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PROJETO DE INVENTÁRIO “LITERATURA DE CORDEL”

Por:   •  21/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.051 Palavras (5 Páginas)  •  829 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

LICENCIATURA EM HISTÓRIA - Modalidade EAD – Semipresencial

DISCIPLINA: Patrimônio Cultural Brasileiro

Professora-Coordenadora: Anita Correia Lima


PROJETO DE INVENTÁRIO

LITERATURA DE CORDEL”

1 – OBJETO

A Literatura de Cordel como Patrimônio Histórico Imaterial do povo brasileiro

2 – O OBJETIVO DO INVENTÁRIO 

O inventário é um dos instrumentos de proteção do patrimônio cultural previstos no art. 216, §1º, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Sendo o tombamento e o registro como as formas mais eficiente, prevista até o momento, para proteção e reconhecimento de um bem como patrimônio cultural.

O objetivo a ser atingido no presente projeto é o de realizar o inventário da cultura popular denominada “Literatura de Cordel”. Para tanto, será apresentada a importância da aquisição de uma consciência nacional relacionada a esta cultura popular que toma parte das mais diversas representações da mentalidade nordestina e, por que não dizer, brasileira.

3 – JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DO OBJETO E REALIZAÇÃO DO PROJETO

A Literatura de Cordel é, sem sombra de dúvidas, uma das mais conhecidas manifestações da cultura popular do nordeste brasileiro, sendo reconhecida tanto em dimensão nacional como internacional, permanecendo cada vez mais um organismo cultural vivo.

Como tantas outras manifestações que não são preservadas, uma boa parte de sua história se perdeu com o tempo sem ter deixado registros muito importante de sua memória. A bibliografia sobre esse assunto é escassa e muito vem sendo resgatado com testemunhos orais das pessoas que vivenciaram ou ouviram falar através de seus antepassados. A preservação dessa cultura popular é fundamental para o homem nordestino. Sua disseminação se faz necessária para que permaneçam vivas as origens desse povo.

Deve ser promovido um sentimento de maior valorização do cordel e da consciência de que essa arte não é propriedade de grupos nem de artistas, mas de toda uma nação. Devemos perceber a riqueza da cultura popular que se processa por meio do poema em forma de cordel. Para isso, é imprescindível que se faça um trabalho de conscientização nacional envolvendo todos na construção de conhecimento e habilidades culturais por meio de prosa e poesia. Sua identificação como Patrimônio Histórico deve ser entendido como mais um caminho nesta linha de ação.

O presente Registro é importante por fazer com que a cultura nordestina tenha seu reconhecimento na história e, também, por incluir, definitivamente, a riqueza popular do Cordel no rol de todas as artes populares brasileiras.

4 – INFORMAÇÕES PRÉVIAS SOBRE O OBJETO:

A história da literatura de cordel começa com o romanceiro do Renascimento, quando se iniciou impressão de relatos tradicionalmente orais feitos pelos trovadores medievais, e desenvolve-se até à Idade Contemporânea. O nome cordel está ligado à forma de comercialização desses folhetos em Portugal, onde eram pendurados em cordões. Na segunda metade do século XIX começaram as impressões de folhetos brasileiros, com suas características próprias. Os temas incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, lendas, temas religiosos, entre muitos outros. Praticamente todo e qualquer assunto pode virar cordel nas mãos de um poeta competente. Costumava ser vendida em mercados e feiras pelos próprios autores. O cordel hoje é vendido em feiras culturais, casas de cultura, livrarias e nas apresentações dos cordelistas

Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos maiores poetas brasileiros do século XX, assim definiu, certa feita, a literatura de cordel: "A poesia de cordel é uma das manifestações mais puras do espírito inventivo, do senso de humor e da capacidade crítica do povo brasileiro, em suas camadas modestas do interior. O poeta cordelista exprime com felicidade aquilo que seus companheiros de vida e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma poesia de confraternização social que alcança uma grande área de sensibilidade".1

No Brasil, a literatura de cordel é produção típica do Nordeste, sobretudo nos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. Hoje também se faz presente em outros Estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

A literatura de cordel, não é um modelo imposto, está no meio do caminho entre a cultura letrada e a não letrada, entre o erudito e o popular, entre o rural e o urbano. Por ter essa característica peculiar, acaba levando poesia para todas as classes sociais, indistintamente. É ela que dissemina modelos de comportamento, dá acesso a informações e compartilha experiências.

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