científico num dualismo discutível. Como adversário filosófico, Descartes encontrou Gassendi, que era um materialista convicto. Por isso a história do conhecimento não pode se ater às discussões abstratas dos sistemas, logo deve ser uma história social das ideias.
O idealismo metafísico é incompatível com as afirmações das ciências naturais. Pela teoria da evolução, espécie humana sair da natureza. Assim, o crescimento da inteira espécie humana pode e deve ser considerado como um processo natural, sobre dois aspectos: um biológico, outro social. Esse quadro da natureza capaz de substituir as antigas tendências metafísicas, só pode ser materialista.
O próprio materialismo é uma metafísica, não do espírito da ideia, mais da matéria. Essa crítica atinge um tipo de materialismo hoje ultrapassado: o atomismo, ou mecanicismo. O pensamento oscilava incessantemente entre essas duas variedades da metafísica, o idealismo e o materialismo. Esse materialismo moderno, constata existência da consciência e do pensamento.
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