Educação na Era Vargas 1930-1945
Por: 270583 • 3/11/2015 • Trabalho acadêmico • 4.558 Palavras (19 Páginas) • 2.669 Visualizações
A EDUCAÇÃO NA ERA VARGAS: 1930 – 1945
Autores: Francisco Cabreira, Igor Salati, Lucas Fortes, Raphael Viana
Orientador: Prof. Dr. Gilmar Moraes
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em História – HID0401 – Prática do Módulo I
08/04/2015
RESUMO
O Presente paper tem por objetivo apresentar uma perspectiva acerca da educação, mais especificamente busca descrever a política educacional no que diz respeito ao período que abrange os anos de 1930 até 1945, que foi conhecido como “Era Vargas”. O atual estudo utilizou-se da análise da historiografia pertinente como metodologia. Nesse interim, a presente pesquisa chegou a considerações preliminares evidenciando que o processo alavancou uma mudança na educação brasileira, reduzindo o percentual de analfabetos, privilegiando ao ensino superior as classes mais altas e priorizou a oferta de vagas para o ensino médio e profissionalizante.
Palavras-chave: Educação. Nacionalização. Era Vargas.
1 INTRODUÇÃO
A educação tem papel fundamental para o desenvolvimento das nações, tendo em vista isto, será feita ao longo deste estudo uma análise profunda no que diz respeito à educação no período denominado “Era Vargas”, mais especificamente dentre o período de 1930-1945, seguindo esta base será contextualizada dentro deste estudo seus aspectos mais significativos, partindo de uma análise do contexto da educação no ano de 1930, seguido das principais mudanças que se sucederam especialmente às reformas educacionais de Francisco Campos e de Gustavo Capanema, frente ao Ministério da Educação e Saúde Pública criado por Getúlio Vargas, abrangendo ainda a questão que envolve a educação como ferramenta para a nacionalização dentro do país, que ocorreu principalmente no dito “Estado Novo” no período de 1937-1945, por fim, as considerações finais com base no estudo como um todo. O objetivo então pretendido de tal estudo visa trazer uma perspectiva da educação na época citada, mostrando assim os prós e contras de um período marcante da história do Brasil.
2 EDUCAÇÃO NO ANO DE 1930
As mudanças realmente relevantes na educação, só se sucederam mesmo a partir de 1930. Porém para que se possa fazer uma análise em torno do que acontece no âmbito da educação e principalmente sobre suas mudanças é necessário salientar, como se encontrava a educação um pouco antes de tais mudanças. Partindo disto, já na década de 20, houvera tido algumas tentativas de reformular a educação no Brasil, de fato foi justamente na década de 20 que a preocupação com a educação veio a surgir com um pouco mais de intensidade, como nos diz Ribeiro:
Já não eram apenas ou predominantemente os políticos que denunciavam a insuficiência do atendimento escolar elementar e os consequentes altos índices de analfabetismo. O problema passava a ser tratado, agora, por educadores ‘de profissão’. (RIBEIRO, 1987,p.89).
Deu-se inicio a partir deste momento então, de acordo com Nagle (1974), a crença de que com o aumento das instituições escolares e uma propagação maior da educação, a população beneficiada então traria progresso ao país, e por consequência colocaria o Brasil a altura das grandes potências. Nagle denomina isto de entusiasmo pela educação. E seguindo isto, há o otimismo pedagógico o qual Nagle define como “a crença de que determinadas formulações doutrinárias sobre a escolarização indicam o caminho para a verdadeira formação do homem brasileiro”. (NAGLE, 1974, p. 99-100).
Junto a este momento, acaba sendo assimilado o modelo de educação Escola Nova. Um momento significativo para a difusão do ideário da escola nova foi justamente em função do então aparecimento do otimismo pedagógico.
Fazendo uma menção ao entusiasmo pela educação citado anteriormente, Nagle (2004) nos diz que foi a partir dele que se foram surgindo certas motivações as quais geraram uma grande discussão e reflexão a cerca da escola brasileira, discussões as quais deram inicio a algumas reformas no âmbito escolar.
Segundo Ribeiro (1987) houve uma série de reformas pedagógicas, na década de 20. Dentre estas reformas estão a de Lourenço Filho no Ceará no ano de 1923, a de Anísio Teixeira na Bahia em 1925, a de Francisco Campos e a de Mário Casassanta em Minas Gerais em 1927, a de Fernando de Azevedo em 1928 no Distrito Federal e por fim a de Carneiro Leão em Pernambuco em 1928. Nota-se que as mudanças se dão apenas no que diz respeito ao âmbito regional de cada uma delas, ou seja não abrangem algo maior, fora de seus estados, mais especificamente no âmbito nacional.
Ainda segundo Ribeiro (1987) tais reformas ocorridas naquela época, em parte, representavam a tentativa de uma implantação da escola primária integral, enquanto que ao que diz respeito ao nível médio e o nível superior não chegavam a mudar nem em parte o que já eram as atuais instituições, se comparadas com os processos adotados antigamente. Em seu livro Ribeiro salienta bem isto quando nos diz:
Tendo-se em mente o conjunto da organização escolar brasileira, as realizações citadas apresentam grandes limitações, não só por serem regionais como também por se restringirem ao ensino primário e dependerem da permanência dos educadores no cargo público, que oferecia legais. Substituídos estes reformadores, na maioria das vezes seguiram-se reformas do tipo tradicional. (RIBEIRO, 1987, p.90).
O Brasil seguia um modelo aonde houvera mudanças não muito relevantes e seguia-se um modelo muito tradicional, o qual por fim não havia obtendo muitos resultados e muito menos acompanhava as grandes potências da época com suas mudanças. Por um lado como salientou Ribeiro (1987) se devia ao fato de que tais reformas, ou tentativas de mudança traziam limitações e tinham uma visão por região e não focada no Brasil como um todo, porém isto teve um ponto de mudança quando, de acordo com Romanelli (1986), o Brasil em 1930 a partir de uma nova crise do modelo agrário-comercial se viu incentivado a aderir a um modelo nacional-desenvolvimentista com base na industrialização.
Essa industrialização “florescia espontaneamente no ‘vazio’ deixado pela produção primário-exportadora interna e pela produção industrial das sociedades capitalistas ‘centrais’. (PEREIRA, 1970, p.127).
Com a ideia de uma sociedade industrial se torna necessário então prepara-la para se adaptar a essa passagem de um modelo econômico para outro, e quando se fala em prepara-la para se adaptar, significa tomar as medidas necessárias para evitar que haja uma defasagem entre educação e desenvolvimento, e cabe ao Estado tomar a iniciativa em relação as tais medidas. Romanelli já salientava:
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