Primeira Fase do Movimento Negro no Brasil
Por: Miriam Caroline • 29/10/2019 • Dissertação • 519 Palavras (3 Páginas) • 328 Visualizações
Ana Clara; Miriam; Maria Beatriz; Pedro Henrique; Gustavo Saraiva; Vinicius Cauz;
Marcela Freitas e Isadora Macedo.
Professora: Melina Pinotti
Escola Estadual Prof.ª Nair Palácio de Souza Disciplina de História
2º Ano do Ensino Médio
HISTÓRIA DO MOVIMENTO NEGRO
Primeira fase do Movimento Negro organizado na República (1889-1937):
da Primeira República ao Estado Novo
Com a proclamação da República no Brasil, em 1889, um ano após a abolição da escravatura, a população negra não obteve ganhos materiais ou simbólicos, ao contrário, esta foi ainda mais marginalizada, segundo Andrews. Com o objetivo de reverter o cenário da época, os libertos, ex-escravizados e seus descendentes criaram grupos (grêmios, clubes ou associações) em alguns estados do país. Os maiores deles foram o Grupo Dramático e Recreativo Kosmos e o Centro Cívico Palmares, fundados em 1908 e 1926, respectivamente. Sendo de cunho assistencialista, recreativo e/ou cultural, as associações negras conseguiram empregar um número muito significativo de “homens de cor”, como eram chamados no período.
Havia também associações compostas apenas por mulheres negras, como a Sociedade Brinco das Princesas (1925), localizada em São Paulo. Simultaneamente, surgiu o que se intitula Imprensa Negra: jornais publicados por negros e elaborados para tratar de suas questões. Até 1930, calcula-se a existência de, no mínimo, 31 desses jornais circulando em São Paulo. Esses tratavam das mais diversas questões que afetavam diretamente a população negra no âmbito do trabalho, da habitação, da educação e da saúde. Além disso, tais jornais eram veículos de denúncia do regime de “Segregação Racial”. Vale destacar que nesta etapa, o movimento negro era desprovido de caráter explicitamente político, com programas definidos e projetos ideológicos.
Na década de 1930, fundou em São Paulo, a Frente Negra Brasileira (FNB), vista como um salto qualitativo para o movimento, considerando-a sucessora do Centro Cívico Palmares. A FNB foi a mais importante entidade negra da nação, na primeira metade do século XX, e as primeiras organizações com reivindicações políticas mais deliberadas. De acordo com estimativas, a FNB chegou a superar os 20 mil associados, desenvolvendo um considerável nível de organização, mantendo escolas, time de futebol, grupo musical e teatral, departamento jurídico, serviço médico e odontológico, curso de formação política, de artes e ofícios, assim como publicar um jornal, A Voz da Raça.
Mais uma vez é evidenciado o papel feminino na luta negra, pois elas não tinham apenas importância simbólica. Conforme Francisco Lucrécio, as mulheres eram mais assíduas na luta em favor do negro e as mesmas formavam um grande contingente, sendo elas as que faziam todo o movimento. Então, em 1936, a Frente Negra se transforma em partido político e pretendia participar das próximas eleições. Sofrendo influência do Nazifascismo, notabilizou-se por defender um programa político ideológico autoritário e ultranacionalista e defender governo como o de Benedito Mussolini, na Itália, e Adolfo Hitler, na Alemanha. Com a instauração da ditadura do “Novo Estado”, em 1937, a FNB, assim como todas as demais organizações políticas, foi extinta. Infelizmente, o movimento negro foi esvaziado, e uma das principais palavras de ordem era a defesa da Segunda Abolição.
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