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OS NOVOS MOVIMENTOS DE CLASSES

Por:   •  17/6/2015  •  Resenha  •  1.448 Palavras (6 Páginas)  •  2.873 Visualizações

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Os “Novos Movimentos Sociais” na América Latina.

Segundo Carlos Montano Movimento Social, dentre outras determinações, constitui-se por sujeitos portadores de certa identidade, necessidade, reivindicação, pertencimento de classe que se mobilizam por respostas ou enfrentamento de questões, conforme seus valores e ideologias dentro de uma determinada sociedade.

O aparecimento dos chamados “Novos Movimentos Sociais” surgem no século XX, especialmente nos anos de 1960 e 1970, tendo como referência processos revolucionários, como ditaduras militares e o Maio Francês de 1968, ações de resistência e ofensividade dos trabalhadores por melhores salários e recusa do controle do capital. Eclodiu nesse contexto mundialmente, movimentos e protestos, contra a guerra dos Estados Unidos no Vietnã, movimentos ecológicos, urbanos, antinucleares, feministas, dos homossexuais, pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, entre outros. O conteúdo das lutas dos “NMS” acabaria por limitar seu alcance político, fortalecendo a hegemonia do capital e da ideologia neoliberal apartir do momento em que as lutas não eram realizadas conjuntamente com a luta do proletariado e particularizando demandas a grupos específicos sem relação aparente uns com os outros, reduzindo assim o quadro da realidade econômica, social e política da luta de classes.

As condições históricas de emergência dos “NMS” na América Latina e no Brasil;

  1. Destacam-se a diversidade de latino-americano com ampla heterogeneidade das trajetórias históricas dos Estados-nação do continente com variedades de culturas e diversas formas de reprodução social.
  2. A modernização conservadora no Brasil se deu num contexto de profundas transformações na economia e da exclusão da participação política das classes e camadas subalternas.
  3. O cenário das lutas anterior e durante a ditadura militar entre os anos de 1961 e 1964, as organizações das classes subalternas tiveram um forte momento de ascensão na sociedade civil brasileira, que expressou por meio de movimento sindical e estudantil.

Movimentos, Sociais na América Latina e no Brasil;

  1. Movimentos clandestinos, de resistência à ditadura e redemocratização no Brasil, com aparato repressivo-militar (que promoveu prisões, torturas e assassinatos de presos políticos e levou os militantes políticos à clandestinidade e ao exílio), a proibição de greves e intervenção e fechamento dos sindicatos de trabalhadores, com profundas repercussões nas organizações e lutas sociais, ocorreram várias ações de resistência e movimentos de protestos e pressão pelo fim da ditadura no país. O ano de 1968 foi emblemático para as resistências.
  2. Movimentos e demandas por bens de consumo coletivo desenvolveram no Brasil desde as primeiras décadas do século XX. As demandas que mais se destacavam eram relativas à habitação (devido à precariedade dos cortiços, o alto preço dos aluguéis e as ações frequentes de despejo dos operários) e transportes (ampliação das linhas de bondes e melhorias dos equipamentos). O setor da saúde gerou também inúmeras greves, reivindicações e movimentos de protestos.

 

  1. O MST e as lutas pela Reforma Agrária é referência central dos principais órgãos internacionais que congregam organizações camponesas, tais como a Via Campesina – organização internacional que realiza campanha global pela reforma agrária e articula diversos movimentos do campo que lutam por soberania alimentar e políticas agrícolas adequadas à pequena produção – e a CLOC (Coordenação Latino – Americana de Organizações Camponesas).

  1. Os Movimentos éticos e raciais têm grande relevância no desenvolvimento de ações de resistência às políticas neoliberais e aos processos de reestruturação agrária na América Latina, com representação significativa dos conflitos; Movimento Zapatista (MZLN), no México, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST, no Brasil), os protestos de indígenas no Equador – protagonizado pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (CONAIE), o Movimento Político Pachakutik, os protestos dos agricultores na região do Chapare boliviano e dos sem terra no Paraguai. O Movimento Negro constitui-se por lutas e organizações de combate à discriminação racial na América Latina e no Brasil, tem nos eventos libertários de descolonização dos países africanos, no combate à apartheid na África do Sul e nas lutas pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

