O Ensinar História nos anos Iniciais do Ensino Fundamental: Desafios conceituais e metodológicos.
Por: Isa Oliveira • 7/4/2021 • Trabalho acadêmico • 1.593 Palavras (7 Páginas) • 506 Visualizações
FACULDADE SANTA FÉ/ IDESP
COORDENAÇÃO DE PEDAGOGIA
CURSO PEDAGOGIA
ENSINAR HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
DESAFIOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS
São Luís
2019
ISANEIDE DIAS DE OLIVEIRA
ENSINAR HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
DESAFIOS CONCEITUAIS E METODOLÓGICOS
Fichamento apresentado ao curso de Pedagogia da Faculdade Santa Fé/IDESP como requisito para obtenção de nota parcial da disciplina Teoria e prática de História.
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Profª Yara Santos
São Luís
2019
DOROTEIO, Patrícia Karla S.Santos. Ensinar História nos anos Iniciais do Ensino Fundamental: Desafios conceituais e metodológicos. Londrina,2016.
- Ensino de História nos Anos Iniciais, o que dizem as propostas curriculares?
As propostas curriculares advindas pós década de 1990 trazem como marca o momento de ruptura que se deu nos modos de pensar e ensinar a disciplina. (...) (p.211)
(...) Bittencourt (2011) evidencia que enquanto muitos historiadores da década de 1980 aproximaram-se dos sujeitos e objetos de investigação da Antropologia e da Sociologia, à investigação histórica agregavam-se novas fontes como a memória oral, as lendas e mitos, os objetos materiais entre outros. (...)(p.212)
Essa concepção mostrou-se um desafio também para o ensino da disciplina, de modo que as relações entre micro e macro História passaram a fundamentar algumas propostas curriculares posteriores a esse período, (...), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) para a área, em suas versões para séries iniciais e finais (Brasil, 1997). (p.212)
Nos PCN’s há a indicação para organização dos conteúdos em eixos temáticos. Os eixos propostos procuram introduzir noções e conceitos básicos para a História a partir do processo de alfabetização(...). No documento curricular destacam-se os conceitos de cultura, de organização social e do trabalho e as noções de tempo/espaço históricos, sendo que o conceito de tempo é apresentado por meio da noção do antes e do depois (...) (BITTENCOURT, 2011). (p.213).
Bittencourt (2011) aponta a presença em algumas propostas pedagógicas de uma concepção de história do local ou de “história do lugar” que, de maneira geral, procura estabelecer relações entre o mais próximo, o vivido da criança, e a história nacional, regional e geral ou mundial.(p.213).
- Ensinar História nos Anos Iniciais: quais conteúdos, concepções e metodologia?
Em pesquisa sobre o ensino de História nos Anos Iniciais, Azevedo (2010) indica na memória espontânea de futuras professoras/pedagogas a persistência da História como uma matéria decorativa, centrada em um nacionalismo marcado pela exaltação dos grandes nomes e datas cívicas (...)(p.214).
No mesmo sentido, Abud (2012) aponta a persistência nessa visão da História como uma disciplina cuja tradição escolar obriga a decorar, (...). (p.214)
Dessas considerações, destaca-se o necessário investimento em formação inicial e continuada dos profissionais que atuam nos Anos Iniciais, sendo essa função marcada pela polidocência, na qual se exige desse professor o domínio de várias disciplinas, (...) (p.215)
Os questionários analisados pela pesquisa “Ensino de História nos Anos Iniciais, conteúdos, métodos e concepções” indicaram um público de docentes que em sua totalidade apresenta curso superior em Pedagogia, destaca-se ainda, que desse público metade concluiu cursos de pós-graduação. (...) (p.215).
Contudo, destaca-se que os docentes submetidos à pesquisa indicam uma concepção de História na qual a disciplina ganha significado na condição de “mestre da vida”. Ao serem questionados (...), os docentes indicam afirmativas vagas, tais como “ não se pode conceber o futuro sem antes conhecer sua história”, “a história é uma ciência que tenta compreender o passado e o presente da humanidade”, (...) (p.215)
Nessa representação, o conhecimento histórico torna-se importante para o porvir, não sendo agregador para o desenvolvimento do conhecimento no presente. (...) (p.215).
Destaca-se, ainda, as representações da História relacionadas a uma formação para a cidadania, nas quais os docentes afirmam ser a disciplina importante por: “construir a cidadania, criando condições para que se tornem conscientes e críticos, valorizando a si próprios como sujeitos históricos” ou ainda, “é importante para o exercício pleno da cidadania”. (p.216)
(...). Também vai ao encontro do que afirma Monteiro (2002) ao considerar que a disciplina está imbricada em uma profunda relação com as práticas sociopolíticas e culturais da sociedade, além de ser comum reconhecer nos profissionais dessa disciplina um compromisso firmado e vivenciado com uma formação para a cidadania. (p.216).
Ao considerar a inserção da categoria cidadania relacionada aos objetivos de ensino, nota-se a apropriação nos registros dos docentes das influências que compõem as reformas curriculares e os discursos educacionais. (p.216)
Fator de destaque em relação ao ensino de História se refere às poucas aulas semanais destinadas à disciplina. (...). Sobre esse tema, Abud (2012,p.556) afirma,
“A restrição ao tempo para se ensinar a disciplina (História) e a valorização da Língua Portuguesa e da Matemática constituem-se em fatores primordiais para a exclusão das outras matérias. (...)”.(pp. 216 e 217)
No mesmo sentido, Silva (2013) aponta uma desvalorização do saber histórico nos Anos Iniciais, tal fato é atribuído ao foco na alfabetização, de acordo com o que determinam os documentos oficiais para os três primeiros anos de escolarização. (...)Entretanto, consideram-se ainda que: “ o ‘foco na alfabetização’, todavia, não pode perder de vista as diversas dimensões que o processo envolve, pois, como nos ensinou Paulo Freire, ler é ler o mundo(...)”(p.217)
Os PCN’s reafirmam a necessária inserção do ensino de História, desde os primeiros anos de escolaridade, ao fazer a indicação metodológica, “no caso do primeiro ciclo, considerando-se que as crianças estão no início do processo de alfabetização, deve-se dar preferências aos trabalhos com fontes orais e iconográficas e, a partir delas, desenvolver trabalhos com a linguagem escrita. (BRASIL, 1997, p.49)(p.217).
Nessa perspectiva, o ensino de História possibilita a leitura de mundo a que se refere Paulo Freire, necessária ao desenvolvimento das habilidades inerentes ao letramento. (...) (p.217).
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