RESENHA CRÍTICA A INTRODUÇÃO DO LIVRO "COMO AS DEMOCRACIAS MORREM"

RESENHA CRÍTICA A INTRODUÇÃO

LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. Como as democracias morrem. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.

Anna Karoline da Silva Nascimento^[1]

Na introdução do livro, os autores começam fazendo um questionamento para os seus leitores de forma diretamente, quais são os riscos que uma democracia corre. Expondo como acontece a corrosão do processo democrático, em diversos locais e de diversas formas, dando uma ênfase em dois motivos para isso acontecer, que são eles: o acirramento pelas pautas ideológicas e o “poder”, além disso discorre como deveria funcionar o sistema democrático.

A tese principal destes autores são a morte das democracias período pós-Guerra Fria, predominantemente por líderes eleitos por via democrática, e não pela via dos golpes de Estados clássicos, mas igualmente destrutiva, como por eles é escrito “retrocesso democrático hoje começa pelas urnas” (2018, p.16). Líderes políticos Hitler na Alemanha, Hugo Chávez na Venezuela, fazem com que a democracia discretamente decaia, com algumas etapas que quase não chegam a ser notórias. Algumas dessas etapas são perigosamente enganosas, pois como são discretas e também mascaradas, dando uma falsa impressão de continuidade da democracia, além disso é importante ressaltar que alguns dos “esforços” feitos pelo líderes eleitos são classificados como um aperfeiçoamento do democratismo, como por exemplo cita o autor, tornar o Judiciário mais eficiente, combater a corrupção ou limpar o processo eleitoral. O que corrobora para condutas como essas, é que não há nenhum tipo de golpe escancarado como é o exemplo de um domínio ou golpe militar, as pessoas que estão mais atentas aos comportamentos e atitudes do governo e percebem o riso que os cidadãos e a democracia estão correndo, são taxados como exagerados, mentirosos, falsos alarmistas, entre outros adjetivos.

Os autores dão ênfase na democracia norte-americana, já que a mesma está em estado de “alerta” há um certo tempo. Desde de 2016 quando houve a eleição presidencial de um homem com nenhuma experiência política, poucos compromissos no quesito direitos constitucionalista e claramente com ideias e tendências autoritárias: Donald Trump. De maneira análoga, no Brasil tem-se um atual Presidente da República que busca inspirar-se ideologicamente de maneira direta e indiretamente, no atual presidente do Estados Unidos da América, sendo visivelmente isso em diversas declarações do mesmo.

O foco está em na democracia nos Estados Unidos, e como desenvolveu-se o enfraquecimento da mesma, os seus principais riscos. Dentre de umas das respostas para isso é a falha nos governos norte-americano anteriores ao atual, como abrir portas para tendências autoritárias e também as estratégias usadas para afastar os extremistas fora do governo. Isto é, há um afastamento dessas pessoas com essas ideologias, entretanto elas são simplesmente afastadas para um canto, estas não discutidas por todos, e é de total importância o conhecimento entre líderes democráticos e mais ainda da população para combater e reprender os radicalistas e defender a democracia.

A obra propõe de forma fundamental em compreender os motivos de figuras como Donald Trump com estruturas de governo antidemocrática e uma política totalitária chegam ao poder com seus discursos radicais e o porquê do discurso de ódio tem uma enorme propagação na sociedade dos Estados Unidos.

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