  1. Movimentos Sociais Feminista, estudantil e por liberdade de orientação sexual, desde as suas primeiras expressões como sujeito político, empreendeu lutas de enfrentamento aos elementos estruturantes do sistema patriarcal – capitalista, como a propriedade privada, bem como confrontou “com o papel ideológico – normativo de instituições como Estado, família e igreja na elaboração e reprodução dos valores, preconceitos e comportamentos baseados na diferença biológica entre os sexos”.
  • O Movimento Feminista é caracterizado pela luta contra todas as formas de opressão, subalternidade e discriminação sobre as mulheres, buscando, para tanto, liberdade, igualdade e a autonomia para elas; que diz respeito também às reivindicações de acesso a bens de consumo coletivo e melhores condições de vida.
  •  O Movimento estudantil União Nacional dos Estudantes (UNE), desde sua criação até a década de 1950 participou de lutas importantes no cenário político nacional como mobilização contra Estado Novo; a campanha pelo ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados, a chamada “Campanha Contra o Eixo”, a defesa do patrimônio territorial e econômico do país “O Petróleo é Nosso”, entre outras ações.
  • Movimentos pela liberdade de orientação sexual, muitos dos questionamentos e reivindicações desenvolvidos nos acontecimentos de Maio de 1968, como o da defesa do exercício da livre sexualidade, da formação de comunidades “alternativas”, da adoção de uma moda e estilo de vida que corroeram as barreiras do “masculino/feminino”, dos protestos contra a discriminação racista, sexista e homofóbica, que tinham como palavra de ordem “é proibido proibir”, foram determinantes para a organização e o desenvolvimento do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBT).

Movimentos Sociais no Contexto Neoliberal

  1. O contexto da hegemonia neoliberal na América Latina tem no receituário neoliberal, privatizações das empresas públicas, abertura comercial, flexibilização da legislação trabalhista, redução orçamentária, privatização da seguridade social e o combate à atividade sindical. Os movimentos sociais que emergiram no contexto da adoção do neoliberalismo na América Latina formularam suas demandas a partir da diversidade das questões econômicas e sociais produzidas pelo receituário dos ajustes na região.

  1. Movimentos de resistência ao neoliberalismo há diversidade de organizações com diferentes composições internas, objetivos de lutas e formas organizativas que se desenvolveram – contra as ditaduras, contra o neoliberalismo, contra as privatizações e os programas de ajuste estrutural. É nesse contexto que temos o incremento da resistência e da luta popular na América Latina, que abarca as mais diversas formas de protesto social – greves, interrupção de ruas e avenidas, piquetes, construção de redes nacionais, continentais e mundiais de movimentos populares, ações dirigidas contra reuniões da OMC, FMI, BM, OEA e demais instituições que representam os interesses imperialistas; a consolidação do Fórum Social Mundial e do Fórum Social das Américas como espaços de articulação de movimentos e de lutas (Álvarez, 2006, p. 131; Amin e Houlart, 2003).

  1. Imperialismo, militarização/repressão, movimentos de direita e luta ideológicas como formas de respostas do capital;
  • Torna-se necessário ao capital e ao imperialismo, para se contrapor a esses processos, garantindo a hegemonia e a ordem social vigente, desenvolver, por um lado, uma militarização na América Latina.
  • Também como resposta às lutas socialistas e trabalhistas, de esquerda, surge e se expandem grupos, organizados e movimentos de direita, a exemplo das organizações “Tradição, Família e Propriedade” (TFP, criada no Brasil, mas com presença em outros países), “Juventude Uruguaia de Pé” (JUP, no Uruguai), grupos skinhead ou neonazistas, organizações paramilitares e “milícias” de extermínio, federações industriais, etc.

O projeto do “Terceiro Setor” no contexto neoliberal

 O enfoque institucional dos Movimentos Sociais no Brasil volta-se para a ocupação de espaços na dinâmica do campo institucional estatal, como os Conselhos de Direitos. Outra tendência que se consolida nos anos 90, e que tem relação direta com a temática dos movimentos sociais é o crescimento das ONGs e das políticas de parcerias implementado pelo poder público.

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