A obra, "O Príncipe", de Maquiavel é um presente dado ao Príncipe Lorenzo
Por: Renatorautte1 • 3/9/2015 • Resenha • 2.642 Palavras (11 Páginas) • 622 Visualizações
FACULDADE ANHANGUERA
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA
O PRINCIPE
PROFESSOR: MARCOS CANETTA
FLORIANÓPOLIS, 20 DE MAIO DE 2013.
ALUNA: CARMEM MARIA L.F. RAUTTE RA:6659418905
Resenha
A obra, "O Príncipe", de Maquiavel é um presente dado ao Príncipe Lorenzo de Médici para servir como um guia político, nada mais que um guia de como chegar ao poder e se manter nele. Maquiavel busca através de exemplos reais fundar as suas ideias sobre como deveria ser a administração de um "Principado" e sua sociedade, ou por assim dizer Estado.
Em "O Príncipe", Maquiavel nos mostra diversas situações com as quais os príncipes poderão eventualmente se deparar e dita os melhores modos de se controlar em certas situações. O livro foi desenvolvido mediante ponderações e análises feitas por Maquiavel a partir de eventos políticos tanto anteriores a sua época, quanto de eventos comuns ao seu cotidiano, e a partir deles chegou à conclusão de que um bom governante deveria ter virtude e fortuna, ou seja, deveria ter habilidade (virtude) e circunstâncias favoráveis (fortuna). Um dos elementos fundamentais do livro é que o príncipe ao ter que escolher entre ser amado ou temido é preferível que ele escolha ser temido, porque,segundo Maquiavel,os homens são "ingratos, volúveis, dissimulados, fogem do perigo, são ávidos de ganhar e, enquanto lhes fizeres bem, pertencem inteiramente a ti, mas quando precisas deles, revoltam-se”. Essa passagem do autor expõe a sua visão pessimista em relação ao homem. Sendo assim, para ele o governante deve entender que os homens tem uma natureza maléfica e, portanto deve ser sempre cauteloso com o seu povo, ou seja, o príncipe não deveria ser bom demais, pois poderia perder a sua imagem de poder e severidade, nem deveria ser odiado pelo povo, temido sim, mas odiado não. O ódio levaria a revolta de sua população, e por vez sua queda do poder, já o temor levaria ao respeito. No livro cita-se o "Maquiavelismo" que é o conceito de que o príncipe só deve cumprir com sua palavra quando lhe for conveniente e que ele deve passar a imagem de justo, honrado, moral e religioso, mas também, devem-se utilizar todas as formas possíveis para governar, isto incluem o uso da mentira, do golpe, da corrupção, da promoção de uma falsa imagem, entre outros desvios de conduta, pois no final tudo seria justificado e válido. Porém, Maquiavel afasta qualquer tipo de negativismo para com o príncipe, emanado de seu povo e, portanto o soberano deve ser sempre bem visto, deve sempre manter o seu povo ocupado e distraído a fim de evitar revoltas, ou qualquer outra atividade conspiratória. O autor também afirma que a guerra é necessária para criar o sentimento de nacionalidade na população e para concretizar o poder do príncipe sobre o território, com isso o exército é necessário para a eliminação do inimigo do local dominado e toda violência é válida para submeter a sua vontade de algo conquistado. O uso da força é apoiado por Maquiavel e sempre necessário para atingir algum objetivo político, e isso se observa na máxima "Os fins justificam os meios", ou seja, "Os meios necessários para os fins objetivados". Entretanto, a obra explica e guia o príncipe desde seu comportamento até seu caráter político, como se fosse um mundo a parte, o mundo da política e das manipulações afim da conquista de um bem maior, por assim dizer, o grande objetivo político do poder. Maquiavel também aconselha na escolha dos conselheiros e ministros do governante. Afirma que os homens que estão em volta do príncipe o definem como aquele famoso ditado para melhor entendimento, "Diz com quem andas que lhe direi quem tu és", é desta maneira que o autor aconselha ser a decisão do príncipe, para ser bem aconselhado, ou seja, tem que estar bem acompanhado, porém só o que é de uso necessário deve ser ouvido e acatado, o príncipe não se submete a ninguém e seus ministros escolhidos devem ser beneficiados com regalias para não sucumbirem ao desejo do poder, o desejo de desejar mais, já abusando da redundância.
Ao analisar os ensinamentos de Maquiavel percebe-se que é possível perceber que ele prega o equilíbrio. “A um príncipe é necessário saber valer-se dos seus atributos de animal e de homem”. Esse pensamento ressalta o porquê de Maquiavel ser considerado o fundador da Ciência Política Moderna, vez que a descreve como realmente é admitindo não só que não é possível possuir todas as virtudes, como que quem as tem não consegue se manter no poder. Assim concluo que o governo de uma nação é algo tão complexo que dispõe de todos os meios possíveis e imagináveis para obter um poder estável e controlador do ponto de vista da governabilidade, transcendendo a ética, já que a mesma não tem definição nesse universo político, pois algum ato visto com um olhar de virtudes, no mesmo momento condenado, tem sua justificativa lá no futuro e sem ele, talvez, não tivesse esse beneficio futuramente. Com isso, de acordo com o autor, a política é a "arte do possível", vista de forma autônoma do universo social da ética, filosofia ou religião, e é muito importante para a caminhada da população junto à história.
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