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As Estratégias de aproximação, sociedades de idéias e educação anarquista em São Paulo na Primeira República

Por:   •  24/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.439 Palavras (6 Páginas)  •  191 Visualizações

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Curso: Pedagogia                Turma: 2016.1

Componente: História Social da Educação Brasileira

Docente: Fernando Henrique Tisque Dos Santos

Discentes: Luana Chaves da Silva

                  Taiane Teixeira Souza

                  Vanessa Neres Machado      

Estratégias de aproximação, sociedades de idéias e educação anarquista em São Paulo na Primeira República

Fernando Antônio Peres*

Amargosa-BA

Agosto/2018

Estratégias de aproximação, sociedades de idéias e educação anarquista em São Paulo na Primeira República

Fernando Antônio Peres*

Relatório apresentado á Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB – Campus de Amargosa, sob orientação do professor Fernando Henrique Tisque Dos Santos, como requisito complementar do componente História Social da Educação Brasileira.

Amargosa-BA

Agosto/2018

  1. Introdução

O presente relatório tem como texto base “Estratégias de aproximação, sociedades de idéias e educação anarquista em São Paulo na Primeira República” de Fernando Antônio Peres, com o objetivo de entendermos sobre a história da pedagogia libertária.

O artigo aborda sobre a Educação anarquista (libertária), nas quais através de centros de convivialidade formados por academias, salões, cafés, círculos e, principalmente, clubes e lojas maçônicas havia, sobretudo, um espaço de liberdade e lugares marcados pela existência de relações igualitárias.


Desenvolvimento

O texto explana que a educação anarquista foi uma proposta diferenciada no século XX na cidade de São Paulo, tratou-se de uma das iniciativas educacional não oficial mais importante da época. Os documentos primários disponíveis para pesquisas sobre os libertários são escassos no Brasil, devido à repressão policial na Primeira República, que não mediu esforços para destrocá-los. Os anarquistas buscavam estratégias de aproximação com demais grupos da sociedade e utilizaram da propaganda como um meio de difundir suas ideias. Eles identificavam e divulgavam problemas sociais e propunha soluções para resolvê-los, sendo assim a propaganda se tornou um meio de junção entre eles e demais grupos que partilhava das mesmas concepções.

        Somado a isso, eram feitos círculos de leitura em bibliotecas onde os materiais para propaganda eram lidos e comentados, com essa prática as pessoas que não dominavam a língua escrita e os analfabetos apropriavam-se dos conteúdos através de técnicas de audição, ou memorização daquilo que mais lhe chamava atenção nas obras prediletas.

Além disso, a imprensa também servia como poderoso instrumento para a educação, pois ela noticiava os principais textos da literatura libertária. Era recorrente a preocupação dos libertários com a alfabetização dos trabalhadores, sendo assim, os círculos também cuidavam de promover o ensino das primeiras letras e criaram associações e universidades populares, para melhor atender a população.

O texto relata também que o estímulo à prática da leitura era uma das principais manifestações da propaganda emancipadora, entretanto apesar da importância dada a ela essa prática não estava incluída no cotidiano da maioria dos trabalhadores, pois a sua realidade vivida entrava em descompasso com o ideal almejado pelos libertários.

Os grupos anarquistas repudiavam certas práticas da sociedade sendo assim, ao participar das atividades culturais, consolidavam estratégias de aproximação com outros grupos que compartilhavam das mesmas posições sobre a leitura, a escrita e a concepção de moral exemplar.

Em um dos jornais da imprensa libertária (A Voz do Trabalhador, 1º jan. 1914) Florentino de Carvalho afirmou que a grande questão colocada naquele momento dizia respeito à “necessidade de criar e difundir novos métodos de instrução e educação”. Mas a escola defendida por Florentino de Carvalho tinha como ideal “formar seres aptos para se governarem a si mesmos”, isto é, uma educação para a autonomia.

A educação integral era proposta como forma de revelar todas as verdades demonstradas pela experiência e facilitar os meios necessários para que os alunos “possam adquirir os conhecimentos mais essenciais a fim de que eles próprios criem a sua educação”. Em suma: “Para formar uma verdadeira cultura é preciso criar ao redor da infância um ambiente de justiça, de independência e de estética que a liberte dos vícios e dos preconceitos que adquire quando está em contato com os elementos de degeneração da sociedade presente.

Essa proposta de uma instrução baseada na combinação do ensino teórico com o prático apontava para a possibilidade de preparar o indivíduo para a execução de atividades intelectuais e profissionais. A educação moral centrada no racionalismo científico preparava o indivíduo para a “consciência da inteligência e do braço”, numa vivência de liberdade e de construção de uma sociedade de fato fraterna e solidária, conforme informa Giglio (1995).

Assim como nas atividades especificamente de propaganda, nessa multiplicidade de experiências e iniciativas educacionais, formais e não formais, houve sempre a presença de outros atores sociais, como os protestantes, os espíritas e os maçons, elementos aparentemente estranhos ao universo libertário, que em inúmeras ocasiões prestaram auxílio e manifestaram apoio às ações dos anarquistas, apesar do ferrenho combate que sofriam da polícia, do governo, do patronato e da Igreja.

As aproximações e as práticas comuns entre libertários, maçons, protestantes e espíritas explicam-se pelos conceitos de “centros de convivialidade”, “grupos de afinidade”, “lugares de encontro” e “sociedades de idéias”, encontrados na historiografia sobre os anarquistas. Apesar de relacionados, são conceitos que descrevem e explicam fenômenos diferenciados.

Os centros de convivialidade foram os fenômenos mais amplos, característicos do século XVIII, expressão de uma nova sociabilidade e que se manifestaram em formas novas de associação que proliferaram na Europa naquela época: academias, salões, cafés, círculos e, principalmente, clubes e lojas maçônicas. Essa nova sociabilidade configurava-se à medida que cada associação tornava-se um “lugar de circulação de idéias” e uma “instância de aprendizagem de práticas modernas”, como a escolha dos associados, o debate entre os pares e a deliberação (idem, p. 57)

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