A Lógica da Suspeição: Os aparelhos repressivos à época da ditadura militar no Brasil
Por: CamaraDirigentes • 30/8/2018 • Trabalho acadêmico • 552 Palavras (3 Páginas) • 296 Visualizações
FICHAMENTO
MAGALHÃES, Marionilde Dias Brephol de. A Lógica da suspeição: sobre os aparelhos repressivos à época da ditadura militar no Brasil. Revista Brasileira de História, vol. 17, n. 34, pp. 203-220, 1997.
Objetivo do artigo: Mostrar como era construído, escolhido, “usado”, e como as ações da figura do indivíduo informante no período da ditadura militar no Brasil, com foco também para aqueles voluntários, foram relevantes.
“O “outro” mecanismo repressivo”
Destacado e definido como “o outro mecanismo repressivo”, a autora Marionilde Magalhães, disserta sobre a repressão preventiva que nada mais era que a vigilância e controle do dia a dia da sociedade, prática consolidada segundo ela como “comunidade de informações”. Ao enfatizar esse “mecanismo” Magalhães ilumina um novo ângulo, ou seja, destaca atores políticos sem “reconhecimento” devido dos estudiosos desta temática; são os indivíduos “disposto a colaborar”, “delatores” de seus próprios pais, amigos, companheiros de trabalho, esposa... A propaganda do governo era tão forte que a falsa segurança que transmitia para estes “dispostos a colaborar”, os faziam acreditar que realmente podiam ser “salvos” do que quer que estivessem delatando.
“A Comunidade de Informações”
Consolidada em uma estrutura única e coesa, cujas ações eram coordenadas a partir de um núcleo central, o Serviço Nacional de Informações – SNI –, a comunidade de informações logo subordinou outros órgãos repressivos. Nesta uma seleção de pessoal extremamente rígida era imposta e estes dividiam-se em analistas de informações, interrogadores captores, e informantes. Táticas de interrogatório com ensinamentos de profissionais da França, Inglaterra, Alemanha e o tão “adorado” Estado Unidos da América, eram utilizadas nesta comunidade. Magalhães no decorrer do seu artigo explica a divisão da confiabilidade das informações e os procedimentos sobre elas.
“Os vínculos”
Magalhães, para explicar melhor sobre as “propagandas de alcance restrito”, usadas para a persuasão dos indivíduos afim destes colaborarem, utiliza-se de definições de alguns historiadores, como Pierre Ansart, por exemplo, quando fala sobre os vários tipos de discursos elaborados sobre a violência simbólica. Por meio de uma produção contínua de “notícias” que apontam o tempo inteiro sobre a preparação exímia do inimigo e o terrorismo que ele é capaz, o cidadão é “convidado” a participar da comunidade de informações que possibilita proteção e sentido de vida; isso acontece, pois no momento em que delata alguém, a ilusão de deter um certo poder sobre o outro é sentido.
“Informantes amadores e voluntários”
Documento foram produzidos para auxiliar os informantes; uma “propaganda dirigida”, como a autora definiu. A compreensão e aplicação na prática dessas informações perante os informantes é discorrida por Magalhães já no limiar final do seu artigo. Muito embora, como ela deixa claro, as fontes fosse cheias de limitações, algumas informações, denominadores comuns, contribuíram para o entendimento de motivações subjetivas, visões de mundo e personalidades desses informantes.
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