O DIREITO À MEMÓRIA: A HISTÓRIA ORAL DE MULHERES QUE LUTARAM CONTRA A DITADURA MILITAR
Por: Milene19 • 30/1/2018 • Resenha • 1.137 Palavras (5 Páginas) • 460 Visualizações
MILENE NASCIMENTO
HISTÓRIA - LICENCIATURA
2º Período
Disciplina: MEMÓRIAS E TESTEMUNHOS SOBRE A DITADURA NO BRASIL: POR QUE LEMBRAR?
Professora: Dra. MARTA G. O. ROVAI
SÍNTESE:
O DIREITO À MEMÓRIA: A HISTÓRIA ORAL DE MULHERES QUE LUTARAM CONTRA A DITADURA MILITAR (1964 – 84)
ALFENAS – MG
Novembro de 2017
O artigo, “O direito à memória: a história oral de mulheres que lutaram contra a ditadura militar (1964 - 84)”, escrito pela historiadora Dra. Marta Gouveia de Oliveira Rovai, busca conhecer, averiguar e trazer histórias que não vieram à tona, as histórias das mulheres que participaram ativamente, sejam conscientes ou inconscientemente da esquerda revolucionária, pegando em armas ou usando de artifícios considerados como atividades comuns das práticas femininas.
A História Oral surge como principal meio de coletar e examinar estes testemunhos, como Rovai afirma, não são somente para lamentos, são memórias que contribuem para construção de uma história nacional, e a História Oral se trata de uma corrente historiográfica que traz a subjetividade como um elemento importante para sua humanização do sujeito histórico.
Coloca a importância de uma história nacional que seja escrita com a presença feminina, que não sejam invisibilizadas como já foi e ainda é feito na “’grande história’”, (p. 111), e essas mulheres possam ser ouvidas, para que haja uma democracia dentre as memórias. Na história da ditadura militar brasileira foram caladas tanto pelos perpetradores quanto pela própria esquerda revolucionária.
Mulheres de diferentes setores, estudantil, religioso, frequentadoras de bares, entre outras, de acordo com Marcelo Ridenti (1990) foram mulheres que fizeram parte lado a lado aos homens na luta armada. Mulheres que foram consideradas subversivas, como afirma Ana Maria Colling (1997).
Para a repressão, a mulher militante será definida sempre como―puta comunista‘. É Simone quem afirma; “eles usam uma expressão que é constante, eles não usam o teu nome, eles usam sempre ―puta comunista”. A imagem da mulher como anjo ou demônio está muito presente. O anjo corporificado em Maria, pura e santa, é a mulher tradicional, a mãe assexuada, restrita ao mundo privado do lar; e o demônio é corporificado em Eva, que levou o primeiro homem ao pecado, portanto desviante e corrompedora, sexuada e sedutora. É neste segundo modelo que se enquadra a militante comunista (COLLING, 1997, p. 37 Apud Rovai, 2013, 117).
A mulher considerada desviada, ou seja, a mulher politizada era sempre associada a um nome masculino, pois ela não tinha o seu próprio nome em destaque, já que era considerada inferior, então em qualquer instância era considerada corrompida, desviada de sua moral tradicional. Foram presas, torturadas, exiladas e internadas em manicômios por serem adaptas ao comunismo.
De forma inconsciente ou consciente, foram grandes contribuintes para um rompimento da hierarquia de gênero. De acordo com Colling, ao mesmo tempo em que houve uma ruptura, onde se criou e viu novos espaços além do doméstico, houve uma contribuição para desigualdade de gêneros, pois muitas vezes assumiram discursos e posturas ditas masculinas, para que pudessem assumir postos na organização da esquerda.
Houve por parte de muitas militantes, um abandono de práticas socialmente femininas, sejam comportamentais ou afetivas, como, por exemplo, a construção do vínculo materno. Elas assumiram posturas firmes, consideradas masculinas, para o enfrentamento para com os militares e até mesmo na própria relação com a esquerda. Romperam com o papel social ligado a fragilidade feminina, mas reforçaram o caráter masculinizado da luta armada da esquerda revolucionária.
No outro lado, um lato afetivo, estavam mulheres que são quase invisíveis ou totalmente invisíveis em algumas correntes da historiografia, aquelas que não participaram da luta armada, mas foram de estrema importância para o funcionamento da esquerda armada e um forte movimento de resistência.
Elas faziam visitas
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