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A Segregação sócio-espacial urbana

Por:   •  5/4/2018  •  Ensaio  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  350 Visualizações

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Descrição da Atividade

Baseado na leitura do texto Discussões urbanas, constante na obra Geografia Urbana (2013, Unidade 2) responda as seguintes questões:

  1. Explique o que é a segregação sócio-espacial urbana.

É uma forma de separação de pessoas que fazem parte de uma população e é levada a residirem em lugares onde a infraestrutura e a distância irá dificultar o deslocamento para o trabalho, lazer, comércio, centros urbanos e outras atividades que fazem parte da vida em sociedade. Com a segregação sócio-espacial ainda há desprovimento de políticas públicas para agregarem qualidade de vida aos moradores de regiões frágeis. Geralmente são pessoas mais carentes financeiramente.

Quanto às dificuldades apresentadas o transporte público fica em evidencia, pois, é uma alternativa para a locomoção, gerando gastos financeiros e atrasos de tempo para se as pessoas se locomoverem. Isso ainda agrava mais quando se trata de doenças e problemas de saúde. Os hospitais ficam geralmente nos centros e a população segregada estará sujeita a mínimas condições para obterem qualidade no atendimento médico hospitalar. Villaça (2001, p. 142) afirma que: “a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole.”

A estrutura íntima das cidades segue uma localização, onde privilegiam as pessoas com rendas maiores. Assim, a acessibilidade fica favorável aos que possuem renda superior e consequentemente a localização dos menos favorecidos economicamente se tornam progressivamente pior.

2) Quais os processos e fatores responsáveis pela segregação urbana?

Grande número de pessoas migra de regiões onde há seca, falta de emprego e oportunidades, com isso, chegam às grandes cidades em busca de emprego e mais qualidade de vida. Assim, não possuem condições financeiras para residem nos centros urbanos e vão morar nas periferias com difícil acesso.

A falta de políticas públicas voltadas em prol da educação, saúde, assistência social e melhores condições de vida são alguns dos problemas apresentados pelas pessoas que moram nas periferias. Como diz o autor Véras:

[...] a cidade se revelou a portadora da nova civilização (urbana industrial e moderna), mas também aí foi encarada como tendo um lado indesejável, a da pobreza. Foi à presença dos famélicos, “sujos, grosseiros” e que “deveriam” ser afastado dos olhares burgueses. Surgiu aí a primeira forma de segregação explícita. Mais tarde haveria intenção mais direcionada, inclusive dos aparelhos públicos de planejamento de “zonear”, catalogar e ordenar o espaço urbano por determinadas funções [...], destinar espaços específicos à habitação popular. (VÉRAS, 2003, p.84)

        A exclusão social que faz parte de muitas vidas é uma realidade presente na sociedade capitalista. Produz um distanciamento entre a sociedade que leva os grupos dominantes a excluírem e evitarem o contato, convivência e até mesmo de forma visceral com reações ultrajantes as diferenças apresentadas. Os segmentos excluídos são assim residentes em locais menos favorecidos.

        Com uma nova organização de espaço e urbanização, os trabalhadores com baixos salários (rendimentos) são levados a residirem em locais cada vez mais distantes. Bauman (1999, p.95) em que afirma:

“Os de baixo [excluídos] volta e meia são expulsos do lugar de que gostariam de ficar. Se eles não se retiram, o lugar muitas vezes é puxado como um tapete sob seus pés.” Dessa maneira, percebe-se que, no processo de decisão locacional, os excluídos não detém participação. São expulsos por mecanismos do chamado livre mercado e pelo poder público a fim de atender os interesses da classe dominante ou de frações dessa.

Com o crescimento desordenado das cidades; em áreas totalmente impróprias, ocupadas por uma população carente, que não possuem recursos e com reduzida participação aos projetos habitacionais. Não possuem recursos financeiros e técnicos, essas comunidades ficam a mercê da sorte sem clarificação dos projetos e ações de melhoria nos setores periféricos.

3) A localização interfere na segregação urbana? Exemplifique.

        O processo de urbanização brasileira, caracterizado pela apropriação do mercado imobiliário das melhores áreas das cidades, e, pela ausência, quase completa, de áreas urbanizadas destinadas a moradia popular; levou a população de baixa renda a buscar alternativas de moradia, ocupando áreas vazias desprezadas pelo mercado imobiliário, nesse caso, áreas ambientalmente frágeis, como margens de rios, mangues e encostas íngremes.

Guerra ( 2011, p. 119) melhor exemplifica quando diz que:

A precariedade da ocupação de (aterros instáveis, taludes de corte em encostas íngremes; palafitas, ausência de redes de abastecimento de água e coleta de esgoto) aumenta a vulnerabilidade das áreas já naturamente frágeis. [...] apesar da possibilidade da ocorrência de escorregamentos atingirem áreas de maior declividade nas cidades, é inegável que os maiores acidentes são mais frequentes em locais precários, ausentes de infraestrutura, como favelas, loteamentos irregulares e demais formas de assentamento precário.

Com essa afirmação de Guerra (2011) é clarificado, que a  localização interfere sim, na segregação urbana, as pessoas que residem nas periferias, se concentram numa área mais pobre da população. São pessoas privadas do direito a moradia digna, e também privadas de muitos outros direitos descritos nos direitos básicos da Constituição brasileira. Assim, ficam excluídas e segregadas como também diz Couto (2011, p. 04)

[...] a exclusão social se mostra bem mais evidente nas regiões metropolitanas das grandes cidades brasileiras, principalmente nos espaços rejeitados pelo mercado imobiliário privado e nas áreas públicas situadas em regiões desvalorizadas que não despertam o interesse dos agentes imobiliários. São nessas áreas desvalorizadas que a população trabalhadora pobre vai se instalar, nas encostas dos morros, terrenos sujeitos à enchente e áreas alagadas, regiões poluídas e outros tipos de riscos.

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