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Português, Cultura, Miscigenação, Sociedade Brasileira

Por:   •  7/11/2018  •  Artigo  •  2.710 Palavras (11 Páginas)  •  309 Visualizações

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RESUMO:

Este presente artigo tem como destacar, as principais questões abordadas por Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior, na tendência de observar alguns pontos presentes na historiografia no processo de formação da sociedade brasileira. Levando em consideração as heranças no âmbito da formação cultural, social, econômico e culturais. Destacando as figuras das raças distintas o branco-negro-índio, através do processo de miscigenação até a formação da família patriarcal brasileira, sobre os estudos dessa historiografia, a relação entre a casa grande e a senzala destacava diversos pontos que foram presentes na intermediação dos senhores das casas grandes e dos escravos das senzalas. Assim como se ver no destrinchar das concepções presente em Raízes do Brasil que vai desde os seus primórdios sobre analise da colonização portuguesa e sobre a herança presente atualmente. Sobretudo a Formação do Brasil Contemporâneo, busca analisar as questões da historiografia brasileira através do Povoamento, da Vida Material e da Vida Social. Sendo possível estabelecer diálogos sobre questionamento desses autores para a compreensão da historiografia brasileira.

Palavras chaves: Português, Cultura, Miscigenação, Sociedade Brasileira.  

ABSTRACT:

This article highlights the main issues highlighted by Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior, in the tendency to observe some points present in the historiography in the process of formation of Brazilian society. Taking into account the inheritances in the cultural, social and economic formation, highlighting the figures of the distinct races, the negro-negro-índio through the process of miscegenation until the formation of the Brazilian patriarchal family, on the studies of this historiography, the relation between the house great and the senzala highlighted several points that were present in the intermediation of the masters of the big houses and the slaves of the slave quarters. As can be seen in the unraveling of the conceptions present in Roots of Brazil that goes from its beginnings to its present time, especially the Formation of Contemporary Brazil, it seeks to analyze the issues of Brazilian historiography through Settlement, Material Life and Social Life. It is possible to establish dialogues about the questioning of these authors for the understanding of Brazilian historiography.

Key words: Portuguese, Culture, Miscegenation, Brazilian Society.

INTRODUÇÃO:

         Gilberto Freyre, buscou entender o processo de formação da sociedade brasileira, teve como orientador os Franz Boas no seu processo de formação, contudo os estudos antropológicos lhe auxiliaram em sua pesquisa historiográfica brasileira. Ele demonstra na sua obra a formação da sociedade brasileira, a partir das famílias patriarcais diante de um teor romantizado da escravidão, através das relações de miscigenação fazendo com que o livro tenha uma ênfase sexual sobre as relações sociais da casa grande com a senzala.

         Ao abordar a intimidade de uma sociedade colonial, Freyre expôs o contexto de origem dos antagonismos que compõem a ordem social no Brasil da atualidade, Freyre destaca como a hibridação da sociedade portuguesa facilitou de uma certa forma a “mistura” que originaria o brasileiro, pode-se perceber que ele não parte de um Brasil já formado, mas sim, resgata a origem do português para fundamentar seus argumentos. No entanto, o que se instalou aqui, foi uma estrutura social pronta, completa, tal estrutura que deixou resquícios difíceis de serem apagados e que demorará um pouco para serem desconstruídos.

         O Brasil de Freyre é o Brasil do parentesco, da familiaridade, um Brasil escravocrata e patrimonialista, um Brasil que se mostra a partir da sua cultura, a visibilidade de heranças exerce grande influência na vida social e na sua estrutura dos tempos atuais. é certo que essa abordagem é fruto de sua formação, embora alvo de muitas críticas, possibilitou enxergar o Brasil com um ângulo diferente até então apresentado, rompeu de certa forma, com a interpretação baseada nas lutas de classe para entender as relações cotidianas a partir dos elementos culturais presente na época em análise.

         Existem também vários autores que dialogam com entendimento da sociedade brasileira como é o caso de Sergio Buarque de Holanda, na sua obra Raízes do Brasil, que aborda questões centrais da história da cultura brasileira, é presente também Caio Prado Junior, que em seu trabalho, A Formação do Brasil Contemporâneo, mostra a realidade do país, desde dos tempos de colônia portuguesa até a intitulada formação do Brasil como nação.

DESENVOLVIMENTO:

        Na Obra Casa Grande e Senzala, o autor Gilberto Freyre analisa a maneira como a América foi colonizada, falando da origem do povo brasileiro, de sua cultura, de sua formação social, étnica e econômica; sendo necessário voltar ao passado. Ele buscou compreender como se processaram as misturas entre as três raças: sendo eles a branca, a negra e a indígena. Destacando as formas como eles conviviam e de que maneira ocorreram o processo de miscigenação.

         Gilberto Freyre dissertou seu trabalho, intitulado Casa-grande e Senzala, não só por se tratar de um espaço físico no qual tínhamos a presença do homem branco como senhor e negro como escravo, mas sim por ser um espaço, um território no qual tínhamos a presença do homem branco, do negro e, também do índio traçando relações sociais, econômicas, políticas e culturais,  através das etnias que formaram a sociedade brasileira.

          O autor trabalha de uma forma diferenciada raça e cultura, sobre uma perspectiva que Franz Boas auxilia Freyre ao fazer tal distinção, e é nesse critério que seu livro, aquilo que é herdado geneticamente e o que é vindo das influências sociais, sendo ambos grandes fatores de diferenciação. O fator econômico também é abordado por Freyre, sendo movido pela monocultura latifundiária, com a produção de café e açúcar, sendo predominantes em toda economia nacional, entregando assim, ao senhor de engenho o poder sobre as outras etnias, por serem advindos de portugueses consideravam-se raça superior hierarquicamente.

         No início o tinha o índio como escravo, mas este sofreu com o choque do imperialismo português através do comunismo indígena, o índio não se adaptou aos moldes escravistas da época levando a surgir inúmeras fugas e conflitos, ainda há questionamento que considerarem o índio como preguiçoso, mas é inviável. Para suprir tal necessidade de mão de obra buscou-se então na África o negro que terá um papel de suma importância para a formação da sociedade brasileira.

 “A mobilidade foi um dos segredos da vitória portuguesa; sem ela não se explicaria ter um Portugal quase sem gente (...) conseguindo salpicar virilmente do seu resto de sangue e de cultura populações tão diversas e tão grandes em distância uma das outras.” (FREYRE, 2005, p. 70)[1]

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