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RESENHA: COMO AS DEMOCRACIAS MORREM

Por:   •  22/10/2020  •  Resenha  •  547 Palavras (3 Páginas)  •  288 Visualizações

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Universidade Federal de Pernambuco - CAA

Disciplina: Comunicação e Política

Docente: Sheila Borges

Discente: Caroline Celeste Pereira da Silva

RESENHA: COMO AS DEMOCRACIAS MORREM

Democracia é um conceito que se originou na Grécia Antiga. O termo é composto por “demo” e “kratis”, que traduzido do grego significa “governo do povo”. Em linhas gerais, a democracia busca a participação dos cidadãos nos assuntos políticos. O livro “Como as democracias morrem”, traduzido para o português pela Editora Zahar na segunda metade de 2018, escrito pelos cientistas políticos de Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt busca fazer uma análise da situação da democracia nos Estados Unidos, são elencados vários elementos que sustentam a democracia norte-americana. Segundo Levitsky e Ziblatt, alguns desses elementos estão sendo fragilizados a ponto de pôr em risco a tão consolidada democracia dos Estados Unidos.

Levitsky e Ziblatt defendem a tese de que a morte das democracias pós Guerra Fria se dá predominantemente pelas mãos de líderes eleitos, não por meio dos clássicos golpes de Estado. Como afirmam, o “retrocesso democrático hoje começa nas urnas” (2018, p.16). No primeiro capítulo, intitulado de “Alianças Fatídicas”, os autores reconstituem a ascensão política de três regimes autoritários, o de Mussolini, o de Hitler e o de Hugo Chávez. Eles apontam que, apesar das diferenças entre os três, há um elemento comum: os três eram “outsiders” que chegaram ao poder com o apoio da elite política dominante.

Ao decorrer dos capítulos os autores fazem um estudo comparativo mostrando como a partir do caso americano e de casos de outros países vemos que a democracia em si é muito mais frágil do que parece. Vemos que mais do que regras escritas, como a Constituição, ou a crença de que esta seja a melhor forma de governo e a tolerância mútua podem servir de base tão quanto uma constituição, além de abordar sobre atores extremamente importantes para o jogo democrático como juízes, deputados, senadores e a mídia. Ainda assim, segundo os autores, até mesmo estes elementos podem estar ameaçados sob determinadas condições, podendo ser capturados, demitidos ou, em casos extremos, torturados e mortos.

Steven Levitsky e Daniel Ziblatt  também se aprofudam primeiro ano de governo de Donald Trump, argumentando como determinados eventos que por um lado consolidaram de fato a democracia nos Estados Unidos, como a confirmação dos Direitos Civis em 1964, a garantia do voto para negros no sul em 1965 e a reformulação das primárias nos anos 1970, acabaram mudando as bases da política norte-americana, desintegrando-as e permitindo, que outsiders tentassem subir ou subissem ao poder. Os autores encerram deixando um alerta aos leitores sobre como pode a democracia ser salva antes que ela se sucumba.

O livro tem foco total nos Estados Unidos, o que tornou a leitura um pouco difícil para mim em alguns pontos, pois se tem uma coisa que não entendo é o sistema eleitoral dos EUA e o livro neste sentido não dialoga com leigos. O Brasil é citado rapidamente para falar sobre Getúlio Vargas e, mais para frente, como exemplo de uma atual democracia segura e sólida. Porém, usando a análise do próprio livro, a democracia brasileira atualmente corre tanto risco, ou mais, quanto a democracia estadunidense. É angustiante e desesperador o quanto o livro parece querer falar sobre o Brasil e o atual presidente o tempo todo.

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