Formação Econômica do Brasil
Por: aroldo.costa • 15/8/2017 • Resenha • 550 Palavras (3 Páginas) • 201 Visualizações
Formação Econômica do Brasil
O livro “Formação Econômica do Brasil”, do economista paraibano Celso Furtado, que para muitos, é tido como o maior economista brasileiro, narra a história econômica do país desde o período colonial, propondo uma periodização a partir de ciclos econômicos dos produtos exportados, neste período, e da transição para o trabalho assalariado e a atividade industrial, nos séculos XIX e XX. Tal obra possui a curiosa característica de ser uma determinada unanimidade pelos maiores expoentes da economia brasileira, a exemplo de Roberto Campos, Delfin Neto e Maria da Conceição Tavares, apenas para citar alguns dos célebres.
O porquê desse caráter de unanimidade? Ninguém melhor do que o próprio autor para responder:
“... Bem, cabe a vocês decifrarem o mistério (risos). Mas considero o seguinte: é um livro sobre a formação histórica do Brasil, sobre como se montou esse país. Foi escrito com grande isenção, não introduzo nenhuma tese controvertida no livro, limitando-me a analisar. A novidade que impressionou muita gente, inclusive na Europa -[Fernand] Braudel, um importante historiador, admirou-o muito por isto-, foi que eu coloquei o País na história global. O Brasil nasce como parte de um processo de desenvolvimento e expansão da Europa. Essa ligação entre a formação da economia brasileira e o processo global da economia mundial era uma visão nova...”.
Outros pontos são citados por muitos historiadores e economistas a respeito das principais contribuições desse livro, destacando-se, dentre outros, o problema da mudança de mão-de-obra com o fim da escravidão (Ciro Biderman, Luis Felipe L. Crozac e José Marcio Rêgo); a demonstração de que a industrialização no Brasil se deu sem a devida política da industrialização propriamente dita (o próprio autor); Roberto Campos o tem como elementar necessário para a historia econômica brasileira, embora deixe evidente que existam, na obra, várias interpretações históricas equivocadas; Delfin Neto, por sua vez noticia: “..., que é uma espécie de romance, é um livro extraordinário por causa da forma. Aquela interpretação integral e global transmite uma lógica para a historia que é absolutamente fantástica...”, ou “... o livro de Celso é um livro de alta categoria...”; e Conceição Tavares ressalta: “... o mestre Furtado pode ser chamado de grande por quê? Porque ele disse: “Acho que a Formação Econômica desse país não é o que estão dizendo...” ”.
Saindo agora desse pequeno apanhado, entre os pares do professor Celso Furtado, vale mencionar que esse livro tem representatividade, do ponto de vista das ciências humanas no Brasil, de referência acadêmica inarredável, ao lado de “Raízes do Brasil” (Sergio Buarque de Iolanda) “Casa Grande e Senzala” (Gilberto Freyre), criação cuja abrangência e sua forma de interpretação antropológica, sociológica e histórica acerca do Brasil ganhou destaque nacional/internacional, o que por si só já instiga a uma necessária visita acadêmica, mesmo que não muito intensa.
Contudo, não se quer colocá-lo apenas como um nome de Pensamento Econômico Brasileiro, tentativa em muito sugerida pelo próprio titulo da obra. Ocorre que a forma global com que se avalia a formação econômica do país remete necessariamente
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