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RESENHA CRÍTICA: O PROBLEMA DA ESCALA

Por:   •  21/3/2021  •  Resenha  •  1.328 Palavras (6 Páginas)  •  408 Visualizações

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Universidade Federal de Rondonópolis

Instituto Federal de Ciências Humanas e Sociais

Docente: Gustavo Benedito Medeiros Alves

Discente: Victor dos Santos Lara

Matéria: Cartografia II

 

RESENHA: O PROBLEMA DA ESCALA (CASTRO,1995)

  • Introdução

A autora inicia o texto destacando que a escala é de uso muito antigo na geografia e está implementada no vocabulário de qualquer geógrafo. A escala sempre foi uma fração que indica a relação entre as medidas do real e aquelas da sua representação gráfica. Porém, a conceituação de escala esta relação apenas é cada vez mais insatisfatória, tendo em vista as possibilidades de reflexão que o termo pode adquirir, desde que liberto de uma perspectiva puramente matemática. A autora cita que existem diferenças entre escalas cartográficas e escalas geográficas dificultaram a problematização do conceito, uma vez que a primeira satisfazia plenamente as necessidades da segunda. O objetivo do texto retoma a discussão sobre conceito de escala, ultrapassando os limites da analogia geográfico-cartográfica e colocando em pautas as suas possibilidades diante de novos níveis de abstração e de objetivação.

  • O Problema da escala na Geografia

Nesta parte a autora explica que a abordagem dos fenômenos espaciais na escala, onde ressalta que quando se observa estes fenômenos por uma visão analógica entre as escalas geográfica e cartográfica, a definição tende a ser apresentar problemas, pois a escala cartográfica parte de um raciocínio matemático e a geográfica não apresenta um conceito satisfatório para a sua complexidade. Neste, vem a resultar em uma confusão entre os raciocínios espacial e matemático, bem como a autora cita BRUNET  ao falar que toma-se o mapa pelo território.

Dentro da Geografia, o problema epistemológico e metodológico da escala vem sendo debatido frequentemente entre os geógrafos, embora em número menor do que o esperado, visto que é de grande importância para a compreensão das questões com as quais os estudiosos da organização espacial se deparam, destaca a autora. Nessa problemática da escala na geografia, Iná cita alguns autores para à devida discussão.

Iná citou LACOSTE. A proposta de Lacoste é observar os fenômenos a partir da perspectiva dos níveis de análise, em que a visibilidade dos fenômenos depende da escala cartográfica de representação adequada. Segundo Iná Elias de Castro, embora o autor ressalte que a escala é um dos problemas epistemológicos primordiais na geografia, a proposta de Lacoste limita o conceito de escala às medidas de representação cartográfica. A professora discordou de Lacoste ao falar que “a escala é, na realidade, a medida que confere visibilidade ao fenômeno. Ela não define, portanto, o nível de análise, nem pode ser confundida com ele, sendo assim, a proposta do autor foi importante para à discussão do problema da escala, porém não soluciona o problema.

Iná cita GRATALOUP, este investiga o espaço social e considera-o uma hierarquia de níveis, na sua análise, o autor contrapõe uma “escala lógica” à escala espacial. Para libertar a noção de escala da cartografia o autor vai argumentar que o mapa não é estrito à geografia e que a disciplina não se reduz ao estudo das localizações. Grataloup definiu a escala geográfica como uma hierarquia de níveis de análise do espaço social que pode ser concebido como um encaixamento de estruturas, esclarecendo, porém, que nem toda área é uma estrutura, abre espaço para uma problemática, pois essa afirmação permitiu-lhe atestar que áreas homogêneas não constituem um nível de análise. Ou seja, ele apontou uma contradição mas não a solucionou, entretanto, serviu para sacudir o uso acomodado de determinados termos

Para RACINE, RAFFESTIN e RUFFY  o problema da analogia entre as escalas cartográfica e geográfica existe porque a geografia não dispõe de um conceito próprio de escala, adotando desta maneira o conceito cartográfico. A autora Iná acredita que os autores ao demonstrar que a escala é um “processo de esquecimento coerente”, eles acrescentam uma noção fundamental sobre a escala enquanto mediadora entre intenção e ação, entretanto, quando os autores se propõem a ir além nesta reflexão associando o conceito de escala ao conceito de dimensão de um fenômeno, aprisionam o fenômeno à medida, resolvendo assim o problema fenomenal no dimensional.

Ao se tratar das questões metodológicas da geografia, ISNARD, RACINE, e REYMOND retomam a ideia de mediação entre intenção e ação, como componente de poder no domínio da escala, e segundo Iná Elias de Castro, vão além dos autores anteriores quando destacam a sua importância para a compreensão dos papéis desempenhados pelos diferentes agentes de produção do espaço. Iná Elias ressalta que a colaboração desses autores foi de grande importância ao trazer para à agenda geográfica as diferentes escalas de possibilidades de consequências no processo decisório. Segundo a professora Iná, os autores não esgotam a discussão sobre um conceito operatório de escala, mas levantam questionamentos e preocupações conceituais e metodológicas mais consistentes sobre o tema.

  • A Escala como problema Epistemológico

Iná Elias destacou que a escala é tratada como um problema metodológico essencial para a compreensão do sentido e da visibilidade dos fenômenos numa perspectiva espacial, nisso é cada vez mais evidente que a escala não é apenas um problema dimensional, mas também, fenomenal e deixa claro que a escala é um problema colocado para o pensamento científico moderno. Além da geografia, a reflexão sobre o problema da escala também foi discutido na filosofia (com Merleau-Ponty) e na arquitetura.

Ela destaca nessa parte do texto, que a escala possui quatro campos fundadores: o referente, a percepção, a concepção e a representação. A findar a discussão da escala como problema epistemológico, a autora propõe algumas conceituações sobre o que seria a escala, dentre elas o seguinte conceito: “As escalas, portanto, definem modelos espaciais de totalidades sucessivas e classificadoras e não uma progressão linear de medidas de aproximação sucessivas.” 

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