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A ORTODOXIA E HETEREODOXIA NA ERA VARGAS

Por:   •  8/11/2018  •  Resenha  •  422 Palavras (2 Páginas)  •  136 Visualizações

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ORTODOXIA E HETEREODOXIA NA ERA VARGAS

Classificar as políticas macroeconômicas do governo Vargas como ortodoxas (contração do crédito e do gasto público, defesa do valor interno e externo da moeda) ou heterodoxas (expansionismo e reflação de preços) é muito difícil, principalmente no início da década de 30, onde ele tenta agrupar as duas políticas para atender a pressões de grupos de interesses.

O modo ortodoxo de responder as crises econômicas através do financiamento externo estava instaurado no Brasil desde o século XIX, na primeira República e nos governos seguintes até Vargas.

Vargas era alinhado a um partido que tinha como princípios as políticas ortodoxas de recuperação de crises e seguia linhas como o equilíbrio orçamentário e consequente recusa de déficits públicos. Porém quando assumiu o governo, ele se viu em uma contradição entre manter as considerações doutrinárias e opiniões partidárias e assim, cometer um suicídio politico deixando o café apodrecer por conta da crise mundial e falta de demanda externa ou tomar para o Estado as rédeas da economia e praticar políticas de expansão do crédito interno.

Com a crise do sistema mundial que se instaurou no final da década de 20, Vargas se encontrava em um contexto de incertezas políticas e dividido entre pressões de dois principais grupos, os credores externos que exigiam as políticas ortodoxas para que o Brasil saísse da crise e representantes de grupos oligárquicos vinculados ao mercado interno que colocavam em questão esse tipo de politica e exigiam políticas fiscais e monetárias expansionistas como meio de saída da crise.

Inicialmente Vargas inovou ao responder a essas pressões, procurou atender as reinvindicações dos grupos internos, porém sem romper com os credores externos. Mas manutenção de politicas ortodoxas estava perdendo forças na medida em que aumentava a escassez do crédito externo e uma política pró-cíclica, contração de crédito e gasto público, iria aprofundar de vez a produção do país, algo o governo não iria deixar acontecer se quisesse manter uma boa imagem e atender as demandas das clientelas que formara.

Inicialmente, o crédito interno foi utilizado como complementar ao crédito externo e aos poucos foi ganhando mais espaço e se tornou fundamental (mesmo com a escassez com crédito externo) para políticas como a defesa do café da crise mundial e o desenvolvimento de uma indústria local. Pouco a pouco as políticas ortodoxas foram perdendo espaço para o expansionismo. Pressões externas já não bloqueavam o crédito interno, mas os laços com os credores não podia ser totalmente rompido, porque era necessário manter a reputação financeira do país, esses laços foram sendo desfeitos de maneira gradual.

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