Ensaio Temático História do Brasil V
Por: BrunaOliveira90 • 20/5/2015 • Ensaio • 3.212 Palavras (13 Páginas) • 202 Visualizações
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Franca/SP
Bruna Gomide de Oliveira – 4º ano de História ‘Diurno’
“Ensaio Temático”
Trabalho apresentado à UNESP Franca
Para obtenção à nota da Disciplina de
História do Brasil V.
Professor Doutor Sérgio Campos Gonçalves.
FRANCA
2012
Crise Político Institucional no Império e Instauração da República a partir do Manifesto Republicano de 1870 e A Crise dos anos 1920 e o reordenamento de 1930 – ensaio temático
Political Crisis in Institutional Founding of the Republic and Empire from the Republican Manifesto of 1870 and The Crisis of the 1920s and the reorganization of 1930 – a thematic essay
Bruna Gomide de Oliveira
bru.gomide@yahoo.com.br
Graduanda em História
4º ano Diurno - UNESP Franca
RESUMO: O presente ensaio discute, em síntese, a crise político institucional ocorrida no império, que acabou culminando na instauração da República a partir do manifesto republicano de 1870 (declaração publicada pelos membros dissidentes do Partido Liberal), demonstrando-se como uma possível solução a real necessidade de desenvolvimento e progresso do Brasil, apoiando-se em ideais liberais democráticos republicanos. Discute também a crise dos anos 1920 e o reordenamento de 1930, demarcando um espaço temporal de inúmeros pactos e rupturas, além da eclosão de um ambiente intelectual elitizado e dominado em inúmeros aspectos pela classe estudantil da época. Conclui com uma bibliografia de obras acerca das referidas temáticas abordadas.
PALAVRAS-CHAVES: História do Brasil/ Império/ Crise/ República
ABSTRACT: This essay discusses, briefly, the political and institutional crisis that occurred in the empire, which culminated in the establishment of the Republic from the Republican manifesto of 1870 (statement published by dissident members of the Liberal Party), showing up as a possible solution to real need for development and progress of Brazil, relying on liberal democratic republican ideals. It also discusses the crisis of the 1920s and the reorganization of 1930, marking a timeline of numerous pacts and ruptures, and the emergence of an elite and intellectual environment dominated by the class in many aspects of student time. It concludes with a bibliography of works about these issues addressed.
KEY WORDS: History of Brazil / Empire / Crisis / Republic
- Crise Político Institucional no Império e Instauração da República a partir do Manifesto de 1870
Muito se especula acerca do que realmente levou ao decaimento do Regime Monárquico e a instauração do Regime Republicano no Brasil.
No livro “Da Monarquia à República”, percebe-se claramente a discussão acerca dessa problemática, denotando, de acordo com a historiografia, que houve duas vertentes responsáveis pelo período de Crise e advento da República: crises internas ocasionadas em inúmeros âmbitos sociais que abalaram o estado brasileiro no fim do Segundo Reinado, e também devido a ‘vícios’ contidos dentro da própria monarquia e seu sistema hierárquico e hereditário.
Para os defensores da monarquia, o advento da República não seria nada mais do que um golpe militar sem confiáveis justificativas, para arrematar a simpatia europeia, apoiado nos ideais democráticos republicanos.
Em oposição, para os republicanos, o advento da República representava uma quebra do regime centralizador de poder, que já vinha de muito tempo apresentando problemas internos em sua própria administração, prejudicando em grande escala a economia e a vida social do estado brasileiro da época.
Com a crise de 1929, a partir de 1930 precisamente, o Brasil começou a se ater aos projetos de desenvolvimento como os de urbanização e industrialização, juntamente com estudos nas aéreas de História Econômica. Começou-se a justificar a crise então existente como uma forma de repudiar a Monarquia, sob o argumento de que essa forma de governo não suportaria tamanhas transformações e conseqüentes desenvolvimentos.
Viotti elucida: “as grandes transformações que subvertem a estrutura econômica e a ordem social são às vezes silenciosas e passam despercebidas aos olhos dos contemporâneos, ou são vistas de maneira parcial e deformada.” [1]
Partindo então de tais análises, destaca-se também Caio Prado Júnior, visto como precursor da teoria revisionista sobre a Crise e decaimento da Monarquia e advento da República, que em sua obra “Evolução Política do Brasil e outros estudos”
defende a tese já explanada no excerto de Viotti, percebendo o processo histórico como uma evolução linear e inevitável, que invariavelmente afastaria o ‘sistema’ fechado e centralizador que significava a monarquia, dando ensejo então à República como forma de se aceitar e impulsionar as transformações que estavam por vir no Brasil. Afirma ainda que o império fez apenas concessões que objetivavam aliviar temporariamente as tensões até que a possibilidade de solução definitiva da questão já não estivesse mais sobre seu controle, devido à alforria concedida ‘espontaneamente’ pelos senhores e por sua impossibilidade de conter os escravos nas propriedades, “o que não só desorganizava por completo a vida econômica do país, como ainda tornava de todo precária à ordem pública que lhe cabia manter.” [2]
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