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Intercambio cultural entre China e Mundo Islâmico

Por:   •  22/3/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  891 Palavras (4 Páginas)  •  273 Visualizações

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INTERCÂMBIO CULTURAL ENTRE CHINA E O MUNDO ISLÂMICO

O islamismo, em um curto período de tempo, formou um dos maiores impérios que a história já conheceu, onde, mesmo com sua posterior fragmentação oriunda das divisões políticas e aparecimento de frentes mais radicais, ainda permanece unido por suas crenças religiosas. Sua expansão deu-se principalmente a partir do enfraquecimento da Europa Cristã, fator que facilitou a obtenção de uma enorme extensão do seu território, incorporando a seu império diversas regiões com grande heterogeneidade racial aumentando assim a riqueza cultural de sua população.

Em 751 d.C, com a derrota das tropas chinesas na Guerra de Talas a China teve parte do seu território ocupado pelo povo muçulmano. Acredita-se que com essa invasão, os povos maometanos adquiriram dos fabricantes de papeis e ceramistas presos técnicas de produção de porcelana e papel, além de influenciar a arquitetura da dinastia Ming, inclusive com a construção de mesquitas.

A aproximação dos povos marcou também o inicio das relações econômicas entre a China e o mundo islâmico. O comércio islâmico estendeu para a China tanto pelo percurso terrestre quanto marítimo, ocorrendo, sobretudo, por meio da Rota da Seda. O interesse econômico e as novas formas de acesso entre as regiões da Ásia possibilitou um contato ainda maior entre essas culturas. As culturas chinesa e islâmica se mesclaram nesse período e as duas desenvolveram características em comum, principalmente, na cerâmica e nas pinturas.

As porcelanas chinesas (azul e branca), cuja exemplificação é a maior prova do intercâmbio cultural destas culturas, fizeram o seu caminho para o Oriente Médio no século VIII , aparecendo nos palácios luxuosas da corte abássida (terceiro califado islâmico). Inicialmente os artesãos islâmicos copiaram as formas chinesas e aprenderam a técnica de lustro, onde mascaravam a cor de argilas locais com um esmalte branco opaco, essas mudanças (como por exemplo, fazer a cerâmica à base de quartzo branco que imitava porcelana chinesa) possibilitaram os islâmicos ter liberdade para introduzir estilos próprios. Enquanto a perfeição de porcelanas chinesas residia no refinamento discreto de forma e esmalte sozinho, oleiros islâmicos procurado maneiras de adicionar cor e textura e padrão de uma característica impulso em toda a arte islâmica.

Com o aumento do comércio e do contato entre os povos as influências intensificaram em ambas as direções . Em meados do século XIV, os ceramistas chineses começaram a adicionar cobalto decoração sob um esmalte claro e enriqueceram as técnicas e o aparecimento traços, tais como a exuberância ornamental e a associação dos temas florais a conteúdos simbólicos, que serão constantes na produção de cerâmica posterior.

Na pintura Islâmica a influência chinesa esteve presente principalmente nas miniaturas (figuras usadas para ilustrar textos e torná-los mais claros) e incluía a adoção antecipada de formato vertical natural de um livro, o que levou ao desenvolvimento de uma visão panorâmica, através da sobreposição de vários planos, onde um fundo retratava uma paisagem montanhosa ou edifícios do palácio ergue-se a deixar apenas uma pequena área do céu. As figuras estão dispostas em planos diferentes sobre o fundo, considerando a distância do observador, as figuras mais distantes eram dispostas na parte superior do espaço, mas essencialmente o mesmo tamanho. As cores, que muitas vezes são muito bem preservados, são contrastantes, brilhantes e suaves. Outra forma importante que a influência chinesa na pintura islâmica se manifestou foi na utilização de uma linha mais delicada e sinuosa e o sombreamento ausente.

Entretanto, apesar da admiração islâmica ao estilo chinês e adoção de um número considerável de características semelhantes, a influência chinesa não altera os temas, estilo, iconografia e técnica de pintura das obras muçulmanas.

INFLUÊNCIA DA ARTE ISLÂMICA E CHINESA NO DESIGN CONTEMPORÂNEO

Com a grande carga histórica e artística que acumulamos até os dias de hoje é comum que vários artistas e designers se inspirem em movimentos antigos para criar sua própria identidade no mundo contemporâneo.

A indústria de estampas é um campo que mostra bem esse reaproveitamento de estilos. O desfile Têca de 2014, no São Paulo Fashion Week, por exemplo, teve como tema o “Porcelain Print”, uma técnica que utiliza estampas que lembram porcelanas chinesas, azulejos

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