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Resenha Do Capítulo 3 “Unificação Da Elite: Uma Ilha De Letrados”, Do Livro A Construção Da Ordem.

Por:   •  29/6/2023  •  Resenha  •  709 Palavras (3 Páginas)  •  189 Visualizações

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Resenha do capítulo 3 “Unificação da elite: uma ilha de letrados”, do livro A construção da ordem.

Carvalho, José Murilo de. A Construção da ordem: a elite política imperial. Teatro das sombras: a política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

Como ponto de partida, o autor comenta que há uma grande diferença na libertação das colônias espanhola e portuguesa das Américas. A busca por fatores que explicassem esse fenômeno poderia melhor contribuir para o entendimento do processo político brasileiro, especialmente, no que tange a unificação das elites brasileiras. No âmbito da política essa diferença se dá a partir de dois pontos principais, sendo o primeiro: A manutenção da unidade política e fragmentação, a colônia espanhola no início do século XIX dividia-se em quatro capitanias-gerais e no meio do século (1850) ocorreu uma fragmentação formando-se 17 países independentes.  Em contrapartida, na colônia portuguesa havia no século XVIII 18 capitanias-gerais que no ano de 1825 tornaram-se um único país independente. A segundo diferença se dá a partir do sistema político implementado, na ex-colônia espanhola os países oriundos passavam por um grande período anárquico, já na ex-colônia portuguesa sempre se conservou a supremacia do governo civil.  

Explicações acerca destes fenômenos ainda são inconclusivas, mas parte-se de pressupostos de que a presença da Corte nos últimos anos do período imperial teria tornado possível a solução monárquica no Brasil e em consequência a unificação do país e um governo civil estável. Outras explicações se dão através de fatores de natureza social e econômica, com o declínio do ciclo mineratório nas colônias espanholas, ao passo que nas colônias portuguesas houve uma maior integração. No caso da colônia espanhola, havia bastante conflitos entres as unidades, que com o apoio da Inglaterra, culminou na fragmentação. Já a unificação das capitanias da colônia portuguesa a explicação se dá a partir da manutenção da monarquia, da garantia da integridade territorial e da estabilidade institucional. Contudo, fatores sociais também precisam ser elencados, a escravidão, ao passo que a centralização da unidade manteria a manutenção da escravidão, assim se evitava uma possível revolta escrava - como ocorreu no Haiti – o que acarretaria uma fragmentação política, problematizando a ordem social.

 Portanto a tese central do autor se baseia na ideia de que fazer a independência com a monarquia representativa, manter a unificação da ex-colônia, evitar o predomínio militar e centralizar as rendas públicas foi uma opção política na época. Com isso, o estudo dessas explicações poderia ser através da elite política, assim como a solução monárquica no Brasil, a manutenção da unidade da ex-colônia e a construção de um governo civil instável foram frutos da elite existente à época da independência, oriunda da política colonial portuguesa. Essa elite se caracterizava pela homogeneidade ideológica e de treinamento, a ideia de homogeneidade iria reduzir os conflitos entre as elites e determinar um modelo de dominação política, ou seja, uma socialização da elite.

A partir da ideia de homogeneidade a unificação ideológica da elite imperial foi através da educação superior. No mundo de analfabetos, a elite era uma ilha de letrados dotada de conhecimentos e habilidade na formação jurídica, tendo em vista que quase toda classe dominante tinha estudos superiores, excluindo algumas pessoas fora deste contexto econômico. A Universidade foi criada em Lisboa em 1920 e transferida para Coimbra em 1308, no início predominavam as orientações jurídicas francesas e italianas marcadas pela direito romano, um dos principais centros de ensino desse direito era a Universidade de Bolonha, que forneceu vários romanistas a Coimbra os chamados “ bolônios”.

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