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Projeto de aula sobre ditadura militar

Por:   •  26/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.540 Palavras (7 Páginas)  •  589 Visualizações

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Ditadura militar brasileira e as violações aos Direitos humanos entre 1964 e 1985

Rayssa Araújo Carnaúba 

1.       Apresentação da proposta;

`        Levar os alunos a refletirem acerca das várias violações aos direitos humanos praticadas no período da Ditadura militar brasileira (1964-1985). A proposta de intervenção a seguir ainda não foi posta em prática, devido às impossibilidades do calendário escolar, no entanto, será executada no Terceiro Bimestre do corrente ano letivo nas turmas do Terceiro ano do Ensino Médio.

2.        Motivação;

 Em sala de aula, escutei a seguinte intervenção de um aluno esse ano: “A ditadura militar não foi tão ruim assim para o país, quem reclama daquele período é vagabundo que não quer trabalhar. Só sumia e era torturado quem não tinha o que fazer”.

Essa cena me preocupou profundamente, e desde então venho tentando conceber uma aula que possa contribuir de alguma maneira para mudar esse senso comum, bem como a banalização dos mortos, torturados e desaparecidos políticos do período da ditadura militar brasileira. É sabido que há uma tentativa de minimizar as violações aos direitos humanos ocorridos no período em questão, como o recente uso do termo “ditabranda”[1] pelo periódico Folha de São Paulo[2].

3.       Justificativa;

 Estamos vivendo um período de radicalização de ideologias, mostrando cada vez mais a necessidade de se enfatizar em sala de aula os perigos que um discurso ultraconservador pode trazer. A memória histórica é importante para definir o futuro de uma sociedade. Em termos de ditadura militar, o conhecimento é uma arma para a não repetição de crimes gravíssimos de violação dos direitos humanos.

O espaço virtual tem dado cada vez mais protagonismo ao jovem e, a despeito de algumas manifestações coesas, é preocupante a maneira irresponsável como alguns têm se manifestado acerca de temas que pouco conhecem, ou conhecem mal, a exemplo da imagem contida no anexo 1.

Há um distanciamento entre o jovem contemporâneo e o jovem sob a Ditadura. É necessário pensar em maneiras de aproximar as duas vivências, buscando uma construção política e social de respeito aos Direitos humanos.É de suma importância a “educação para a não repetição”

Ao longo dos 21 anos do regime de exceção houve a oposição da sociedade brasileira. No contexto do endurecimento do regime, essa luta crescia cada vez mais. Com a instauração do AI-5, consolidou-se uma dinâmica ainda maior de radicalização, como explicitado pelo trecho a seguir:

Em 21 de junho(1968), a violência cresceu ainda mais no Rio de Janeiro. Forças policiais reprimiram passeata estudantil que reivindicava mais verbas para o ensino, restando um saldo de quatro mortos, num episódio que foi registrado na imprensa como “sexta-feira sangrenta” [3]

E ainda, em outro trecho:

(...) Em São Paulo, em 3 de outubro, estudantes da USP, na rua Maria Antonia, enfrentaram a policia e alunos da Universidade  Mackenzie, sede do Comando de Caça aos Comunistas (CCC), resultando na morte de outro secundarista, José Guimarães.

A participação de jovens em idade escolar em movimentos de resistência foi notadamente grande. Explorar esse caráter revolucionário da juventude é enriquecedor no ambiente de sala de aula, além de favorecer os objetivos da presente proposta.

4.       Objetivos;

  • Desenvolver empatia e aproximação com personagens atuantes no período da ditadura militar brasileira, de modo a perceber de que maneira esse acontecimento político reverberou nas vidas privadas de pessoas de vários setores da sociedade, especialmente os militantes, opositores e seus familiares;
  • Humanizar esses personagens;
  • Identificar-se com as várias vivências do período militar brasileiro;
  • Ser capaz de construir uma reflexão coesa e coerente acerca das várias violações dos Direitos humanos pelo Estado  Brasileiro entre 1964 e 1985.

5.       Público-Alvo;

 Alunos do Terceiro ano do Ensino Médio do CED 416 de Santa Maria.

6.       Recursos/materiais necessários para a execução da proposta;

 Laboratório de informática da escola; aparelho multimídia disponível na escola (data-show, caixa de som) e o próprio livro didático como apoio.

7.        Resultados esperados/obtidos;

 Espera-se que os alunos desenvolvam uma percepção histórica acerca do período proposto, não apenas para fins acadêmicos, mas também sociais.

É importante que o professor se paute em uma educação voltada para as provas externas, como PAS e ENEM, uma vez que esse é o mecanismo de que dispomos para reduzir as desigualdades sociais, e oferecer opções profissionais aos nossos alunos.

No entanto, a educação deve, principalmente, ser mecanismo de inclusão, de aprendizagem acerca de valores como respeito, empatia, cidadania e civilidade.

8.        Descrição das etapas e/ou metodologia empregada;

Espera-se que os alunos tenham conhecimento prévio acerca de Direitos Humanos, uma vez que se encontram no último ano do Ensino Médio.

O presente plano de aula foi pensado para ser executado em quatro horas/aula de 50 minutos cada, estruturado da seguinte maneira:

Primeiro momento

Após revisão historiográfica do período em questão, por meio de aula expositiva[4]. Em casa, solicitar aos alunos que reflitam e respondam às seguintes questões:

  1. Que setores da sociedades apoiaram o golpe e por que?
  2. Houve forças externas que apoiaram/impulsionaram o golpe? Em que medida?
  3. O que foi o AI-5?
  4. Você considera que houve violações aos Direitos humanos pelo Estado Brasileiro entre 1964 e 1985 em decorrência do regime militar? Por que?
  5. É possível voltarmos a ter outra Ditadura Militar? Se sim, como podemos evitar?

Segundo momento

Após refletirmos sobre as respostas às perguntas anteriores, apresentar o seguinte vídeo, contendo depoimentos das vítimas da Ditadura:

https://www.youtube.com/watch?v=L-u7-mq_U48

Em seguida, apresentar aos alunos a mostra artística “Ausências” de Gustavo Germano, disponível neste link:

http://www.gustavogermano.com/#ausencias [5]

Após o vídeo e a exposição fotográfica, debater sobre as impressões pessoais de cada um até ali com relação às vítimas da Ditadura. Analisar se há empatia com as vítimas e se o discurso de banalização das violações dos direitos humanos ainda persiste, e em que medida.

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