A CRISE DOS PARADIGMAS E A TAREFA DE IMPRENSAR AS CIÊNCIAS SOCIAIS
Por: Lucas Miquilini • 16/9/2020 • Resenha • 556 Palavras (3 Páginas) • 146 Visualizações
Aluno: Lucas Miquilini
Matrícula: 14101568
Resenha 4: Crise dos paradigmas e a tarefa de impensar as ciências sociais
Texto: Apelo ao debate sobre o paradigma, de Immanuel Wallerstein
O texto faz uma crítica à sociedade como a conhecemos e o modo como foi moldada através dos séculos, deixando clara a importância da ciência social enquanto disciplina reformuladora do pensamento da sociedade, uma construção que foca no futuro e não deve ser feita de modo apressado, baseando-se nos estudos empíricos para atingir seus objetivos de transformação social.
As muitas disciplinas que fazem o estudo da história da humanidade hoje existente se encontram em diversos pontos em virtude de diferentes momentos históricos exigirem análises de múltiplos pontos de vista, entretanto, ao fazer isso perdem seu caráter individual de construção do conhecimento para tornarem-se partes umas das outras, apenas reproduzindo o saber e não de fato produzindo nada novo.
O estudo dos sistemas-mundo surge para ajudar a repensar a história e o modo como foi construída, questionando os acontecimentos históricos e repensando as teorias que deles originaram e moldaram o mundo como conhecemos hoje. Nas palavras do próprio autor, a análise dos sistemas-mundo nasceu como protesto moral, e em seu sentido mais amplo, protesto político.
O ato do pensar em uma sociedade tão engessada em seus conceitos já tão bem pré-estabelecidos, por si só, torna-se um ato político. Questionar aquilo que se têm como dado e tentar proporcionar uma nova visão acaba por tirar as pessoas de sua zona de conforto, causando estranheza e rejeição ao que é oferecido como alternativa à sistemas que vieram por tanto tempo se perpetuando no poder. Há o medo da mudança provocada pela inquietude de querer pensar fora da caixa.
O autor exemplifica o caso da Revolução Francesa que fez a burguesia da época revoltar-se contra o sistema feudal em vigência por séculos e desta forma dar início a sociedade capitalista como hoje a conhecemos. A sociedade da época já não estava disposta a continuar sob o mesmo domínio e decidiu fazer algo sobre, virando-se contra o que estava posto e oferecido, revolucionando e realinhando um novo sistema social, baseado no trabalho como mercadoria, tirando dele a mais-valia.
O sistema capitalista não impera de modo livre, existem regras e normas que foram criadas ao longo dos séculos para proteger os trabalhadores e torná-lo menos capitalista e explorador do que seria caso não houvesse tais leis. O autor diz que para Smith, é o sistema que mais se adéqua a natureza humana, enquanto Marx o via como uma fase da sociedade.
O autor defende que houve uma evolução dos sistemas históricos que começou por mini-sistemas que não tiveram tanto alcance e nem tanta durabilidade. Evoluíram para impérios-mundo, em que a política já era melhor estruturada e havia variedades de padrões culturais, até chegar ao sistema capitalista e como este funciona, nas chamadas economias mundo, que vem a ser vastas cadeias desiguais de estruturas de produção integrada seccionadas por múltiplas estruturas políticas.
O autor conclui dizendo que os sistemas mundo são um convite de debater paradigmas históricos de modo a contribuir para transformação do mundo como o vemos, iluminando as diferentes escolhas sem recorrer à uma crença do triunfo inevitável do bem. Os sistemas mundo olham para o mundo como ele de fato é e questionam os motivos do por que ser assim e de como chegou a este resultado.
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