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O MÉTODO DE LUCIEN FEBVRE HAVENDO ENRIQUECIMENTO DA INTERDISCIPLINARIDADE

Por:   •  9/4/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.755 Palavras (8 Páginas)  •  267 Visualizações

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O MÉTODO DE LUCIEN FEBVRE HAVENDO ENRIQUECIMENTO DA INTERDISCIPLINARIDADE

O MÉTODO DE LUCIEN FEBVRE HAVENDO ENRIQUECIMENTO DA INTERDISCIPLINARIDADE

A escola de Annales, se caracteriza por um movimento que foi fundado por dois historiadores, Marc Bloch e Lucien Febvre que se firmavam como uma força nova trazendo novos métodos teórico-metodológicos e paradigmas inovadores para o conhecimento humano dando origem às ciências sociais, em que dessa forma se iniciou um enfrentamento às tendências historiográficas dominantes da época, começando a ser introduzida na década de 1930.

        Bloch e Febvre se encontraram pela primeira vez na universidade de Estraburgo, se localizando na região fronteiriça que passava desconexa à Alemanha e a reintegração à França após a primeira guerra mundial. Por tais peculiaridades políticas, havia um clima renovado na universidade, estando aberta à mudanças, além de existir um intenso diálogo entre diversos historiadores, sociólogos, filósofos e geógrafos no mesmo ambiente acadêmico que proporcionou a interdisciplinaridade, que é um dos traços mais significativos do movimento, que tornou possível expandir o campo da história por diversas áreas, permitindo assim, além da troca de informações um enriquecimento da disciplina que ocorria através do trabalho em equipe, para tanto, em consonância com Peter Burke (1997).

O grupo ampliou o território da história abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e do desenvolvimento de novos métodos para explorá-los. Estão também associadas à colaboração com outras ciências ligadas ao estudo da humanidade, geografia à linguística, da economia à psicologia. Essa colaboração interdisciplinar manteve-se por mais de sessenta anos, um fenômeno sem precedentes das ciências naturais.

Isso é possível em decorrência da libertação dos historiadores devido a guerra, em que os mesmo buscam abrir outros campos de pesquisa, se recusando a permanecerem nas fontes positivistas. Os mesmos comparavam as civilizações se orientando nas diferentes ciências humanas. Os Annales quebraram as barreiras disciplinares, onde diversificavam os assuntos de pesquisa, olhando para o cotidiano, as civilizações, crenças e tudo o que compusesse uma sociedade em um determinado tempo e período, perceberam que as ciências humanas precisariam ser enfrentadas através de algumas assimilações de ideias e de adaptação aos objetivos da história. Uma mudança de diálogo que só ocorreu devido às mudanças gerais da história europeia e ocidental que influenciaram a trajetória da corrente. Ao mesmo tempo se modificavam os projetos intelectuais, havendo o diálogo com a economia, sociologia, e a psicologia.

Essa interdisciplinaridade torna possível a união de vários aspectos, tais como a história-problema, o caráter construtivo e não reconstitutivo e a ampliação de fontes históricas além de metodologias para a abordagem, contando também com a amplitude de matérias históricos disponíveis.

Interdisciplinaridade refere-se à prática, no interior de certo campo de saber, de se lançar mão de metodologias ou aportes teóricos apropriados de outras disciplinas, estabelecer diálogos com outros campos de saber, enriquecer uma disciplina com pontos de vista oriundos de outras, e, o que é particularmente importante para o tipo de interdisciplinaridade que seria construída pelos Annales, abordar certo objeto de análise comum a outros campos de saber.

Desse diálogo e de objetos em comum entre história, economia, sociologia, geografia, surgiram novas modalidades históricas, sendo elas história econômica, história social, geografia história.

LUGAR SOCIAL DO AUTOR

No período de guerras, Febvere idealizou uma revista de história que fundou, em 1929, em parceria com Marc Bloch: a Revue des Annales, uma conceituada revista acadêmica de história, publicada na França. Formada na universidade de Estraburgo, durou apenas treze anos, foi tempo suficiente para grandes conquistas da História. A partir dos “Annales “, definiram-se as características e uma abordagem da História que se tornou conhecida como História das mentalidades, a qual, de forma sistematizada, analisa os sentimentos e costumes dos povos em determinado período histórico, baseando-se no princípio do tempo longo, quando esses hábitos se transformam de maneira lenta ao longo dos tempos.

       Muitos estudiosos veem em Febvre e Bloch os precursores das Mentalidades Mental. A interdisciplinaridade fez-se necessária para que os historiadores fundadores da Escola de Annales alargassem a pesquisa historiográfica de modo a apreender o instrumental mental da coletividade, e essa percepção foi possível a partir da problematização da história, ou seja, a partir de que os historiadores atribuem um sentido ao objeto e lhe direcionam questionamentos que oportunizam a inversão do que se pensa sobre ele, expressando um produto inédito. História Psicológica é construída pelo conhecimento das crenças vivenciadas pelas sociedades medievais e renascentistas europeias.

       Lucien Febvre aprofunda-se na pesquisa sobre o universo mental do coletivo através do estudo de personagens que marcaram sua época, como Martinho Lutero e François Rabelais, por serem portadores da mentalidade encharcada pelas crenças e religiosidades que caracterizam as sociedades no século XVI da Europa Ocidental; Lucien Febvre levanta a questão sobre a existência humana, construindo uma história a partir de manifestações religiosas. Teve sua influência na crença e as religiões, tratava relações com uma inovadora historiografia além de uma concepção predominante numa sociedade hierarquizada com base no sagrado. Seguindo a análise acerca dos saberes apresentados por Febvre que nos permitem, e que constituem artes de um fazer/ensinar história, é importante o debate acerca da perspectiva de História-problema, que também pode ser utilizada como uma ferramenta ou estratégia para o processo de ensino-aprendizagem no tocante a história, afinal, segundo Febvre (1989) “senão há problemas, não há história” .

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