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Resenha Crítica do Livro “Sobre a Morte e o Morrer”

Por:   •  4/3/2019  •  Resenha  •  1.755 Palavras (8 Páginas)  •  546 Visualizações

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Faculdade Guanambi/ CESG

Curso: Psicologia

Discente:  

Resenha Crítica do Livro “Sobre a Morte e o Morrer”, de Elizabeth Kübler-Ross

Guanambi, Novembro de 2015.

Resenha Crítica do Livro “Sobre a Morte e o Morrer”, de Elizabeth Kübler-Ross

Resenha Crítica apresentada na Disciplina de Desenvolvimento III, ministrada pelo professor Weslley Valadares, para obtenção de nota parcial da II Unidade.

Guanambi, Novembro de 2015.

Resenha Crítica do Livro “Sobre a Morte e o Morrer”, de Elizabeth Kübler-Ross

Biografia de Elizabeth Kübler-Ross

        Elisabeth Kübler-Ross nasceu em 8 de julho de 1926,  em Zurique, na Suiça. Tornou-se psiquiatra. É a autora do livro On Death and Dying, (“Sobre a Morte e o Morrer”), de 1969, sua principal obra, no qual apresenta o conhecido Modelo de Kübler-Ross, que marcou o rumo de seu trabalho, enriquecido posteriormente com contribuições de especialistas de uma área específica da profissão médica, a tanatologia. Nesse livro, ela identifica fases nos períodos que antecedem a morte e cria métodos para profissionais da saúde e familiares acompanharem e contribuírem para os pacientes terminais. Pioneira no tratamento desses pacientes possibilitou o movimento para a criação de sistema de asilos específicos para doentes nos EUA. Escreveu ao todo 23 livros, que até ao presente momento estão traduzidos em 30 línguas. Segundo o Elisabeth Kubler-Ross Foundation, durante a segunda Guerra Mundial ela desenvolveu um trabalho humanitário nos campos de refugiados e mais tarde graduou-se em medicina pela Universidade de Zurique. Emigrou para os Estados Unidos da América onde veio a continuar os seus estudos de psiquiatria em Nova Iorque. Tornou-se professora na Universidade de Medicina de Chicago onde realizava seminários em que relatava experiências de entrevistas com pacientes terminais. Muito se empenhou em minorar os sofrimentos psicológicos dos doentes terminais e deu um enfoque especial aos doentes contagiados pelo vírus da SIDA. Dispôs da sua propriedade para criar um centro de acolhimento para esses doentes terminais mas o seu sonho foi interrompido por um incêndio, possivelmente criminoso, que destruiu a propriedade. No final de sua carreira, Elisabeth dedicou sua pesquisa à verificação da chamada "vida após a morte", fazendo com sua equipe milhares de entrevistas com pessoas que relataram experiências de uma suposta morte (pessoas que morreram por alguns instantes e voltaram). Esse novo interesse da especialista foi recebido com ceticismo pela maioria dos cientistas e médicos. Faleceu em 24 de agosto de 2004, aos 78 anos de idade, após uma série de derrames cerebrais, na cidade de Scottsdale, no Arizona. Recebeu 19 títulos de Doutor Honoris Causa e em 2007 foi eleita para o National Women's Hall of Fame.

Análise de Livro “Sobre a Morte e o Morrer”

        As transformações culturais e políticas, como o avanço das praticas medicinais e o maior alcance das informações no sentido educacional possibilitou notáveis e evidentes diminuições e erradicações nos números de mortes, sejam infecções, mortalidade infantil e outras diversas doenças, passaram a ser combatidas e controladas. Com isso, houve um considerável aumento na expectativa de vida das populações, possuindo recursos para tratar das mais diversas enfermidades. Por outro lado, juntamente a outros aspectos, isso fez aumentar o número de pacientes que apresentam distúrbios psicossomáticos e comportamentais. Deste modo, sob esse novo aspecto que não mais se oculta, o profissional da saúde enfrenta o desafio de ajudar não mais somente com o cuidado com as debilidades físicas, mas também precisa aprender a enfrentar as consequências psicológicas dessas limitações e isolamentos.

        Nesse sentido, a autora da obra tenta demonstrar, através especialmente dos relatos de casos e experiências reais, as mais diversas perspectivas dos sujeitos e seus modos de lidar com a morte, direcionando discursos e situações para os profissionais da saúde que atuam ou possam atuar junto às pessoas que se encontram e precisam enfrentar o fato da morte.

Inicia então, após estas reflexões, a analisar como a morte é encarada em nossa cultura, ressaltando o grande temor que ela causa, e que, portanto a maior parte das pessoas a tem como inconcebível até o momento em que a negação não se torna mais possível.

        Destaca que o ambiente familiar é fundamental para a compreensão do morrer, no sentido de que é na participação e compartilhamento da dor entre os indivíduos da família que esta dor e solidão ante a morte seja amenizada. Porém isso é algo que normalmente não acontece, pois o comum os pacientes quando entram em tal processo, são desumanizados, levados para as salas de emergência e vê sendo retirada toda sua liberdade de escolha sobre a própria vida, passando, portanto a ser visto e tratado como um objeto, incapaz de decidir o rumo de seu tratamento e mesmo de suas expressões e desejos, o que faz com que seu sofrimento seja ainda mais intensificado, pois se torna também um forte sofrimento emocional.

        Em uma contextualização cultural, percebe-se que a lógica individualista tem assumido posições em detrimento das relações interpessoais, e as políticas de massificação e despersonalização dos sujeitos tem se expandido. Temos o conhecimento ou assistimos de perto a banalização extrema da violência, os extermínios de minorias, as guerras e genocídios, mas a compreensão sobre isto se dá de modo distante, o entendimento é de horrorizar-se sem se implicar no sentido de perceber que aquelas mortes nos envolvem diretamente, que aquelas mortes nos remetem de um modo ou de outro, diretamente à morte de cada um, e ficam incapazes de perceber a isso, pois predomina a negação da morte em si. Até mesmo a religião, historicamente um discurso que sempre dialogou com a possibilidade de morte, atualmente têm se distanciado, tem adquirido outras perspectivas, que não esta. Nesta conjuntura, os profissionais de saúde precisam compreender tais processos para efetivar sua relação com os pacientes, auxiliando nesse momento extremamente difícil e buscando em cada experiência perceber as condições necessárias para o enfrentamento e o lidar com a morte.

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