BURKE, Peter. “Visões de Mundo: Alguns Traços Dominantes”
Por: Virgínia Beatriz • 24/6/2019 • Resenha • 807 Palavras (4 Páginas) • 486 Visualizações
Universidade do Estado do Rio de Janeiro[pic 1]
IFCH – Departamento de História
Disciplina: Moderna I
Professora: Lúcia Bastos
Aluna: Beatriz Virgínia Gomes Belmiro
Relatório do texto:
BURKE, Peter. “Visões de Mundo: Alguns Traços Dominantes” IN: BURKE, Peter, O Renascimento Italiano: Cultura e Sociedade na Itália, São Paulo: Nova Alexandria, 1999.
Peter Burke, tem seu doutorado na Universidade de Oxford (1957 a 1962), especialista em Idade Moderna europeia, enfatiza em suas análises a relevância dos aspectos socioculturais buscando compreender uma sociedade e seu tempo por meio de símbolos e valores, por isso, quando inicia seu texto que aqui será exposto, Burke afirma que a intenção é focar não no estudo apenas artístico e literário do Renascimento, mas também no estudo das sociedades que circulavam neste recorte temporal da Idade Moderna, compreendendo que tendo como ponto de partida as “visões de mundo”, determinadas sociedades podem expressar diversas opiniões de acordo com os supostos momentos que as mesmas se encontram, sendo assim, coloca a dificuldade de um estudo mais profundo, pois as fontes foram produzidas por um determinado recorte da sociedade hierarquizada, o que relativa as opiniões naquele meio.
Inicia falando das linhas ideológicas que determinados grupos de pessoas podem seguir como por exemplo os “marxistas” que se preocupam com as ideologias.
Sobre as “visões do cosmos”, os conceitos de tempo e espaço, se tornam predominantes em relação a atitudes de uma determinada cultura, pois, compreende-se que a mecanização do tempo converge com mudanças de hábito do cotidiano com sistemas de trabalho, trazendo como afirma Burke, uma nova concepção de tempo mas em paralelo com o espaço. Explica a visão dos cosmos como tempo e espaço, revelando que inicialmente com Dante A. em “Divina Comédia” esse conceito começou a circular e as explicações de céu e terra em conjunto com os planetas onde casa era regido por deuses ou deusas diferentes, foi capaz que houvesse a sobrevivência de deuses considerados pagãos pelos cristãos da Idade Média.
Fala das representações de Deus na Idade Média, como o temeroso mas também o “doce esposo”, que estava acima de tudo e de todos, estando presente em todas as instâncias. Também falando da representação do imaginário do cosmos nas artes, neste caso, as pinturas.
Expõe sobre a manipulação do poder terreno, e essa interpretação a partir de autores da época (alquimia, magia e bruxaria). A adaptação de crenças como a alquimia em conversa com os cristianismo. Fala sobre a Magia e seus artifícios comparados ao clero católico, na questão da fala por exemplo. Percebe-se então, que ao procurar o estudo das sociedades culturalmente falando, buscando sair do eixo da hierarquia, no caso o clero e a nobreza, neste caso, há a adaptação de certas crenças consideradas pagãs pelo cristianismo no restante da sociedade, como por exemplo a astrologia, a alquimia, que se perpetuam mas de forma que abarquem o Deus cristão, pois assim como Burke descreve, a magia fica presente no cotidiano do período, nas artes, na literatura.
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