O TECNÓGENO DENTRO DO TEMPO GEOLÓGICO: O HOMEM COMO AGENTE GEOLÓGICO NA TRANSFORMAÇÃO DO MEIO
Por: Vívian Barbosa • 25/6/2017 • Artigo • 1.038 Palavras (5 Páginas) • 947 Visualizações
O TECNÓGENO DENTRO DO TEMPO GEOLÓGICO: O HOMEM COMO AGENTE GEOLÓGICO NA TRANSFORMAÇÃO DO MEIO
Vívian A. Barbosa
INTRODUÇÃO
Os períodos geológicos correspondem a segmentos da história do Planeta Terra, porém para definição dos mesmos são necessários correspondentes materiais (Comissão Especial de Nomenclatura Estratigráfica – SBG, 1996) e tais registros precisam ser preservados correlativamente aos processos geológicos.
Para uma caracterização do Tecnógeno como unidade geocronológica é preciso à existência de registros materiais que comprovam que houve mudanças estratigraficamente significativas ao período que viera a ser seu antecessor.
Para isso, o principal fator defendido para categorizar o homem como agente transformador do meio é a “possibilidade de comparação de efeitos das ações humanas aos efeitos das causas naturais da dinâmica externa sobre a superfície terrestre” (PELOGGIA, 1996). Para conhecimento da ação modificadora de agentes antrópicos no meio é preciso identificar três diferentes marcos da utilização do ambiente pelo homem, que seriam: revolução neolítica, revolução da urbanização e revolução industrial.
Todas as três revoluções mudaram drasticamente o modo que o homem apropria-se do ambiente, intensificando suas práticas e alterando a sua relação com o meio natural. Com isso, o ambiente sofreu desequilíbrios potencializando as ações que naturalmente ocorrem. Vale ressaltar que essas ações humanas para com o ambiente natural são relativamente jovens e se dissocia de todo e qualquer fator geológico previamente existente.
DESENVOLVIMENTO
A história do tempo da Terra corresponde a períodos baseados nos registros preservados correlativos aos processos geológicos, períodos marcados por características significativamente relevantes em relação ao período antecessor como, por exemplo
“O Terciário referia-se a rochas pouco consolidadas ocorrendo superposição às “secundárias” e o Quaternário proposto para identificar camadas muito jovens, em geral aluviais, fora dividido em depósitos formados nas épocas glaciais, com fósseis de quadrúpedes extintos e depósitos pós-glaciais, com fauna e flora modernas e formadas pelos sistemas sedimentares”. (PELOGGIA, 1999 pg. 3)
Através da litoestatigrafia e bioestatigrafia procura-se identificar mudanças consideráveis na dinâmica geológica-geomorfológica a fim de reconhecer o tecnógeno na escala do tempo geológico e, para isso, apoia-se na figura do homem como responsável pela transformação da geologia da Terra.
Os depósitos tecnogênicos são evidências da transformação do meio ambiente pelo homem, explicitas nas paisagens atuais, assim como nos processos geradores e modificadores do meio. Apesar de ter uma história recente, em comparação ao tempo geológico, o homem não pode ser desconsiderado, visto que ele é fator influenciador na dinâmica do meio e seus processos.
Considerado de caráter essencialmente novo e diferenciado, ele é capaz de fazer as propriedades e o modo de ser da natureza combinarem-se de maneira única, em novos modos de funcionamento para atender seus propósitos. Afirma-se o papel transformador do homem para o com o meio a partir da história recente da terra na vivência de três marcadores que contribuíram exponencialmente para a mudança de comportamento da relação homem-natureza.
A Revolução Neolítica é considerada o primeiro marcador para o tecnógeno, devido ao surgimento de técnicas agrícolas. Considera-se também as revoluções urbanísticas, na idade média, e a revolução industrial como efetivadores do tecnógeno, devido ao advento de processos geológicos aceleradores e diferenciados de períodos antecessores (PELOGGIA, 1999).
A geologia, portanto, não pode ser dissociada da ação humana, que através das suas ações (trabalho) apropriaram e utilizaram os espaços superficiais e os de subsuperfície. Impõem-se diferentes demandas, modificando os processos e levando à respostas distintas (essas mais intensas) denominadas de “comportamentos geotécnicos”. No que diz respeito aos processos de ocupação humana, os problemas verificados são relacionados com:
1- As alterações fisiográficas da paisagem: tendo como exemplo, restaurações de canais fluviais, terraplanagem, áreas erodidas, mineradas, etc. Nesse meio, o homem atua como agente geomórfico.
2- Na variação fisiológica das paisagens: os processos geomórficos, pedogênicos e sedimentares atuais, tendo como exemplo a criação, indução e intensificação ou modificação do comportamento e processos da dinâmica externa (intensificação da erosão e da carga sedimentar correlativa, escorregamento em geral, infiltração e escoamento, drenagem pluvial e fluvial, taxa de sedimentação, fluxos subterrâneos e etc.) e alterações que podem ser comparadas
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