ESCOPO DE PROJETOS

Vantagens de entrega noturna

Estratégia aumenta produtividade da frota, mais ainda é pouco utilizada

O percurso feito em uma hora durante o horário comercial não leva mais do que 3 minutos quando o relógio já passou das 22h. Com volume de descarga menor tais horários, os erros na conferência da mercadoria também diminuem. A produtividade da frota aumenta e as chances de os estoques ficarem vazios por atraso na entrega caem. Não são poucas as vantagens da entrega noturna, mas a estratégias ainda é pouco usada.

Os motivos, segundo consultores em logísticas, fornecedores e varejistas, são a necessidade de estrutura para funcionamento fora do horário comercial, o aumento dos custos trabalhistas e a dificuldade na resolução de problemas, já que a gerência não trabalha durante a noite. “Mas no final das contas ganha-se em agilidade “, atesta o consultor da Integration, Leonardo Zylberman.

A entrega noturna em São Paulo permite, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, aumento de produtividade de até 50% por veículo, o que cobre custos trabalhistas adicionais e favorece redução no preço final do frete. Apesar de não haver dados semelhantes sobre o Rio de Janeiro, o quadro tende a ser semelhante dada às características do trânsito.

Diretor executivo da fabricante de pães Wickbold, Ronaldo Wickbold afirma que, se houvesse interesse de varejo, aumentaria o número de entregas durante a noite que, hoje, acontecem apenas em São Paulo. “Esse volume poderia crescer sem qualquer gasto extra porque temos estrutura pronta, já que trabalhamos 24 horas. Usamos apenas quatro caminhões para entrega noturna e 100 diurnamente “, explica Wickbold, destacando que esta é uma forma de otimizar o uso da frota.

Ainda entre as vantagens da tática, o diretor destaca que o tempo pra realizar o mesmo percurso durante a noite é menor, já que o trânsito é menos intenso. “A descarga também acontece com mais rapidez porque não são todos os fornecedores que a fazem neste horário”, comenta o executivo, ressaltando que o varejo ainda não está receptivo à estratégia.