A HISTÓRIA DE VIDA DE ARTHUR BISPO
Por: jaaoliveira • 28/2/2018 • Bibliografia • 1.924 Palavras (8 Páginas) • 238 Visualizações
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- A HISTÓRIA DE VIDA DE ARTHUR BISPO
JULIANA ARAÚJO AMADO DE OLIVEIRA
- ARACAJU-SE
- 2018/1
- JULIANA ARAÚJO AMADO DE OLIVEIRA
- A HISTÓRIA DE VIDA DE ARTHUR BISPO.
Atividade apresentada a disciplina de Ensino Clínico em Saúde Mental, como método de avaliação parcial da 1º unidade.
Facilitadora: VÂNIA FARIAS
ARACAJU-SE
2018/1
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ARTHUR BISPO
O sergipano Arthur Bispo nasceu na cidade de Japaratuba, há quem diga que no ano de 1909, entretanto, outras fontes afirmam que seu nascimento deu-se em 1911 de acordo com as anotações da Light, sendo esta uma das distribuidoras responsáveis pela concessão de energia elétrica no Rio de Janeiro.
Durante parte de sua vida, Arthur Bispo foi considerado insano por diversas pessoas, indo de encontro com os que o consideravam sábio. Nascido em seio familiar onde a pobreza era eminente, o mesmo tornou-se boxeador e biscateiro, com intuito de ingressar na Marinha, fato este que ocorreu em meados de 1925.
Porém, devido ao comportamento indisciplinar acabou sendo expulso da Corporação, a partir daí começou a trabalhar na Light como lavador de bondes, contudo um ano após sua contratação o mesmo sofreu um acidente que acabou acarretando em sequelas e posteriormente sua demissão.
Revoltado, Arthur Bispo entra contra empresa em uma ação indenizatória, sendo resguardado pelo advogado José Maria Leone, o qual acabou admitindo Bispo para exercer a função de empregado doméstico em sua residência, oferecendo-lhe um quarto nos fundos da moradia. Essa relação durou até o ano de 1960.
Em 22 de dezembro de 1938, Bispo saiu da residência que trabalhava em direção a Igreja da Candelária em um tipo de peregrinação, concluindo sua caminhada no dia 24. Desde então, esse episódio foi considerado um surto e a partir daí foi dado como louco, sendo encaminhado ao Hospital Nacional dos Alienados, na Paria Vermelha, onde foi diagnosticado como portador de esquizofrenia paranoide, após relatar sonhos aos quais ele realizava viagens em missões religiosas através dos Continentes, diante dessas declarações ele acabou tido como louco.
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No ano seguinte, Bispo, é transferido para Colonia Juliano Moreira, onde o setor de triagem o acomodou em um pavilhão destinado a pacientes considerados agressivos e agitados.
Em 1944 foi transferido para os novos pavilhões do Centro Psiquiátrico Nacional dos Alienados, onde em setembro do mesmo ano fecharia as portas, retornando para Colônia Juliano Moreira, permanecendo apenas um único dia, voltando ao Centro Psiquiátrico Nacional.
Foi justamente na fase de isolamento e solidão em que Arthur Bispo começou a desenvolver suas primeiras peças, onde o próprio uniforme tornou-se material para confecção de suas artes. Qualquer objeto da rotina manicomial ganhava sentido sob sua lógica. Foram mais de 40 anos na instituição, onde foi executada maior parte de suas obras.
Em 1980, com questões levantadas pela arte contemporânea com a antipsiquiatria e as novas teorias e dizeres sobre a teoria da loucura, as criações artísticas de Bispo começaram a serem valorizadas e integradas ao circuito de arte.
No mesmo ano, o psicanalista Hugo Denizart lança o filme “O Prisioneiro da Passagem- Arthur Bispo do Rosário”. Com o lançamento, veio o reconhecimento artístico das obras, o que contribuiu para sua participação, em 1982, na mostra Á Margem da Vida, no MAM/RJ, juntamente aos trabalhos de idosos, crianças e adolescentes em conflito com a lei, presidiários e internos da Colônia.
Em 05 de julho de 1989, Arthur Bispo morre em decorrência de um enfarte. Em 18 de outubro, Frederico Morais inaugura sua 1° mostra individual, “O Registro de Minha Passagem Pela Terra”, levando cerca de 8 mil pessoas à Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
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A partir daí, suas obras são expostas em todo Brasil e países como Suécia, França, entre outros. Em 1995 representa oficialmente o Brasil na prestigiosa Bienal de Veneza, na Itália.
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1-INTRODUÇÃO
A pesquisa desenvolvida tem como principal objetivo conhecer a história do sergipano Arthur Bispo, com intuito de agregar conhecimento sobre a patologia que o mesmo era portador, mensurando seus subtipos e explanando suas formas de tratamento.
Conhecer os primórdios do sistema manicomial também é de suma importância, pois nos faz refletir sobre a aplicação e efetivação dos tratamentos propostos, observando se há de fato evolução dos pacientes institucionalizados.
Com a Reforça Psiquiátrica muitos manicômios foram desativados devido à precariedade em suas estruturas e falta de preparo técnico dos que ali trabalhavam, onde muita das vezes agiam com violência. Claro que, apesar da está em vigor, ainda encontramos em alguns lugares o despreparo da equipe, bem como a ausência de uma estrutura adequada que se possa de fato ressocializar este indivíduo, tendo em vista que não havendo isso, o mesmo não terá capacidade alguma de retornar ao convivo social, tanto por conta do seu desenvolvimento, mas principalmente devido ao preconceito que ainda existe.
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ESQUIZOFRENIA PARANOIDE
A compreensão sobre a esquizofrenia paranoide comoçou a ser conceituada no final do século XIX, sob o olhar de Emil Kraepelin e Eugen Blueler.
Antigamente, os portadores dessa patologia eram chamados de dementes, todavia, Bluler substituiu por “esquizofrenia”. O referido atribui o termo para determinar a presença de um cisma entre emoções, pensamentos e comportamento nos pacientes acometidos.
Com intuito de explanar de forma mais ampla sua teoria, ele detalhou os sintomas primários característicos do transtorno que se tornavam conhecidos como os quatro “AS”: Associação frouxa de idéias, Ambivalência, Autismo e Alterações de afeto. Bleuler descreveu ainda os sintomas secundários que abrange alucinações e delírios. A esquizofrenia possui três subtipos clássicos: a paranóide, o hebefrênico e o catatônico.
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