RESENHA SOBRE O TEXTO PEI
Por: Maria Luiza Laudares • 28/11/2019 • Resenha • 1.284 Palavras (6 Páginas) • 220 Visualizações
Educação integral e territórios educativos: a escola entre as fronteiras do bairro e da cidade
Paulo Felipe Lopes de Carvalho
Lúcia Helena Alvarez Leite
RESENHA
Maria Luiza Gomes Laudares
A resenha que se apresenta a seguir tem como texto base o artigo: ”Educação integral e territórios educativos: a escola entre as fronteiras do bairro e da cidade”, de autoria de Paulo Felipe Lopes de Carvalho, que é Doutorando e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Lúcia Helena Alvarez Leite, mestre em Educação pela UFMG e doutora em Pedagogia pela Universidade de Valencia, Espanha.
O artigo se baseia em uma pesquisa que teve como objeto de estudo o Programa de Escola Integrada (PEI) da Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (SMED-BH) e os processos de formação de territórios educativos propiciados a partir da implementação do programa no município. Os autores então discutem as articulações entre as práticas educativas orientadas pela escola, mas que se especializam para além do ambiente escolar, e os processos formativos vivenciados nos territórios do bairro e da cidade, considerando o território não apenas como propriedade, mas também como relação social.
No texto os autores ressaltam a importância de se considerar o território como parte essencial dos processos educativos, pensando que a educação é algo que acontece além dos ambientes físicos da escola. A cidade é um grande espaço educador e nesse sentido a escola integral não deve ser apenas uma extensão do turno escolar, mas uma extensão dos limites espaciais na formação dos alunos.
O texto reflete também a importância da extensão da jornada escolar, com o papel de transformar cenários da infância e juventude marginalizadas dentro dos territórios das cidades. Sendo necessário para isso compreender as dinâmicas do cotidiano desse território.
Contextualizando sobre o objeto da pesquisa citato anteriormente, o artigo descreve o funcionamento e objetivo do Programa Escola Integrada de BELO Horizonte (PEI). O PEI trás em seus princípios algumas das concepções de um antigo programa de educação do município, O Programa Escola Plural, buscando uma educação integral, para além do espaço físico escolar e integrando o nesse processo a família e a comunidade.
Sobre o objetivo expandir os espaços de aprendizado dos alunos, os autores destacam a figura do professor comunitário. Além de buscar parcerias e locais para realizações de aulas-passeio e excursões pedagógicas, o programa visa integrar a escola com o espaço social e cultural nos quais os alunos vivem, estreitando os laços com a comunidade e aproximando essa realidade às famílias.
O alvo da pesquisa foi uma escola municipal de Belo horizonte, localizada no bairro Alto Vera Cruz e no texto foi nomeada no texto de Escola Municipal Admirável (EMA), nome fictício. Descrevendo as atividades do Programa de Escola Integrada, e onde ocorrem, é chamada a atenção para as extraterritorialidades da escola, que demandam a circulação dos alunos pela cidade e principalmente no próprio bairro o que desencadeia segundo os autores o processo de territorialização. Essas extraterritorialidades retomam um elemento importante muito enfatizado no texto que é a cidade como um espaço pedagógico.
Delineando sua linha metodológica como uma abordagem etnográfica visando alcançar os objetivos propostos, buscando compreender as dinâmicas territoriais que envolvem o Programa de Escola Integrada. Houve também uma preocupação em relação ao método para que esse fosse capaz de auxiliar nos estudos sobre a cidade. O autor propõe então uma etnografia urbana que fosse capaz de compreender culturalmente as relações sociais no local de pesquisa.
Ainda na busca de entender o espaço descrito, os autores descrevem duas lógicas diferentes se perceber o mesmo, o olhar de longe e o olhar de perto. Descrevem então o esforço empregado para se ter um olhar de perto, não esquecendo da totalidade da cidade. Aplicando esses conceitos, acompanharam uma turma do terceiro ciclo do Ensino Fundamental durante um semestre letivo. Assim foram realizadas oficinas para produção de mapas mentais, que expos como os adolescentes percebem o Alto Vera Cruz, expondo também sua relação com o espaço vivido.
Foi importante para os pesquisadores adentrarem o bairro Alto Vera Cruz e a Escola Municipal Admirável para entender os como se constitui os territórios educativos criados pela experiencia do PEI. Compreendendo por uma visão Rafestiniana que o espaço vem antes do território, na verdade o território se forma a partir desse, e que ao se apropriar de um espaço o ator o “territorializa”, buscou-se compreender a utilização e apropriação dos espaços no bairro para a realização de atividades ligadas ao PEI. Com isso, através de entrevistas com uma professora comunitária, papel que foi destacado previamente no texto, os autores buscaram compreender as dinâmicas do uso do espaço no bairro, e como se dão as negociações pelo uso do espaço.
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