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O Movimento Modernista

Por:   •  13/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.268 Palavras (6 Páginas)  •  222 Visualizações

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LUIS BARRAGÁN 

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INTRODUÇÃO:

Quando o assunto é arquitetura, poucos nomes foram tão importantes no século XX do que Luis Barragán. Ele foi o arquiteto e paisagista mexicano mais comemorado de sua época, graças a um trabalho único que misturava elementos do movimento modernista com o tradicional regionalismo de seu país. Essa mistura criava uma arquitetura singular que ainda hoje causa estranhamento, reflexão e contemplação. Luis Barragán foi o único mexicano a receber o Prêmio Pritzker, considerado o “Nobel da arquitetura”, em 1980, por cumprir primorosamente os princípios enunciados por Vitrúvio: solidez, beleza e funcionalidade. Barragán acreditava que seu processo de criação era um “processo de loucura”, pois trabalhava "por observação e intuição, por leituras e viagens”, como costumava dizer.

DESENVOLVIMENTO:

Luis Barragán nasceu em 1902, em Guadalajara, no México, e anos mais tarde, se formou em engenharia na mesma cidade. Após sua graduação, em suas viagens para a Espanha e para França, foi quando começou a ter contato com figuras que teriam grandes influencias em suas obras. Neste período, conheceu Ferdinand Bac, um escritor, artista e paisagista franco-alemão. Em uma segunda viagem, Luis Barragán conheceu José Clemente Orozco, um pintor de murais, editor de revistas de arquitetura, e Frederick Kiesler, em Nova Iorque. Na França, chegou a conhecer rapidamente Le Corbusier, um dos maiores nomes da área e um dos pioneiros do que é visto hoje como arquitetura moderna. Com seus conhecimentos, Luis Barragán passou a trabalhar como arquiteto em Guadalajara, entre 1927 e 1936, e depois se mudou para a Cidade do México, onde trabalhou e viveu até o fim de sua vida, em 1988.

Ele se tornou muito influenciado pelo movimento modernista europeu após ir em algumas palestras de Le Corbusier. Seus projetos são conhecidos por formas, ângulos retos e cores vibrantes, tais como as cores rosa, amarelo, vermelho, laranja e azul.

Luis a partir daí, começou a buscar uma arquitetura emocional, pois acreditava que “qualquer obra arquitetônica que não expressa serenidade é um erro”. Ele sempre usou materiais rústicos em suas obras, como pedras e madeiras, as quais combinava com o seu criativo uso da luz.

Apesar do modernismo na arquitetura não ter uma característica única à todos as criações desse movimento, a ideia é que suas imagens deveriam ir em sentido contrário ao tradicional, criando uma imagem totalmente nova. No estilo moderno de arquitetura podemos destacar tanto os edifícios mais simples e com ângulos retos e com linhas orgânicas, como é o caso dos projetos de Oscar Niemeyer, por exemplo. No caso de Luis Barragán, suas construções seguiam o primeiro caso, sempre com linhas bem retas e definidas, com espaços com pouca poluição visual, mas que se destacavam por suas colorações vibrantes, o que virou característica do arquiteto.

PRINCIPAIS OBRAS:

Casa-estúdio de Luis Barragán – 1948

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A casa está localizada na Rua General Francisco Ramírez, na Cidade do México. A escolha dessa pequena rua, no antigo bairro de Tacubaya, é por si mesma uma das primeiras declarações do manifesto dessa obra. Um bairro popular, que apesar das pressões do desenvolvimento urbano, hoje luta para conservar algo de seu caráter singular. A portaria distingue-se por entregar uma sensação de limite entre a casa e a rua. Este pequeno acesso tem uma luz tingida por um vidro amarelo, como forma de reinterpretar um espaço tradicional. A portaria funciona como um lugar de espera e, ao mesmo tempo, como um espaço onde os significados são preparados. Estes são colocados em um estado de expectativa pela ação direta de uma palheta de materiais precisa, escassa em variantes, mas generosa: madeira, pedra e muros caiados.

Por outro lado, o hall, uma segunda porta, separa a entrada da luz intensa do hall, que é elaborada por um mecanismo de reflexos. Desde o plano amarelo do exterior, a luz incide sobre uma superfície dourada e, depois, é refletida sobre as paredes pintadas de rosa. A experiência cromática também pode ser lida como uma sequência complementária. Dessa maneira, o amarelo da portaria satura a pupila para receber a cor rosa que é, por sua vez, preparação e catálise, se abrimos mais uma porta e olhamos pela janela da sala de jantar, que tem o fundo de um verde intenso e o sombreado do jardim. Subindo por uma rampa, por trás da parede, chega-se a um segundo espaço sobre o hall, onde se encontra um closet separado visualmente por paredes que não alcançam o teto. É um espaço fluído e moderno.

A transição até a sala-biblioteca é conseguida com recursos que serão constantes ao longo do percurso. Um acento de escala, como forma de contração, sua sombra resultante e o movimento, nunca frontal nem direto, mas sim virado a uma diretriz quebrada que é concluída com uma nova dilatação do espaço, o ar e a luz. A fachada oeste da casa distingue-se da impenetrável fachada para a rua, não só por sua proporção de vãos, mas também em sua concepção como um mecanismo de diálogo da casa com seu jantar. No segundo andar, a vista do jardim está reservada para o dormitório do arquiteto e para o quarto da tarde. Estes espaços são acessados por uma nova válvula espacial, agora amarela, que concentra a luz da manhã proveniente do hall até leva-la ao interior dos quartos. Finalmente, o terraço é uma composição abstrata de parâmetros desnudos que funcionaram como laboratório cromático, e cuja função arquitetônica é evocadora e insólita. No terraço é onde acontece o desenlace da complexa construção espacial e poética da casa. A partir de um simples gradil de madeira, que permite a vista ao jardim, os muros foram elevados até a completa introspecção. Por outro lado, as múltiplas variações cromáticas registradas deixam pistas da exploração feita por Barragán sobre a interação da cor com os espaços construídos. A busca das origens, das quais o terraço desenvolveu-se, torna-se múltipla: podem ser encontradas na tradição muçulmana de habitar os tetos, ou esses lugares abertos, e até no conceito anunciado por Le Corbusier da quinta fachada moderna.

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