O CONCEITO DE LUGAR NA GEOGRAFIA CULTURAL – HUMANISTICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A GEOGRAFIA CONTEMPORANEA
Por: José Moura de Souza • 6/3/2016 • Trabalho acadêmico • 844 Palavras (4 Páginas) • 835 Visualizações
O CONCEITO DE LUGAR NA GEOGRAFIA CULTURAL – HUMANISTICA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A GEOGRAFIA CONTEMPORANEA
A definição de lugar como conceito defendido pelos geógrafos no decorrer da conceituação do objeto da Geografia passou a ser encarado como segundo plano quando houve avanços nas definições dos termos paisagem, espaço e território, assim possibilitou o desenvolvimento do mesmo como conceito fundamental e principal da geografia.
Tal definição teve investigação pelas ciências humanas no início da década de 1920 e tornou-se mais dinâmico na década de 1960, quando houve um modo de reflexão na incorporação dos geógrafos. De acordo com o artigo que está sendo utilizado como base e o aporte bibliográfico, a abordagem cientifica dos fatos sociais só podem ser agrupados a partir da experiência humana e é neste âmbito que se encontra a geografia, como destaca Sauer (1998) em “a realidade é ingenuamente perceptível” através dos estudos na área da paisagem.
Para muitos teóricos a geografia não devia ser vista como uma disciplina cientifica nos moldes dos positivistas, pois ela deve ser encarada como a inserção do homem no mundo, onde este sabe lidar com aspectos objetivos ligados a um espaço geometrizado, ou seja, a geografia pode ser vista como uma ciência disposta a explorar o mundo natal de cada homem em sua própria terra (Dardel, 1990). Já para Holzer (1993), “as preocupações acabaram por originar a geografia humanista explicitamente considerada como campo autônomo.”
Tuan e Buttimer foram os primeiros a destacarem a identidade da geografia humana, mais precisamente nas décadas de 1970. Estes foram os primeiros na conceituação de lugar vivido referente ao cultural no meio moderno.
Tuan iniciou uma investigação conceitual mais explicitamente humanista, sendo o principal contribuinte na fixação de uma identidade própria a geografia humana e a pesquisa relacionada ao homem/natureza. O mesmo exigia, além de pesquisa aplicada, pesquisa teórica e científica, e também alertava para a disparidade entre objetivos, métodos, pressupostos filosóficos e escalas envolvidas nesta empreitada, que seriam unificados em um único tema: o modo como os seres humanos respondem a esse ambiente. Nenhum conceito abrangente, reconhece, une essas disparidades. Contenta-se, então, em estruturá-Ias em tomo da "topofilia", definida como o elo de afeição que une as pessoas aos lugares. Nestes trabalhos voltados para as atitudes e valores ambientais, Tuan, não explicitava suas preocupações teóricas e filosóficas, entretanto desenvolvia, paralelamente, uma busca por embasamento teórico calcado na filosofia e no intercâmbio com outras disciplinas.
Para Tuan “tempo e espaço estão ligados pela noção de distância, ambos os conceitos orientados e estruturados pela intencionalidade do ser.” (TUAN, 1979, 390). Deste modo, espaço e tempo são inseparáveis na atividade locomotora, apesar de serem separáveis na fala e no pensamento.
O mesmo ainda observava que os filósofos, com exceção dos kantianos, sejam fenomenologistas ou positivistas, priorizam o tempo em função do espaço. “Isso acontece porque os filósofos estão interessados na natureza da causa, colocando-a sob a luz do tempo, pois pensam no fluxo do tempo como determinante das conexões causais dos fenômenos; o espaço, por sua vez, só ordena os dados coexistentes” (TUAN, 1979,391).
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