MARY, Cristina P. África: Integração e fragmentação. In: HAESBAERT, Rogério. (org.) Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: UFF, 2013, p.193-215
Por: Pablo Muryllo • 12/7/2017 • Resenha • 931 Palavras (4 Páginas) • 829 Visualizações
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Nome: Pablo Muryllo de Oliveira. Espaços Regionais. 3° Geografia.
MARY, Cristina P. África: Integração e fragmentação. In: HAESBAERT, Rogério. (org.) Globalização e fragmentação no mundo contemporâneo. Niterói: UFF, 2013, p.193-215
África: Integração e Fragmentação
O autor faz uma analise histórica – geográfica, tentando entender a geopolítica do continente, perante o processo de globalização e os centros de poder. Assim como qual é o papel da África (enquanto continente) em diversos momentos históricos e formas espaciais, a partir de uma analise interescalar entre o todo e o que regionaliza.
A África era e ainda é vista com olhares de exotismo, fome, doenças e guerras. No século XIX, vários intelectuais negros, projetam um pan-africanismo, que colocam um manto em cima de milhões de diferenças culturais e étnicas.
Na era do Sistema Colonial, houve uma divisão territorial do trabalho no continente africano. O norte era área de expansão comercial, ligada ao Império Otomano, e o sul era vista como “periferia da periferia” (AMIN, 1976). Esse processo na África Negra trouxe efeitos catastróficos em seu desenvolvimento, trazendo guerras, êxodos e diminuição populacional drásticas, tornando também essas áreas mais complexas e profundas, as hierarquias presentes.
Em torno de 1870, e com o imperialismo, houve um acirramento das disputas aos “fundos territoriais africanos”, assim novas logicas socioespaciais foram surgindo.
Os colonizadores se aproveitaram da estrutura preexistente do comercio de escravos, para produzir produtos primários, assim também deram apoio às elites regionais, para se apropriar das terras comunais.
Há hoje em dia na África Austral e Oriental, diversas territorialidades pregressas, marcados por Estados contemporâneos organizados, polos etnográficos e culturais.
As raízes do Apartheid, teve-se na era do Imperialismo, onde os povos autóctones eram vistos como estrangeiros em suas próprias terras.
Na África do Sul, a industrialização veio a partir da 1° Guerra Mundial, com as substituições das importações, processo similar ao que ocorreu no Brasil e em outros países sul-americanos, tendo suas particularidades, e tornou – se centro de gravidade africana a partir da década de 60.
Já na região central, dominada pela floresta equatorial, que foi o que protegeu os povos que ali habitavam, mas não impediu que se tornasse uma colônia extrativista, que os colonizadores belgas visavam era a borracha e o marfim, e que foi baseado em massacres sistemáticos da população nativa.
A 2° Guerra Mundial, trouxe uma nova forma de pensamento aos africanos. Eles batalharam em diversos fronts, contra ditaduras europeias, mas voltando a seus países perceberam que não tinham os mesmos direitos que os seus colonizadores.
A Guerra Fria, e seu contexto politico-ideológico, trouxeram novas logicas no processo de espacialização que ocorria na África. Russos e americanos investiram em governos que potencialmente poderiam se aliar ao rival. Criando assim inúmeros embates entre nações e entre os grupos que disputavam o poder dentro de certo território.
“Esse processo de fragmentação do continente ocorreu em meio às disputas da Guerra Fria e na contramão das antigas ideias pan-africanistas. Mesmo a Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1963, na Etiópia, nasceu só o signo do respeito às fronteiras coloniais.” (MARY, 2013).
O fim da Guerra Fria e a globalização alterou toda a logica anterior, pois o continente não tinha mais seu papel estratégico, sendo assim ficando a mercê das potencias ocidentais. E também a imposição de “ajuda” financeira com o FMI, aumentando as divida e as disparidades socioeconômicas.
Até 2000, três países disputavam a primazia africana: Egito (norte), Nigéria (oeste) e a África do Sul. Desde 2009, a China tornou-se o grande parceiro continental africano, a frente da União Europeia e dos Estados Unidos. (CASTRO, 2010) Isso graças as abundantes e diversificadas reservas minerais.
Os E.U.A, não querendo perder sua fatia dos recursos energéticos (petróleo), aos poucos vai ampliando sua influência no continente com a desculpa de combate ao terrorismo, instalando bases militares.
Com a dependência das commodities, que são sujeitos a forte oscilação no mercado financeiro, aliada uma indústria pouco diversifica, a grande concentração de renda, e os trabalhos mais lucrativos ficarem a cargo de estrangeiros, há uma grande tendência para o agravamento das tensões e das disparidades sociais.
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