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HISTÓRIA BRASILEIRA DA INFÂMIA

Por:   •  3/5/2017  •  Resenha  •  703 Palavras (3 Páginas)  •  954 Visualizações

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História Brasileira da Infâmia – Parte 1

 

Direção: Werner Salles Bagetti.  

 

 O documentário navega nas contradições e revisões históricas do episódio antropofágico envolvendo os índios Caetés e o primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, confrontando opiniões de historiadores, padres, populares, analisando documentos, cartas e alguns personagens daquela época.  

 Em 1556, a nau Nossa Senhora da Ajuda naufragou em território alagoano. Dom Pero Fernandes Sardinha e pelo menos mais 90 sobreviventes foram “recepcionados” pelos nativos habitantes da região, os Caetés. Segundo a história contada, o bispo e todos os sobreviventes foram devorados pelos índios em um ritual antropofágico. O fato de ter sido um ataque a um oficial da palavra cristã, abalou Portugal, gerando uma guerra, e por consequência, a dizimação de boa parte dos povos indígenas.    

A questão antropofágica dos índios Caetés era um ritual eucarístico, tinha o corpo do guerreiro como uma fonte para tomar suas forças e saberes.  

Dentre os discursos no documentário sobre o acontecido com o bispo, Luiz Sávio de Almeida, historiador, vai dizer que a morte do bispo era um “objetivo colonial” para incriminar os indígenas, vistos como feras na mentalidade da época. “A história de Alagoas se funda em dos grandes genocídios, o dos Caetés e o genocídio dos negros no quilombo dos Palmares”.  

 João Ribeiro de Lemos, historiador e padre, vai falar um pouco sobre um lado contestado do bispo. Diz que a vocação do bispo não é ser ambicioso, no entanto, o bispo Sardinha se transformou em um homem ambicioso.  

 O bispo chegou a trocar a “absolvição” dos pecados de alguns fiéis por penas pecuniárias, ao invés de aplicar uma pena religiosa dava a possibilidade de absolvição dos seus pecados, em troca de dinheiro. No entanto, Cide Teixeira, historiador, vai dizer que as “penas” não tinham um sentido de distorção, na verdade, a igreja católica e Portugal eram constituintes de um mesmo grupo, não sendo um “corpo estranho que estaria tomando dinheiro.”  

 O bispo era uma autoridade maior, tinha o poder de prender qualquer pessoa, em uma ocasião, o bispo Sardinha golpeou uma autoridade com seu cajado, levando a vítima a um desmaio. O governador da época, Duarte da Costa, aproveitou para comunicar ao rei os atos de indisciplina do prelado. Este momento de descontrole seria o segundo incidente grave cometido pelo prelado.  

 O poder político sempre esteve junto ao poder religioso, para o rei se firmar diante os nobres que detinham o poder do sistema feudal, porém, as divergências entre o bispo e o governador gerou um abismo entre essa relação.

Tamanha divergência faz surgir hipóteses de uma possível cilada para que o bispo fosse morto e acabar com a intriga.  

 Dentro de um cenário em que se encontravam de um lado os “civilizados”, e do outro os “selvagens”, seria contada uma história conveniente para os “operadores” da época, uma história de desigualdade, operadores esses que eram ligados a razão do capital.  

Quando a notícia chega em Portugal, começa uma guerra por conta da significativa perda do chefe espiritual, mas não se tratava de uma guerra bélica, pelo menos no início, mas sim de uma guerra de mentalidades. Portugal não acreditava na aculturação dos índios. A partir deste momento, começa uma matança por parte dos portugueses em tom de vingança.  

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