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Maçonaria brasileira e sua importância no contexto republicano de 1870 a 1910

Por:   •  2/3/2019  •  Resenha  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  236 Visualizações

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Maçonaria brasileira e sua importância no contexto republicano de 1870 a 1910

O artigo de Alexandre Barata mostra a atuação da maçonaria no período de 1870 a 1910 no Brasil, que nesta época estava marcado pelos debates em torno de uma identidade nacional. Destacando o crescimento das atividades da maçonaria brasileira em todo território nacional, sua absorção de setores expressivos da sociedade que a transformou em importante centro da divulgação e discussão do projeto republicano no Brasil. Analisando esta atuação dentro do contexto de renovação historiográfica, onde há um crescente diálogo entre a história e as outras ciências sociais, que acabaram por aumentar a importância da dimensão política nos estudos históricos. O texto resgata a atuação da Maçonaria brasileira em um período marcado pelos intensos debates que procuravam estruturar uma nova identidade nacional. Buscava-se a civilização e o progresso, encarnados na defesa da liberdade de consciência, na abolição do trabalho escravo e na República. Alexandre Mansur Barata destaca as profundas transformações que a sociedade brasileira sofreu a partir do ano de 1870: a crise do escravismo, o crescimento da propaganda republicana aliada as ideias novas que acabaram por contribuir com o aumento da consciência em relação aos problemas no país e a busca pela definição de uma nova identidade nacional. Destaca também o surgimento de uma elite intelectual que visava ilustrar o país e com isso liberalizar as instituições por meio da ciência, colocando-a como o único mecanismo legítimo de transformações no Brasil. Retratando o pensamento que esta elite tinha sobre uma nova identidade nacional, de negação do passado ibérico, colonial e escravista. Pensamento que pregava as grandes reformas: abolição, republica e democracia, em detrimento do passado imperial. Partindo do ponto de vista de Roque Spencer, que afirmava que a luta do liberalismo brasileiro no século XIX era semelhante a que o liberalismo europeu enfrentou no século XVIII, o autor destacou a igreja católica como grande obstáculo na tarefa de liberalizar as instituições do período. Segundo Spencer, os liberais brasileiros acreditavam fundamentalmente na liberdade humana, discordavam quanto a forma de governo, republica ou monarquia, mas eram unanimes na crítica contra o sistema imperial brasileiro. O autor contesta a análise de Sérgio Buarque de Holanda, que considera o período como o de declínio da instituição maçônica, que possibilitou o crescimento do positivismo, afirmando que a maçonaria atuou de maneira mais efetiva apenas durante o processo de emancipação, tendo uma atuação inexpressiva após este processo, e a crença na regeneração da humanidade pela ciência, influenciada pela filosofia de Comte. O texto de Alexandre Barata, traz a proposta exatamente voltada para o questionamento desta posição comum à historiografia brasileira, sem, no entanto, excluir a importância da atuação dos positivistas na estruturação e legitimação do regime republicano, mas destacando o crescimento maçônico e o seu papel na formação de uma parcela expressiva da elite política do período. O autor procura resgatar a maçonaria como uma instituição formadora de opinião, analisando-a como uma forma especifica de sociabilidade, citando algumas de suas características marcantes, como o caráter fechado e secreto maçônico, que na visão do autor, acaba por se tornar um elemento definidor da maçonaria e também um elemento que impõe fortes limitações aos seus membros, pois acaba por causar uma dificuldade na administração das divergências, que poderia enfraquecer a instituição. Mas mesmo com este risco, Barata enfatiza a presença do ideário maçônico nos grandes debates político e ideológicos na qual a sociedade brasileira passava naquele período, destacando a maçonaria como uma instituição de grande importância nas intermediações de interesses que se constitui na relação entre o estado e a sociedade. O autor explica a estrutura organizacional da maçonaria brasileira, dando destaque as fases de divisão do poder central a qual a instituição passou no período, entre os grupos dos Beneditino e os Lavradios, mostrando que estas divisões foram também ideológicas, com um grupo, do Beneditinos, liderado pelo grão-mestre Saldanha, sofrendo uma influência da maçonaria francesa, que não aceitava a ideia de ligação exclusivamente filantrópica, defendendo então uma atuação mais vigorosa e política na defesa do racionalismo, da liberdade de consciência, ou seja, nos princípios caros à modernidade, e o outro, o dos Lavradio, defendendo uma posição regalista e monarquista. Apesar das divergências, houve uma breve união entre os círculos na necessidade de enfrentar um inimigo comum, a igreja católica, provocada pela questão religiosa, a qual teve no processo de reorganização católica, que fortaleceu a igreja como

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