Resenha do Texto :Poder, governo e território na sociedade contemporânea- João Márcio Palheta da Silva
Por: Daniel de Freitas • 30/3/2015 • Resenha • 1.181 Palavras (5 Páginas) • 1.917 Visualizações
Resenha
Na apresentação do texto, o autor aponta a necessidade do debate sobre três conceitos básicos: poder, governo e território, não os tomando como únicos, mas sim salientando a importância do debate desta tríade por se encontrar presente no cotidiano das praticas territoriais. Aponta-se também que, ao passo que as práticas e as relações sociais são alteradas, estes conceitos acabam por sofrer mudanças, assim remetendo-se a ideia marxista em que a estrutura influencia as dinâmicas sócias, e estas dinâmicas sociais neste caso, como qualquer outra atividade social, acontece e materializa-se no território.
Ao falar de poder, o autor utiliza-se da definição apresentada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, em que este considera o poder como um campo de forças que envolvem diversos atores sociais que buscam entre si estabelecer uma relação de poder para reproduzir suas ações sociais. Esta relação que estimula o poder é apontada pela relação social dos atores sociais e pela busca de fortalecimento de suas relações dentro de certa ordem social, sempre em busca da resolução de seus respectivos objetivos no território, assim, assinala-se o poder político social.
Apresenta-se que este poder que é feito por acordos entre os atores sociais, define práticas diferentes destes que compartilham do mesmo interesse, o que torna este poder instável, uma vez que estes atores sociais tendem a entrar em conflito e, consequentemente, alterar suas relações de poder. Define-se assim que o exercício de poder é, na verdade, a reorganização destas forças provenientes de atores sociais que acabam por materializar suas ações dentro de um território. Julga-se necessário o entendimento da natureza do poder, como suas relações são formadas quais seus interesses e as consequências que elas causarão, para se constituir um governo em determinado território, afim de organizar estes mecanismo de tal forma que seja possível a criação de um meio de participação da sociedade na elaboração de projetos para a tentativa de contenção das diferenças sociais.
Com base no território, de forma a acrescentar a definição de poder, atribui este como uma relação estabelecida entre diferentes interesses com fins específicos de utilização do território. Salienta-se a definição de poder formal e informal, em que o primeiro seria aquele ligado a esfera municipal, estadual e federal e o segundo relaciona-se com a sociedade civil organizada como movimentos sociais e seus representantes junto às três esferas. Destaca-se também a relação entre estes dois, uma vez que associações e negociações realizadas entre eles fazem-se necessárias para a concretização de acordo de modo a materializar uma determinada relação de poder no território.
Ao tratar sobre governo e Estado, o autor busca explicitar suas diferenças, e sua interdependência. O governo é uma estrutura construída de modo a manter a existência do Estado e o contrário também é verdadeiro. Uma diferença a se destacar é que estrutura governamental se altera, conforme prevista em constituição, esta mesma que prevê a não alteração do Estado. O governo surge da dependência deste Estado de uma organização necessária para exercer seu poder político e garantir a integridade e harmonia das instituições que o compõem.
Conflitos advêm, também, das diferentes formas que o Estado pode assumir, principalmente quando se destaca relações socioeconômicas conflitantes, o que torna o Estado como um aparelho ideológico do capital. Na intermediação dos interesses socioeconômicos e sua utilização no território, contesta-se o Estado por acabar por representar certa classe social, o que o torna resultado das contradições internas da sociedade e se encontra em permanente conflito.
Com a individualidade de cada território, o domínio sob ele acaba-se por se tornar subjetivo, quando se analisa um conjunto de conflitos que envolvem diferentes atores sociais em buscas de seus interesses. Neste contexto as políticas territoriais alteram-se de acordo com estes interesses o que acaba por exigir uma nova analise do papel governamental sobre tal território. Liga-se o governo frequentemente a palavra regra, estas que são estabelecidas por políticas advindas de um seleto grupo da sociedade, os que são incumbidos de criar uma constituição para reger seus cidadãos sobre regras, estas “socialmente” estabelecidas.
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