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NATUREZA INTOCADA

Por:   •  3/11/2015  •  Resenha  •  724 Palavras (3 Páginas)  •  592 Visualizações

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O MITO MODERNO DA NATUREZA INTOCADA

O Mito moderno da natureza intocada de Diegues nos permite entender a concepção da relação entre homem e natureza e as vertentes ‘’conflituosas’’ desta temática, apresentando ideias sobre o conservacionismo e preservacionismo. No primeiro capítulo, por exemplo, o autor revela a história da noção de mundo selvagem, apresentando a criação de parques para a preservação da natureza e seus recursos.

A criação do primeiro parque nacional aconteceu nos Estados Unidos , chamado Yellowstone, em meados do século XIX. Influenciado por ideias preservacionistas, algumas ideias deste tipo já se concentravam na Europa tempos atrás.  Contudo, a desvalorização do mundo selvagem, tal como aponta o autor, começou pelo respeito dos naturalistas às áreas não transformadas pelo homem.  Apesar disto, com a crescente urbanização, era industrial e do progresso, gerou caos na vida urbana, prejudicada pela poluição. Com o avanço do capitalismo americano e a urbanização acelerada, a proposta era reservar as áreas verdes para fins de recreação da sociedade.

Apesar desta ideia, por volta de 1890 os custos ambientais e sociais eram muito grandes, fator que causou algumas tensões na sociedade, revelando uma verdadeira preocupação com as questões ambientais.

Segundo Koppes, havia três idéias básicas no movimento conservacionista da ‘’Era do Progresso’’ de Theodore Roosevelt. Estas consistiam na eficiência, na equidade e na estética.  Para explicar estes conceitos, o autor nos apresenta a seguinte abordagem:

De um lado, havia os que propugnavam o uso eficiente dos recursos naturais; para outros, como Pinchot, o uso adequado dos recursos naturais deveria servir como instrumento para desenvolver uma democracia eficiente no acesso aos recursos naturais. E, finalmente, havia aqueles para os quais a proteção da vida selvagem (wilderness) era necessária não só para se conservar a beleza estética, como também para amenizar as pressões psicológicas dos que viviam nas regiões urbanas.

As duas visões de conservação do mundo natural consistiam no conservacionismo e preservacionismo, alavancadas por Gifford Pinchot e John Muir, respectivamente. A Conservação baseava-se em alguns princípios, tais o uso dos recursos naturais pela geração presente, a prevenção de desperdício e o uso dos recursos naturais para benefício da maioria dos cidadãos. Já o preservacionismo, do idealizador John Muir, acredita quea base do respeito pela natureza era seu reconhecimento como parte de uma comunidade criada à qual os humanos também pertenciam.

Em síntese, a corrente preservacionista vê nos parques nacionais única forma de salvar a natureza dos efeitos provocados pela expansão urbana e industrial. Já o conservacionismo, recriou a dicotomia entre "povos" e "parques".

O modelo da criação de parques sem os moradores, gera muitas contradiçõe entre os pesquisadores: "Algumas das mudanças na visão de natureza, pelos americanos contribuíram para um aprofundamento dos problemas ambientais. A emergência necessária de uma perspectiva ecológica dramaticamente transformada nos anos 60 foi testemunha da herança ambígua do movimento conservacionista. "(Koppes, 1988:251). Neste sentido, o autor aponta que a natureza não deve ser tratada como um objeto e sim como uma complexidade onde os seres vivos são personificados.

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