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Relatório do Filme ``Arquitetura da Destruição´´. Peter Cohen, 1989.

Por:   •  15/6/2017  •  Relatório de pesquisa  •  843 Palavras (4 Páginas)  •  1.727 Visualizações

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Rene Alves da Silva, RA: 141240318 – NOTURNO.

Relatório do Filme ``Arquitetura da Destruição´´. Peter Cohen, 1989.

O filme estudado foca principalmente no que se refere à concepção artística do reich, nele mostra-se planos e metas de Hitler para uma Nova Europa, onde a capital do futuro império seria Berlim, quase que inteiramente renovada, com avenidas largas e assim como os monumentos que seriam dispostos através da cidade, teria um tamanho exuberante.
O diretor quer mostrar como a partir dos gostos de Hitler no que compete a arquitetura e artes grande parte da Europa passou por uma enorme destruição, isso é, como Berlim seria o centro do império é nela e na própria Alemanha que deveriam estar os prédios, monumentos, pinturas e tudo aquilo que pudesse satisfazer o imaginário artístico dos arianos, mesmo que para isso cidades inteiras devessem ser destruídas e as obras de arte consideradas deformadas como o cubismo e aquela apresentada na União Soviética deviam ser expostas como exemplo de arte degenerada, sendo muitas delas queimadas após a exposição.

Os nazistas tinham por base a concepção artística dos gregos, pois esses também mantiveram fora de destaque as influencias judaicas do parâmetro artístico. As artes e a estética eram de suma importância para o reich, sendo Hitler considerado líder político, artístico e literato, fazendo ele mesmo os desenhos de emblemas e uniformes usados pelos alemães na Guerra. A pontualidade e organização das estruturas que estariam à mostra, sejam elas de pessoas ou objetos, eram vitais na concepção estética nazista, como vê-se em fotos, uma uniformidade programada para que tudo seja controlado e possa passar a mensagem planejada pelos mandatários nazistas. Ou seja, manter uma postura de uniformidade e organização e expor uma arte genuinamente nazista ou comparável com os clássicos era o objetivo do regime.

Tomando por base os terceiro e quarto capítulos do livro Nazismo: ``O Triunfo da votade´´, de Alcir Lenharo, podemos identificar a relação entre política e sociedade, ou melhor, líder e massas no regime nazista no sentido de que o fuher tinha de demonstrar-se amigo dos civis alemães, a fim de trazer para o si o apoio da opinião pública. Através de passeatas, festas, festivais, exposições e desfiles bem divididos durante todo o ano a sociedade alemã sempre tinha motivos para estar comemorando algo, inclusive a ascensão econômica e futuramente social proporcionada pelo nacional-socialismo de Hitler.

Hitler atribuía grande importância psicológica a tais eventos, pois reforçava o ânimo do militante nazista, que perdia o medo de estar só diante da força da imagem de uma comunidade maior, que lhe transmitia gratificantes sensações de encorajamento e reconforto. O uso de uniforme, comum entre os militantes nazistas, servia à dissimulação da diferenças sociais e projetava a imagem de uma comunidade coesa e solidária. O impacto da política de rua em forma de espetáculo visava diminuir os que se encontravam fora do espetáculo, segregá-los, fazê-los sentirem-se fora da comunidade maravilhosa a que deveriam pertencer, diz Lenharo.

As concepções nazistas eram aprendidas desde cedo nas escolas e apoiado por uma propaganda massiva em prol dessas concepções fez com que chegasse a um determinado ponto em que ficava difícil distinguir o que era o líder político, artístico, militar e divino, na verdade o que indica Lenharo é que essa diferenciação era descartada, ou seja, Hitler participava das mais variadas formas no modo de viver dos alemães, como indica um discursso de 1936:

Nós no encontramos todos aqui e o milagre desse encontro enche nossa alma. Cada um de vocês pode me ver e eu não posso ver a cada de um de vocês, mas eu os sinto e vocês me sentem. É a fé em nosso povo que, de pequenos, nos tornou grandes, de pobres, nos fez ricos, de homens angustiados, desencorajados e hesitantes que éramos, fez de nós homens corajosos e valentes, aos homens errantes que éramos, nos deu a visão e nos reuniu a todos.

O filme traz imagens de lugares criados especialmente para receber as multidões que iam ver o Fuher discursar, passando da casa de 1 milhão de pessoas em alguns lugares, como o grande vale onde foram disputadas partes das olimpíadas de 1936 e que até hoje, devido ao seu tamanho, abriga uma gigantesca estrutura esportiva.

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