O ALINHAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO
Por: diulyano • 14/12/2015 • Trabalho acadêmico • 1.814 Palavras (8 Páginas) • 191 Visualizações
O ALINHAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO
INTRODUÇÃO.
Este trabalho é uma revisão do artigo do autor Pedro Paulo, que trata de um assunto bem recorrente, que é o alinhamento econômico e político do Brasil aos Estados Unidos nos primórdios da Guerra Fria.
O trabalho tem como objetivo analisar a política externa brasileira após a Segunda Guerra Mundial, especificamente o alinhamento político instaurado pelo presidente Dutra e as expectativas acerca da atuação brasileira na América Latina.
As discursões visam abordar como serão as consequências deste alinhamento para a política e a economia nacional. O mesmo deverá conter no mínimo 4 e no máximo 6 laudas (incluindo Introdução, Desenvolvimento e Considerações Finais).
DESENVOLVIMENTO.
Para entender o alinhamento do presidente Dutra é preciso compreender o que estava acontecendo no Brasil e no mundo na pós-segunda guerra mundial.
É notório de todos, que a política mundial no pós-guerra, foi ditada pelos vencedores da guerra, no caso do Brasil fomos influenciado pelo principal expoente da vitória na segunda guerra mundial, os EUA.
Antes dos EUA e a URSS se tornarem inimigos durante a Guerra Fria, eles haviam sido aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ambos tinham o mesmo inimigo em comum os nazistas e os fascistas. De fato ambas as nações cooperaram entre si durante alguns anos para por fim a guerra. Mas quando a guerra terminou cada país seguiu seu caminho. Os EUA o caminho do capitalismo enquanto a URSS seguiu outro caminho oposto, o caminho do comunismo, que, aliás, ambos já o eram o que os tinha unido era apenas o inimigo em comum.
Quando a guerra acabou, muitos dos países da Europa, palco central do conflito, estavam em ruínas, e debilitados política e economicamente. Muitas pessoas morreram, outras fugiram do país, o desemprego era alto, faltava energia, água, carvão e comida em alguns lugares; algumas cidades haviam sido destruídas; parte da população masculina europeia caiu drasticamente; milhões de pessoas haviam morrido pelo mundo devido a guerra. Até mesmo os EUA mesmo tendo saído vitorioso, apresentou queda na economia, devido que o mercado europeu estava abalado. Do outro lado do mundo, a URSS também vivenciava questões semelhantes. Embora tenha saído vitoriosa, cerca de 20 milhões de soviéticos haviam morrido, cidades foram destruídos, campos arruinados, pessoas desabrigadas, o desemprego crescera etc. Em suma, os principais países que estiveram a frente da guerra, saíram com perdas, uns mais e outro menos.
Uma das medidas que os Estados Unidos encontraram já em 1947 para contornar esta crise econômica que afundava a Europa e ao mesmo tempo atrapalhava seus próprios interesses, fora garantir uma ajuda financeira a estes países, tal ajuda ficou conhecida como o Plano Marshall. Concebido pelo Secretário de Estado, George Marshall, o plano preconizava basicamente o empréstimo de dinheiro e outros recursos a nações escolhidas. O valor dependeria da averiguação feita a respeito das necessidades de cada país. O plano vigorou de 1948 a 1951, tendo conseguido reerguer a economia de muitos destes países.
E no Brasil o cenário politico estava mudando com a participação do país na guerra. O governo Getúlio que tinha tendências fascistas se viu obrigado a apoiar os aliados, pressionado pelos Estados Unidos. Mas não foi o suficiente, pois, a pressão oposicionista sobre Getúlio Vargas se fortaleceria com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, apoiando os Aliados. As manobras políticas de Getúlio não seriam suficientes para mantê-lo no poder e, em outubro de 1945, ele renunciaria. Em 1946 assumiria a presidência o general Eurico Gaspar Dutra, eleito por sufrágio universal.
Para Moura (1985) no governo Dutra, o Brasil sofreu o enfraquecimento de sua capacidade de barganha bilateral com os EUA não apenas por causa da mudança do contexto internacional pós-guerra, ou da resistência da diplomacia brasileira em descontentar o país do qual esperava receber, sem barganhas duras, ajuda financeira e militar, ou porque nosso chanceler dizia publicamente depender da boa vontade dos EUA.
O Governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) foi bastante influenciado pela conjuntura internacional do pós-guerra e o advento da "Guerra Fria". Aliando-se aos EUA, o Governo Dutra rompeu relações diplomáticas com a URSS e extinguiu o Partido Comunista Brasileiro. Um dos fatores que o levou a essa aliança quase que obrigatória foi o fato de haver a possibilidade de uma terceira guerra entre o "ocidente" e o "leste”, razão pela qual se deveria manter uma política do mais completo apoio à política internacional dos Estados Unidos, como a melhor maneira de salvaguardar a civilização ocidental e, nela, a posição do Brasil. Nessa visão totalizante da convivência internacional, não apenas cada evento em qualquer parte do planeta tinha relação direta com tudo o mais, mas também não restava às potências pequenas ou medias qualquer saída, a não ser uma adesão decidida a uma das superpotências.
Gerson Moura (1985, p. 47) está correto ao afirmar que motivações locais são importantes para explicar o alinhamento político militar quase incondicional aos EUA:
...no Brasil, o anti-sovietismo era uma arma do autoritarismo, um modo específico de controlar o conflito de classes na sociedade. Naturalmente as classes dirigentes brasileiras deram boas vindas à ideologia política do ‘mundo livre’ contra a ‘cortina de ferro’, visto que ela coincidia plenamente com suas preocupações internas... Os setores conservadores que detinham as rédeas do governo eram incapazes de reconhecer a legitimidade do conflito social e consideravam as reivindicações operárias e nacionalistas como um pretexto para a ação comunista.
Entretanto a perfeita concordância de métodos entre Brasil e Estados Unidos e a aceitação tão completa das formulações econômicas, políticas, militares e ideológicas oriundas do Estado norte-americano, acabavam por reduzir os já diminutos recursos de barganha do governo brasileiro face ao parceiro mais poderoso. Desse modo, enquanto no período prévio (1942-1945) o alinhamento aos Estados Unidos funcionou como um instrumento da política externa brasileira, ensejando uma série de ganhos materiais e políticos, pode-se dizer que no período aqui analisado o alinhamento se configurou como destino, que, de resto, pouco recebeu em contrapartida.
Um dos marcos
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