A Educação do Ensino Fundamental e Médio
Por: Rejanne20 • 16/5/2024 • Projeto de pesquisa • 1.661 Palavras (7 Páginas) • 45 Visualizações
DIVERSIDADE CULTURAL
TEMA: DIVERSIDADE CULTURAL
1. Introdução
O projeto “Diversidade cultural” será construído a identidade étnico-racial a partir da implementação da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana na Educação do Ensino Fundamental e Médio e será desenvolvido na Escola Estadual Serra Azul. Este projeto atenderá alunos de quatorze à quinze anos previamente matriculados no local, e será ministrado em 13 aulas, totalizando 52 horas
Diante da realidade que se apresenta, o projeto contribuirá, de forma interdisciplinar, para que valores como respeito, igualdade, liberdade e dignidade, sejam valorizados, compreendidos ou, pelo menos, discutidos no âmbito escolar, pois é só a partir da leitura e análise da realidade que resultados podem converter-se em propostas efetivas, em ações pedagógicas eficientes e contribuirão, para que os jovens construam a sua identidade étnico-racial. A partir do conhecimento de valores, da história e da cultura da formação efetivas do povo brasileiro, do conhecimento das políticas afirmativas, da história das lutas de resistência do movimento negro no Brasil e do Estatuto da Igualdade Racial, a escola em si estimula o diálogo, esperando que os sujeitos envolvidos nesse processo aprendam e cresçam com as diferenças, sobretudo no respeito a eles mesmo; sejam agentes da ampliação do caráter democrático, cidadãos críticos, capazes de refletirem sobre sua realidade, comprometerem-se com ela, a ponto de buscarem soluções para seus problemas e transformarem seu contexto
III – Objetivos Gerais
Estimular a convivência e a aceitação à sensibilidade afetiva às diferenças ético-raciais, por meio da desconstrução das ideias racistas, discriminatórias, transformando a escola em espaço democrático construindo assim a identidade ético racial dos alunos por meio de cartazes, palestras e vídeos, mobilizando a comunidade escolar.
Possibilitar a ampliação e a problematização de conhecimentos acerca da história da cultura africana;
Organizar as atividades levando o aluno a substituir sua alienação por autoconhecimento.
IV – Objetivo Especifico
Ampliar o conhecimento sobre a existência de uma diversidade cultural dentro da escola, e a necessidade de valorizar as diferenças, como forma de combater o preconceito racial, por meio de debates, palestras, exposição de documentários.
Despertar e desenvolver o senso de espírito de trabalho em grupo.
Proporcionar a integração e a socialização dos jovens.
Possibilitar a ampliação e a problematização de conhecimentos acerca da história da cultura africana;
Organizar as atividades levando o aluno a substituir sua alienação por autoconhecimento.
V – Metas
O projeto intitulado “Um NÂO para a Discriminação”, visa sensibilizar e conscientizar a comunidade escolar a cerca do respeito às diferenças existentes nos grupos étnicos. Nessa ação vê-se o fortalecimento do compromisso com a defesa da construção do pleno exercício da cidadania. Levando-se em consideração que é preciso educar o indivíduo para a convivência saudável no espaço em que está inserido. Ao propor este trabalho, buscamos a compreensão de como são construídas as relações raciais. A importância disso consiste na quebra de preconceitos, inclusão social e promoção da equidade. "A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei". (Constituição da República-Federativa-do-Brasil-Art.5º).
O homem se comunica pela linguagem. Tem acesso a informações, se expressa e defende suas opiniões, partilha ou constrói visões de mundo, enfim, produz conhecimento. Cada ser humano é a conseqüência de sua relação direta com o ambiente onde vive. De acordo com Piaget, as crianças constroem seu mundo ao ordenar o material bruto fornecido por visões, sons e cheiros, e na compreensão que os seres humanos impõem sobre a informação que recebem pelos sentidos. Tomando como parâmetro esse conceito, queremos que as crianças que são nosso público alvo (6 aos 11 anos), adquiram autonomia e organizem seus próprios valores morais, através do respeito mútuo, honestidade, companheirismo e a justiça ao discernir e respeitar as diferenças. Adquirindo “a consciência de que sou diferente, e isso pode levar-me a eliminação de barreiras e preconceitos que tenho com o outro”.
VI – Justificativa
A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, e esta se encontra refletida, consequentemente, no espaço escolar, ora se tornando motivo de exclusão, ora de preconceito, ora de marginalização, ora de anulação.
Partindo do princípio que a escola é “uma realidade histórica em processo contínuo” (SANTOS, 2007), levar a esse espaço privilegiado de (trans) formação a discussão sobre etnia, raça, exclusão (escolar e social) é questão de cidadania, de democratização, de direito e dever. Faz-se urgente e imprescindível desconstruir conceitos, visões estereotipadas e preconceituosas, muitas vezes veladas em discursos reproduzidos até por educadores.
Aliás, o professor precisa rever sua prática, seus conceitos, e ser um profissional produtor consciente de conhecimento, aquele que ensina seu alunado a pensar, a questionar, a levantar hipóteses, “... perceber os significados que se ocultam nas palavras.” (MICHELLETTI, 2001, p.18), ou nas imagens, principalmente aquelas presentes nos livros didáticos e que apresentam o negro como objeto, sem passado, nulo em sua memória, contribuindo para fragmentar ainda mais a identidade do aluno negro.
A escola, muitas vezes a única instituição transmissora de valores, não pode negligenciar à sua função de formar cidadãos críticos (compreendidos aqui como pessoas que aprenderam a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não-violência), capazes de se envolverem com seu meio e buscarem soluções para seus problemas. Essas atitudes precisam ser aprendidas e desenvolvidas pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinadas na escola. A nova pedagogia orienta o trabalho do professor no sentido de introduzir uma nova prática que oriente o aluno a construir competências e, para isso, coloca-o em situações que o obrigam a alcançar uma meta, a resolver problemas, a tomar decisões como afirma Perrenoud (2001). Enfrentar problemas numerosos do mais simples ao mais complexo, de natureza realista, que o façam mobilizar os mais diferentes recursos cognitivos.
A Lei 10.639 (2003) existe, porém ainda não foi assumida efetivamente nas escolas, com propostas de ações concretas e objetivas. E é por isso que alguns questionamentos são necessários: até que ponto a questão racial vem sendo trabalhada nas escolas públicas? Qual é a postura assumida pela escola diante da diversidade étnico-racial? A escola tem contribuído para que a criança / jovem negro possa construir uma identidade social positiva em relação à sua pertença a um grupo afro descendente? Os professores conhecem a Lei 10.639 / 03, consideram-na importante e necessária?
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