Ensino - Temas Sensíveis
Por: Virginia Castro • 3/12/2019 • Resenha • 601 Palavras (3 Páginas) • 152 Visualizações
O professor de História tem como missão, não só o repasse de conhecimento dos dados históricos, mas causar no aluno desconforto e reflexão diante dos temas estudados. Há fatos cujas abordagens estão consolidadas no âmbito histórico, que se restringem apenas a dados, datas, situações e manifestações culturais diante de algum acontecimento passado que não propõe debates mais aprofundados sobre a realidade social. Mas, com a mudança na forma de ensinar a história, dando ênfase ao homem comum, suas necessidades e lutas, não centrando apenas na jornada do herói, as causas sociais ganharam visibilidade, até mesmo para justificar o contexto da época. Porém, ainda há temas bastantes sensíveis e que, por gerar questionamentos e diferenças em posicionamentos, pode haver grandes debates acerca do assunto. Não que o debate seja em si, ruim. O problema é justamente a limitação do debate, o cercear do pensamento crítico, escondidos sob uma falsa preocupação com uma inexistente doutrinação ideológica, vigiando e criticando de forma rasa aqueles que pensam e se manifestam diferente e contra a ordem atual política e social vigentes.
Debates em torno do racismo, preconceito, xenofobia, misoginia e tantos outros são pausados por projetos de Lei como Escola Sem Partido, estimulados, até mesmo por discentes que não compreendem que o interesse é justamente inibir a população ao pensamento crítico e emancipador, uma vez que aos grandes mercados, o que interessa mesmo é que a massa continue alienada, portanto, dócil, encontrando no trabalho manual e básico, a sua razão de "ser".
Umas das abordagens sensíveis da atualidade é no que diz respeito aos deslocamentos populacionais. Há muitos motivos pelos quais as pessoas se tornam refugiadas: aquelas em situação de fugas por causa de conflitos, de religião, orientação sexual, questões políticas, etc. Mesmo que à época da ditadura militar o governo Brasileiro tenha expulsado muitas pessoas do país, hoje, o país é visto como muito acolhedor, por ter políticas públicas favoráveis aos imigrantes. O Brasil reconhece a situação dos refugiados, e uma lei criada nos 90 regulamenta essa situação. A lei permite que o refugiado tenha liberdade de movimentação dentro do país (em outros países eles não tem o direito de ir e vir). No Brasil também dá direito ao trabalho, ao estudo, ou seja, uma forma de integrar o refugiado à nossa sociedade. Mesmo com o respaldo legal, muitos sofrem com a não adaptação ao país, sofrem com preconceito, xenofobia, e problemas burocráticos que impedem que eles se socializem de fato. Um deles, por exemplo, é a validação dos diplomas dos refugiados, fazendo com que eles consigam trabalhos diferentes daqueles aos quais estão qualificados para exercer, tornando-se um problema, já que o trabalho é um dos melhores meios de integração do ser.
Para tratar de temas como esse em salas de aula, pode-se utilizar recursos interativos, como apresentação de algum vídeo expondo o assunto e depois convidar todos a um debate sobre o tema. É importante que se crie um ambiente seguro, onde todos possam expressar suas opiniões, mesmo que divergentes sobre o assunto. Quando houver conflitos, o professor deve intermediar, tendo como propósito, sempre, o respeito à liberdade de expressão, enfatizando que ela diverge do desrespeito e preconceito. A escola
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